sábado, 12 de março de 2005

Dois em um (2)

A possibilidade de antecipar o referendo europeu para Outubro próximo, em simultâneo com as eleições locais, depende agora do PSD, sem o qual não poderá haver a necessária revisão constitucional extraordinária. Todavia, a primeira reacção, pela voz de Miguel Relvas -- concordando com a ideia da acumulação mas propondo em alternativa a realização do referendo com as eleições presidenciais --, revela o défice de pensamento em que tal partido se encontra. De facto, se existe acumulação que nunca deve ser admitida é entre referendos nacionais e eleições presidenciais, dada a natureza personalizada destas, com o consequente perigo de instrumentalização plebiscitária do referendo.
Ainda há dois dias Marques Mendes, o principal candidato à liderança "laranja", reclamava a celeridade do referendo europeu, insinuando mesmo falta de vontade do PS em promovê-lo; agora que há uma proposta concreta nesse sentido, um membro da direcção cessante vem defender uma solução que, por inviável, atira o referendo para daqui a um ano...

Adenda
Corrigindo Relvas, o provável futuro presidente do PSD, Marques Mendes, veio manifestar concordância com a proposta de Sócrates. Óptimo!