quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Ali Alatas

A noticia chega-me a meio da noite, de Dili: morreu Ali Alatas.

Pensem o que pensem: procurou compensar o mal feito. Foi ele que fez a Indonésia e os indonésios "dar a volta" relativamente à "perda" de Timor.

Tinha um apurado sentido da História: admirava Portugal e a herança portuguesa no seu país.

A Indonésia presta tributo a um extraordinário diplomata. E eu também a um Amigo.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A ASAE OGMizou-se?

Fiquei estupefacta e preocupada ao ler este comunicado de imprensa da Plataforma Transgénicos Fora do Prato.
A ser verdade o que aqui é referido, temos uma raposa a tomar conta do galinheiro...

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Por um Mundo sem Armas Nucleares




















Há um ano dei a ideia de se organizar esta conferência ao PSE, acreditando que a mudança de Presidente nos EUA abriria novas oportunidades no domínio do desarmamento e da não-proliferação nucleares e justificaria um esforço de articulação entre a UE e os EUA.
Entretanto, a eleição de Barack Obama - que durante a campanha sustentou explicitamente a vontade de trabalhar para um mundo sem armas nucleares - confirma que, da periferia dos debates estratégicos, o desarmamento nuclear passou agora para o mainstream.
Este debate organizado hoje, em Bruxelas, pelo Partido Socialista Europeu demonstrou que as velhas doutrinas nucleares da NATO - elaboradas no contexto da Guerra Fria - são hoje obsoletas face à natureza assimétrica e atomizada das principais ameaças do século XXI.
Que contraste entre o representante da NATO, Guy Roberts, declarando fé inabalável na capacidade das armas nucleares de proteger os bons contra os maus, e Ellen Tauscher, Congressista Democrata americana, que enunciou as medidas a ser gizadas pela equipa de Obama para o reforço da AIEA e o fortalecimento do Tratado de Não-proliferação Nuclear e da restante arquitectura jurídica internacional nesta área!
Como observou o perito americano Joe Cirincione: "Há dois anos a eleição de Obama parecia impossível. Da mesma maneira, um mundo liberto de armas nucleares já não é só utopia."

Gostaria de ter escrito isto

«Sra ministra, importa-se de esclarecer?»
Não foi por causa disto que o ministro da Saúde mudou, pois não!? (Ou foi?)

30 anos

Três décadas demorou a integração dos trabalhadores da banca no sistema geral de segurança social.
Quantas décadas mais serão necessárias para integrar os sectores que ainda continuam de fora?!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

"Falta de motivação"

«PSD: Marco António Costa denuncia desmotivação no grupo parlamentar».
Mas como é que pode haver motivação no grupo parlamentar de um partido desesperançado, com uma liderança errática, que, entre outras coisas, alinha com a esquerda antiliberal no boicote a uma reforma essencial, como a avaliação do desempenho dos professores, que um partido de vocação governamental, como o PSD, não poderia deixar de apoiar, se o sentido de responsabilidade política não cedesse ao mais pedestre oportunismo eleitoralista?!

Prioridade ao investimento público (2)

O plano de recuperação económica anunciado por Barack Obama é acima de tudo um vasto programa de obras públicas (a começar por auto-estradas...).
Em Portugal, uma direita arcaica apoiada na teologia neoliberal continua a diabolizar o programa de obras públicas, em plena crise. Só pode ser para deixar que ela se agrave ainda mais...

Prioridade ao investimento público

Neste artigo, Paul Krugman, o Nobel da economia deste ano, explica por que é que o investimento público, designadamente em infra-estruturas, é essencial neste período de recessão.
A presidente do PSD e os seus economistas ganhariam em lê-lo...

Notícias da crise

Na Espanha há quem preveja que o desemprego possa chegar aos 17% no final do próximo ano.
É por isso que a prioridade da política de combate à crise tem de passar pela manutenção do emprego, a começar pelo investimento público.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Responsabilidade

Penso que a líder do PSD fez bem em chamar à responsabilidade o grupo parlamentar por causa das ausência dos deputados numa votação que poderia ter colocado o Governo em cheque. Mas se o mesmo tivesse sucedido com deputados do PS, e Sócrates tivesse tomado idêntica posição, que coro público não se teria feito contra a "governamentalização do parlamento" e contra o "atentado à autonomia do grupo parlamentar"?!

"As contas são fáceis de fazer"

Tal como outros comentadores, José Manuel Fernandes, hoje no Público, deduz que, se todos os deputados da oposição estivessem presentes ontem à votação da recomendação sobre a suspensão da avaliação de professores, ela teria sido aprovada. Mas isso supõe que os deputados do PS dissidentes teriam votado ao lado da oposição mesmo se o PS estivesse em risco de ser derrotado. Quem conhece o funcionamento dos partidos e da AR sabe, porém, que isso não pode ser dado como adquirido.
[Corrigido]
Aditamento
Em todo o caso, sem desvalorizar a derrota política que o PS sofreria, importa notar que, ao contrário do que parecem supor alguns comentadores, só estava em causa uma recomendação política, que não vinculava o Governo.
Aditamento 2
Como era de esperar, também havia dissidentes do outro lado: «Segundo apurou o CM, alguns deputados [do PSD] não concordavam com o sentido de voto e faltaram por esse motivo.»

Confiança

Face às últimas notícias (e o mais que está para vir...) sobre os esconsos negócios e as equívocas ligações financeiras de Dias Loureiro, o Presidente da República mantém a confiança pessoal e política no seu conselheiro institucional (que tão precipitadamente avalizou em público)?
Para além das amizades e das fidelidades pessoais, há a dignidade das instituições...

PSD-MFL

Estonteante, a luxúria canibalesca.
Nem mesmo o PS na oposição, nos seus piores dias.
(Democracia, sofre!)

O Zé da CE

De apoio em apoio, até à retirada do tapete final!

"Obama must deliver" (2)

Encerrar Guantánamo e mandar investigar os casos de tortura.

Apoios precários

«Louçã admite apoiar candidatura de Helena Roseta à Câmara de Lisboa».
E depois quantos meses demoraria a retirar-lhe o tapete, como sucedeu a Sá Fernandes?!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

O BE e o Zé

O Bloco de Esquerda colou-se a José Sá Fernandes.
Não lhe passava pela cabeça que ele tivesse a veleidade de espingardar como bem entendesse. E sobretudo de espingardar pelo que entende serem os interesses de Lisboa, concertado com o Presidente da Câmara socialista que os lisboetas elegeram.
Tenho pena do BE.
Não é por padecer de maleita sectarista, especialmente virulenta face ao que cheire a PS.
É pela ingenuidade de pensar que poderia controlar o Zé.

Os professores e o ME

De recuo em recuo, até à avaliação final!

O BPN e o Estado

Não é só um caso de polícia.
São muitos e tentaculares.
As revelações da imprensa dos últimos dias, incluindo as do "Público" de hoje sobre as ligações de Dias Loureiro a um traficante de armas e a empresas com rasto no narco-tráfico, são de alarmar qualquer um.
Mas aparentemente não alarmaram ainda o amigo de Dias Loureiro, Professor Cavaco Silva, que veio até entretanto afiançar publicamente não ter elementos para duvidar do personagem que nomeou Conselheiro deEstado.
É caso para perguntar - com amigos destes, para que precisa o Presidente de inimigos?
E ainda - com um Conselheiro desta craveira, por onde parará o Estado?

BPPices

Não percebo.
Não percebo mesmo porque corre o Estado a salvar o BPP - o fundo de especulação dos ricos. Ainda por cima, ricamente rendidos a um rendeiro de "suxexo"...

Olha, renderam-no...

"Rendam o Rendeiro", apelava eu aqui a 22 de Setembro passado, depois de o tirar pela pinta num debate televisivo ....
A pinta que deslumbrou os accionistas do BPP.
Ricos, dizem.
Novos-ricos - se não são, imitam bem.

Azambuada, mas anotando

10 dias do outro lado do mundo, na Papua Nova Guiné e em Timor Leste, ainda me fazem sentir o efeito azambuado do jet-lag.
Cabeça para o artigo que quero escrever sobre Timor, ainda não tive.
Mas uma leitura na diagonal dos jornais dos últimos dias impele-me às notas que se seguem.

A crise do PSD

Ainda há poucos meses, conspícuos comentadores da Direita previam que o desfecho das eleições de 2009 dependeria do evoluir da crise financeira e que as chances de vitória do PSD dependiam do seu agravamento, o que até parecia ter lógica. Agora que as previsões eleitorais do PSD se afundam tanto como a economia, os mesmos comentadores entendem que a culpa é... da crise!
O que não explicam é por que é que Sócrates e o PS não são penalizados pela crise, ao contrário do que antecipavam, e o PSD é. A razão é simples, como várias vezes aqui se explicou. Perante uma crise de origem externa, os eleitores confiam em quem dá mostras de poder conduzir o País com mão firme no meio da tempestade e não em quem o faria naufragar no primeiro escolho.
Enquanto o PSD mantiver esta liderança e esta linha de oposição desgarrada e puramente destrutiva, a crise económica é também a sua crise política.

A Direita agradece a ajuda

"BE quer «retirar maioria absoluta ao PS»", acrescentando que esse «grande objectivo vai para além do Bloco".
Pois vai: para o PSD esse grande objectivo ainda é maior. Como dá mostras de não poder obtê-lo sozinho, agradece a ajuda do BE e do PCP.

"Obama must deliver"

Como hoje recorda o The Economist, entre as tarefas fundamentais do novo Presidente dos Estados Unidos, conta-se resolver um dossier onde todos os seus predecessores falharam: acabar com o conflito israelo-árabe.
E isso só pode ser conseguido na base do reconhecimento da Palestina como Esatdo independente, com as fronteiras de 1967 (sem prejuízo de alguns ajustamentos equitativos), incluindo a libertação dos territórios ocupados e a partilha de Jerusalém, bem como a devolução dos montes Golã à Síria, tudo em troca da garantia internacional da segurança de Israel, se necessário mediante forças de interposição internacionais (como já sucede em relação ao Líbano, desde a última guerra).
Como a história mostra, só os Estados Unidos podem forçar Israel a trocar os territórios ocupados pela paz e pela segurança, porque só eles podem garantir uma e outra. Mas a Europa pode ajudar muito, o que aliás não tem feito.

Notícias da crise

O clima económico não cessa de se agravar. A economia alemã, a maior da zona euro, poderá decrescer até 4% em 2009! Mesmo na melhor das hipóteses (queda de 1% no PIB), será o pior desempenho económico alemão desde a fundação da RFA, em 1949.
Resta saber se a forte intervenção dos governos e a agressiva descida da taxa de juros BCE poderá travar este afundamento da economia, com graves repercussões no emprego e no rendimento das pessoas...
Aditamento
Como não poderia deixar de ser numa econmia globalizada, a crise começa a afectar também as economias emergentes, nomeadamente os BRIC, o que por sua vez se repercutirá negativamente sobre os Estados Unidos e a Europa, com diminuição das exportações para esses países.
Aditamento 2
A maior perda de empregos nos Estados Unidos, desde 1974.

Prioridade ao investimento

Ao anunciar um maciço pacote de intervenção pública para combater a crise, o Presidente Sarkozy declarou enfaticamente que «a resposta à crise é o investimento», para sustentar o emprego e o crescimento económico, e não a ajuda ao consumo.
Tem razão. Entre nós, porém, há na oposição quem proponha a suspensão do investimento público e a descida de impostos...

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

"Ser professor em Portugal"

Vale a pena visitar esta análise comparativa das condições profissionais dos professores em Portugal com referência aos demais países da UE e da OCDE, com base nos dados desta última organização, publicados no relatório de Setembro de 2008, "Education at a Glance 2008: OECD Indicators".
Pelos vistos, há aspectos em que os índices comparativos não nos colocam no fim da tabela. Ainda bem!

Mudança de estratégia?

Não percebo o racional da admissão, neste momento, por Maria de Lurdes Rodrigues da eventualidade de "substituir o modelo de avaliação" no próximo ano.
Parece evidente que essa disponibilidade enfraquece imediatamente a capacidade para implementar o actual modelo este ano, e não o contrário. Nesta altura do campeonato, quando o processo vai adiantado e é imperioso assegurar o direito à avaliação dos professores que a iniciaram, a admissão antecipada de que, afinal, o modelo pode vir a ser substituído a breve trecho só pode lançar dúvidas sobre a sua consistência e sobre a coerência de o impor contra ventos e marés.
O forte apoio político deste Governo -- e as sondagens eleitorais continuam a demonstrá-lo, incluindo a que vai ser publicada este fim-de-semana, já depois da megamanifestação dos professores -- baseia-se na determinação e na firmeza política e não na tergiversação perante grupos profissionais, por mais numerosos que sejam. Não me parece ser esta a altura de mudar de estratégia.
Aditamento
A referida sondagem já se encontra aqui.

Princípio do beneficiário-pagador

«Câmara [de Lisboa] cobra rendas e IMI ao Estado».
Estou de acordo com a pretensão do município de Lisboa de acabar com a cedência gratuita de imóveis seus ao Estado e com a isenção de IMI. Em contrapartida também acho justíssimo que o Estado deixe de suportar os transportes urbanos de Lisboa e que os mesmos passem a ser geridos e financiados pelo Município, como sucede, aliás, com os demais municípios portugueses.