Vale a pena transcrever alguns excertos.
«O panorama dos comentaristas do "prime-time" das televisões generalistas é, no mínimo, preocupante.
Não sei se este quadro é africano, sul-americano ou asiático. Europeu não é, com certeza. Nem propriamente democrático. Além disso, permite situações ridículas, como aquela que se verifica quando a SIC chama o burgomestre de Lisboa, na qualidade de comentarista, a analisar, sobre a hora, o discurso do Presidente da República. Está em causa a separação entre o espaço do comentário, da interpretação e da análise e o lugar da intervenção dos representantes políticos. Nalguns casos, é demasiado evidente que o "comentarista" deveria estar no lugar de "comentado"...
(...) A opinião cor de laranja ou alaranjada está claramente empolada no nosso universo televisivo. Para isso, concorrem a abstenção da televisão pública (onde não há missas marcelistas, nem quaisquer outras...), o silêncio da entidade reguladora (à espera da extrema unção) e a vontade dos proprietários das televisões privadas. O Governo, pelo seu lado, joga nos três carrinhos e nem precisa de agradecer os elogios à RTP do líder do principal partido da oposição.»
Acrescentei os sublinhados. Se puder não perca o resto no original.