Uma autoridade pública independente, aliás prevista na Constituição, conclui, após pública investigação, que dois ministros cometeram um dos mais graves actos num regime democrático, ou seja, atentar contra a liberdade e a independência dos meios de comunicação social. Em qualquer país democrático onde o conceito de responsabilidade e honorabilidade política tivesse algum sentido hoje seria o último dia do mandato desses ministros. Em vez disso o respectivo líder parlamentar, imitando o seu mestre insular Alberto João Jardim, vem questionar a legitimidade da referida autoridade. Amanhã questionarão a legitimidade do Presidente da República, do Tribunal Constitucional e do próprio povo.
Vêm aí tempos difíceis.