«The fact that George Bush and Tony Blair are cheering Israel might be consolation for Ehud Olmert and the media in Israel, but it is not enough to persuade millions of TV viewers who see the destruction and devastation, most of which are not shown in Israel. The world sees entire neighbourhoods destroyed, thousands of refugees fleeing in panic, and hundreds of civilians dead and wounded, including many children. A lethal summer will exact a much greater price. Slowly, the cracks will open and Israel's citizens will begin to ask why we are dying and what we are killing for.»
(Gideon Levy, "The cracks are opening", Guardian de hoje)
Blogue fundado em 22 de Novembro de 2003 por Ana Gomes, Jorge Wemans, Luís Filipe Borges, Luís Nazaré, Luís Osório, Maria Manuel Leitão Marques, Vicente Jorge Silva e Vital Moreira
terça-feira, 25 de julho de 2006
segunda-feira, 24 de julho de 2006
Os falsos liberais
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Vital Moreira
Por que é que as negociações para a liberalização do comércio mundial -- que poderia beneficiar todos os países -- terminam geralmente em fracasso por causa da resistência, ora da UE ora dos Estados Unidos, para eliminarem os maciços subsídios à agricultura, prejudicando assim a exportação de produtos agrícolas dos Estados do sul? A UE e os Estados Unidos clamam muito pela liberalização do comércio --, mas somente naquilo que lhes convém, ou seja, para obterem o abatimento dos direitos de importação dos seus produtos. Quando se trata do inverso, os liberais "viram" protecccionistas.
Os subsídios agrícolas não prejudicam somente os agricultores de outros países, mas também os contribuintes dos países subsidiadores (que pagam os subsídios) e os consumidores (que pagam produtos mais caros). Quem lucra, em geral, é somente o normalmente poderoso e influente lóbi dos agricultores, que beneficiam dos subsídios e mantêm os mercados internos protegidos da concorrência estrangeira.
Os subsídios agrícolas não prejudicam somente os agricultores de outros países, mas também os contribuintes dos países subsidiadores (que pagam os subsídios) e os consumidores (que pagam produtos mais caros). Quem lucra, em geral, é somente o normalmente poderoso e influente lóbi dos agricultores, que beneficiam dos subsídios e mantêm os mercados internos protegidos da concorrência estrangeira.
"Tretas" (2)
Publicado por
Vital Moreira
«"O bombardeamento extensivo da infra-estrutura civil libanesa, das pontes, do aeroporto, o bloqueio imposto ao Líbano, por mar e terra, e a destruição das pontes, o que torna muito difícil a movimentação das pessoas e acabará por tornar muito difícil a chegada de comida, medicamentos e outros, é um castigo ao povo libanês como um todo", disse o secretário-geral das Nações Unidas». (Público de ontem).
Obviamente, tretas de outro inimigo de Israel.
Obviamente, tretas de outro inimigo de Israel.
"Tretas"
Publicado por
Vital Moreira
«Responsável da ONU chega a Beirute e acusa Israel de estar a violar direitos humanos.» Obviamente, tretas dos inimigos de Israel...
domingo, 23 de julho de 2006
Indigno
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Vital Moreira
O que se passou na primeira sessão do julgamento de José Miguel Júdice na Ordem dos Advogados é indigno de qualquer instituição pública, como é o caso. É tempo de atalhar a deriva iniciada com a precipitada acusação ao ex-bastonário.
Gostaria de ter escrito isto
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Vital Moreira
«Israel is likely to kill enough Lebanese to outrage the world, increase anti-Israeli and anti-American attitudes, nurture a new generation of anti-Israeli guerrillas, and help hard-liners throughout the region and beyond. (Sudan?s cynical rulers, for example, will manipulate Arab outrage to gain cover to continue their genocide in Darfur.) But Israel is unlikely to kill more terrorists than it creates.»
(Nicholas D. Kristoff, "Spanish Lessons fo Israel", New York Times de hoje)
(Nicholas D. Kristoff, "Spanish Lessons fo Israel", New York Times de hoje)
sábado, 22 de julho de 2006
"Entre ruínas, ninguém leva a melhor"
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Vital Moreira
Como sempre, está disponível na Aba da Causa o meu artigo desta semana no Público, com o título em epígrafe, sobre a guerra de Israel no Líbano.
"Civilização"
Publicado por
Vital Moreira
Uma potência guerreira ataca o país vizinho, onde está sedeado um grupo armado responsável por uma incursão no seu território. Durante dias e dias de puro massacre bélico, destrói infra-estruturas de toda a espécie em todo o país (estradas, aeroportos, pontes, centrais eléctricas, fábricas e hospitais), arrasa cidades e bairros urbanos, mata centenas de pessoas inocentes, provoca o êxodo de mais de meio milhão de pessoas. Entre os seus adeptos há quem chame a isto a luta pela "civilização".
Em tempo de barbárie, as palavras trocam de sentido. (Na imagem, Beirute sob as bombas).
Em tempo de barbárie, as palavras trocam de sentido. (Na imagem, Beirute sob as bombas).
Touradas na TV
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Vital Moreira
Eu também sou contra a trasmissão de touradas na televisão em canais de sinal aberto, designadamente na RTP. Quem gostar da barbárie contra os animais, que aprecie "in situ", nos locais a isso destinados, ou em canais de TV por assinatura.
sexta-feira, 21 de julho de 2006
E o Governo português...
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Vital Moreira
... não tem opinião própria (ou não...) sobre o ataque israelita ao Líbano?
"A infra-estrutura do Hezbollah"
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Vital Moreira
"Uma guerra sem sentido"
Publicado por
Vital Moreira
«A pointless war that no one may have wanted and no one can win. It should stop now. (...) This is madness, and it should end. It is madness because the likelihood of Israel achieving the war aims it has set for itself is negligible. However much punishment Mr Olmert inflicts on Hizbullah, he cannot force it to submit in a way that its leaders and followers will perceive as a humiliation. Israel's first invasion of Lebanon turned into its Vietnam. It is plainly unwilling to occupy the place again. But airpower alone will never destroy every last rocket and prevent Hizbullah's fighters from continuing to send them off. No other outside force looks capable of doing the job on Israel's behalf. At present, the only way to disarm Hizbullah is therefore in the context of an agreement Hizbullah itself can be made to accept.»Decididamente, até o velho e conservador Economist se virou contra mais esta aventura bélica do Estado judaico. O que dirão os ventríloquos dos falcões de Telavive, sempre prontos a denunciar as cavilosas motivações dos "inimigos" de Israel?
(Editorial do The Economist de hoje).
quinta-feira, 20 de julho de 2006
Os guerrófilos
Publicado por
Vital Moreira
Os que apoiaram o ataque dos EUA ao Iraque aplaudem agora também o ataque de Israel ao Líbano. Há um clube de fãs de todas as guerras. Não conseguem passar muito tempo sem uma guerra a sério, sobretudo as lançadas pelos fortes contra os fracos...
Reaccionarismo
Publicado por
Vital Moreira
O veto de Bush à lei sobre a investigação científica em células estaminais, que diversos países já regularam, revela mais uma vez o extremismo reaccionário do actual inquilino da Casa Branca e a sua dependência política e ideológica em relação à direita religiosa fundamentalista norte-americana.
É evidente que...
Publicado por
Vital Moreira
... o número apontado hoje pelo Diário Económico, sobre o aumento líquido de funcionários públicos (comparando o número de entradas com o número de passagens à reforma), não são fiáveis, pela simples razão de que se pode deixar de pertencer à função pública sem ser pela passagem à reforma (para além das mortes, há o fim dos contratos a prazo e a passagem para o sector privado). Mas também parecem evidentes duas coisas: (i) mesmo descontando essas situações, sempre terá havido algum aumento líquido de funcionários, o que contraria a garantia governamental da regra "saem 2, entra 1"; (ii) o Governo não dispõe de números exactos sobre os movimentos de pessoal no sector público administrativo, o que é inadmissível.
Trata-se, portanto, de um sério revés político.
Trata-se, portanto, de um sério revés político.
Timor Leste - a crise, ainda
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AG
Está na ABA DA CAUSA o artigo "Ainda a crise timorense" que escrevi na semana passada para o COURRIER INTERACIONAL (publicado a 14/7).
Entretanto estive em Timor Leste e conversei com todos os principais actores. Incluindo com o ex-Primeiro Ministro Mari Alkatiri.
E não tenho nem uma vírgula a modificar naquele meu texto.
Posso, em vez disso, acrescentar:
Mari Alkatiri pode continuar a ser muito importante, determinante mesmo, no processo de construção do Estado em Timor Leste. Naturalmente que é agora sua prioridade ver esclarecidas integralmente na Justiça as responsabilidades criminais que lhe são imputadas. Mas mal possa investir no trabalho parlamentar e partidário pode até tornar-se mais eficazmente influente do que era no Governo, valendo-se da experiência que adquiriu e mais ninguém possui e das competências que lhe são reconhecidas.
Mari Alkatiri pode, pela sua acção no Parlamento, na FRETILIN e nos bastidores contribuir decisivamente para o sucesso do actual governo, chefiado por Ramos Horta. Mas também pode obstaculizar a acção do Governo ou pelo menos dificultar o seu funcionamento.
Só que, se o actual Governo falhar, não será só Ramos Horta que falha. Nem o Presidente Xanana Gusmão que forçou a demissão do anterior Governo e nomeou este. Falha a FRETILIN que o indicou, o integra e o domina. E falhará, sobretudo, a independência de Timor Leste. Pela qual Mari Alkatiri sempre lutou e tantos e tantos timorenses deram a vida.
Entretanto estive em Timor Leste e conversei com todos os principais actores. Incluindo com o ex-Primeiro Ministro Mari Alkatiri.
E não tenho nem uma vírgula a modificar naquele meu texto.
Posso, em vez disso, acrescentar:
Mari Alkatiri pode continuar a ser muito importante, determinante mesmo, no processo de construção do Estado em Timor Leste. Naturalmente que é agora sua prioridade ver esclarecidas integralmente na Justiça as responsabilidades criminais que lhe são imputadas. Mas mal possa investir no trabalho parlamentar e partidário pode até tornar-se mais eficazmente influente do que era no Governo, valendo-se da experiência que adquiriu e mais ninguém possui e das competências que lhe são reconhecidas.
Mari Alkatiri pode, pela sua acção no Parlamento, na FRETILIN e nos bastidores contribuir decisivamente para o sucesso do actual governo, chefiado por Ramos Horta. Mas também pode obstaculizar a acção do Governo ou pelo menos dificultar o seu funcionamento.
Só que, se o actual Governo falhar, não será só Ramos Horta que falha. Nem o Presidente Xanana Gusmão que forçou a demissão do anterior Governo e nomeou este. Falha a FRETILIN que o indicou, o integra e o domina. E falhará, sobretudo, a independência de Timor Leste. Pela qual Mari Alkatiri sempre lutou e tantos e tantos timorenses deram a vida.
quarta-feira, 19 de julho de 2006
Médio Oriente - a barbárie à solta
Publicado por
AG
Eu persisto em acreditar na Humanidade. Persisto em crer que razão e emoção nos distinguem no universo animal. E com elas disciplinamos sentimentos, identificamos valores, destrinçamos o bem do mal, comandamos acções e, em sociedade, gerimos interesses contraditórios, com leis e sanções para quem as viole. Por sermos humanos e não animais.
E, nos dias que correm, bem preciso é persistir em acreditar.
Para não nos deixarmos descontrolar pela indignação, a raiva, a impotência, o desespero, a vergonha gerados pela escalada da guerra no Médio Oriente e a destruição crua, cruel de Gaza e do Líbano.
Para não nos deixarmos contaminar pela bestialidade de uma guerra cobarde, centrada no ataque distante, desproporcionado e injustificável contra populações civis indefesas.
Para não nos deixarmos petrificar pela insanidade desumana da super-potência que se proclama fora-da-lei e podia fazer parar a guerra, mas antes a incentiva, recusando-se a exigir o cessar-fogo.
Para afirmarmos que uma tal guerra não serve, não pode servir, Israel. Porque reforça animicamente o Hezbollah e multiplica os ataques contra o povo israelita. Porque reforça e faz o jogo dos seus manipuladores em Teerão e da hidra terrorista por todo o mundo.Mas sobretudo, porque desonra Israel. E desonrando, deslegitima.
E, nos dias que correm, bem preciso é persistir em acreditar.
Para não nos deixarmos descontrolar pela indignação, a raiva, a impotência, o desespero, a vergonha gerados pela escalada da guerra no Médio Oriente e a destruição crua, cruel de Gaza e do Líbano.
Para não nos deixarmos contaminar pela bestialidade de uma guerra cobarde, centrada no ataque distante, desproporcionado e injustificável contra populações civis indefesas.
Para não nos deixarmos petrificar pela insanidade desumana da super-potência que se proclama fora-da-lei e podia fazer parar a guerra, mas antes a incentiva, recusando-se a exigir o cessar-fogo.
Para afirmarmos que uma tal guerra não serve, não pode servir, Israel. Porque reforça animicamente o Hezbollah e multiplica os ataques contra o povo israelita. Porque reforça e faz o jogo dos seus manipuladores em Teerão e da hidra terrorista por todo o mundo.Mas sobretudo, porque desonra Israel. E desonrando, deslegitima.
Vizinhos do país errado
Publicado por
Vital Moreira
«UNICEF estima que haja meio milhão de deslocados no Líbano». Que importa, devem ser todos apoiantes do Hezbollah! E se não são, são apenas vítimas dos "efeitos colaterais" da justa represália de Israel. Azar deles, terem "escolhido" viver no Líbano, sítio perigoso...
Despeito
Publicado por
Vital Moreira
Desde que no ano passado o Governo inscreveu no orçamento para o corrente ano a previsão de crescimento do PIB em 1,1%, não faltaram os que ridicularizaram como megalómano tal cenário, aliás "confortados" nas previsões do BP e das instituições internacionais, sempe abaixo de 1%. Agora que o BP, com base nos dados económicos do primeiro semestre, veio rever em alta a previsão, apontando para 1,2%, acima da previsão governamental, reina nas hostes dos críticos o silêncio do despeito.
Bom sentido
Publicado por
Vital Moreira
Segundo os números relativos ao investimento em "conhecimento" (investigação, software e educação), colhidos no jornal italiano La Repubblica, os primeiros lugares são ocupados, sem surpresa, pela Suécia, seguida dos Estados Unidos e da Finlândia), todos acima dos 4% do PIB. A correlação entre tais investimentos e o desempenho económico é evidente. Portugal vem muito abaixo, atrás da Grécia e da Itália, com menos de 2%. A diferença está à vista e explica muita coisa. Por isso, o reforço dos investimentos nas referidas áreas só pode ser bem-vindo.
terça-feira, 18 de julho de 2006
Livro de reclamações (2)
Publicado por
Vital Moreira
As ligações da Carris para o aeroporto de Lisboa são em geral más. Mas à noite desaparecem, deixando os viajantes à mercê exclusiva dos táxis. Não havendo ligações ferroviárias nem de metropolitano directas (deve haver poucos aeroportos europeus de importância nessa situação), não se compreende o défice de ligações por autocarro. Por exemplo, não se justificaria um "shuttle" entre o aeroporto e a Gare do Oriente, dando acesso rápido a comboios, ao metro e a carreiras rodoviárias suburbanas? Ou será que a Carris tem um acordo secreto com a associação de taxistas?
Livro de reclamações (1)
Publicado por
Vital Moreira
Por várias vezes, nos últimos tempos (ainda ontem, segunda-feira à noite), verifiquei a enorme demora da disponibilização das bagagens no aeroporto de Lisboa, em particular nos voos da TAP. Já não se tolera! Era altura de a companhia aérea verificar o desempenho da empresa responsável por tal serviço.
O massacre de um país
Publicado por
Vital Moreira
Ecoando a propaganda israelita, alguns meios de comunicação de hoje noticiavam que Israel continuou a "destruir as infra-estruturas do Hezbollah". Na verdade, o que Israel está a fazer é a destruir as infra-estruturas do Líbano, arrasando pontes e estradas, bairros urbanos, centrais eléctricas e outros equipoamentos colectivos, etc. E a matar e a deslocar muita gente, lançando todo o país no caos (as agências internacionais falam em quase duas cenetnas de mortos e centenas de milhares de deslocados).
Aliás, no final desta orgia sádica de violência bélica contra um país indefeso, que deixará o Líbano em ruínas, a única coisa que Israel não conseguirá destruir é justamente o Hezbollah (que, como todos os movimentos elusivos, não precisa de infra-estruturas próprias).
Gostaria de ter escrito isto
Publicado por
Vital Moreira
«As políticas de educação postas em prática ao longo das últimas décadas tiveram efeitos que só podem qualificar-se de desastrosos.
A eliminação, durante anos, dos exames nacionais no final de cada grau de ensino não democratizou a educação, mas eliminou a noção de mérito e de esforço e acabou por pôr o ensino básico, obrigatório, em concorrência com formas de entretenimento, numa luta desigual que só podia ditar a derrota da escola.» (Teodora Cardoso, "A educação e a política", Jornal de Negócios de hoje)
A eliminação, durante anos, dos exames nacionais no final de cada grau de ensino não democratizou a educação, mas eliminou a noção de mérito e de esforço e acabou por pôr o ensino básico, obrigatório, em concorrência com formas de entretenimento, numa luta desigual que só podia ditar a derrota da escola.» (Teodora Cardoso, "A educação e a política", Jornal de Negócios de hoje)
domingo, 16 de julho de 2006
"Nem Fidel Castro se esquivou"
Publicado por
Vital Moreira
O meu artigo desta semana no Público, com o título em epígrafe, está agora disponível na Aba da Causa.
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