Tenho por seguro que em política nem tudo o que não é ilícito se torna só por isso admissível à luz da ética da responsabilidade política.
No nosso sistema político, em que os deputados são eleitos por via de lista partidária (seja a nível nacional ou europeu), não considero curial que um deputado que abandone o seu grupo político adira a outro. É uma questão de lealdade com os eleitores, que seguramente não o elegeram para representar outro grupo político que não aquele por que foi apresentado aos eleitores.
Pessoalmente nunca tive dúvidas sobre essa regra. Em 1982, em discordância com o PCP por causa da oposição deste à primeira revisão cosntitucional, renunciei ao mandato de deputado; voltei a fazê-lo em 1997, quando entrei em divergência com o PS (pelo qual era deputado independente) sobre a revisão constitucional desse ano.