Soares, na apresentação da sua candidatura, esteve acompanhado de uma parte significativa dos amigos de sempre. Teve algo de tocante assistir ao regresso do velho general e ao reencontro com a maioria dos seus lugares-tenente. Também eles mais velhos, aparentemente sem força para mais uma batalha, mas dizendo presente contra a lógica. No entanto, aquilo que é bonito pode tornar-se num problema delicado.
Mário Soares sabe que só poderá ter uma hipótese de ganhar, e é o único candidato à esquerda que a tem, se tiver nas suas mãos as mãos do futuro. Se os seus fiéis soldados de sempre insistirem em estar na primeira fila, em nome de uma amizade de sempre, Soares perderá sem resistência para Cavaco Silva.
Mas se ele descer às ruas na companhia de um exército jovem e optimista então o resultado das eleições poderá ser imprevisível para Cavaco Silva.