segunda-feira, 2 de junho de 2008

Conversas à esquerda

Eu não diabolizo Manuel Alegre e outros socialistas por participarem amanhã num comício-festa com o BE e independentes de esquerda.
Pois se ele há quem no PS advogue e faça pactos à direita! E até quem se preste a fazer com os mais trogloditas e desacreditados representantes da direita negócios e jeitos por debaixo da mesa!
Então por que razão não há-de Manuel Alegre dialogar com a esquerda sobre causas que preocupam a maioria dos portugueses? Isso até pode vir a ser útil ao PS ... (bom seria que certos elementos do BE perdessem a mania de se armar em iluminados da consciência moral da esquerda).
Mas convém não confundir o que devem ser as prioridades para os socialistas nesta conjuntura, em que fazemos face a uma grave crise a nível mundial, com intensas repercussões em Portugal. E a prioridade é despertar o PS, é provocar o debate dentro do PS, é ajudar a criar a massa crítica interna que é indispensável a uma boa governação socialista.
Eu não me calo cá fora, quando entendo que é preciso falar para além dos círculos socialistas. Por isso, muito menos perco a oportunidade de dizer o que tenho a dizer nos órgãos em que tenho assento no PS, diante dos seus mais altos dirigentes, mesmo que isto me valha o ressentimento de quem, na avidez de mostrar serviço ao poder, prefere o unanimismo autista.
Foi isso mesmo que fiz na Comissão Nacional do PS que reuniu sábado passado. Tive pena de não ter por lá, a dizer de sua justiça, o meu camarada Manuel Alegre.