«(...) Susan J. Lee, uma das autoras do estudo [sobre a ausência de dor no feto até um estádio tardio da gestação], é aluna de medicina e antiga empregada da NARAL (http://www.naral.org/). Uma das principais médicas investigadoras, Eleanor Drey, é directora de uma clínica de aborto em S. Francisco e faz parte do Center for Reproductive Health Research and Policy um lobby "pro-choice" da universidade da California. A própria editora da revista em que o "estudo" foi publicado afirmou que, se soubesse dos conflitos de interesse, não os teria publicado.
(...) Isto tudo para não falar no facto de me parecer completamente indiferente a possibilidade do feto sentir dor, em relação à moralidade ou não da IVG/Aborto.»
Filipe d'Avillez
Comentário
1. Mesmo que entre os investigadores do controverso estudo se contem algumas pessoas com possível interesse nas conclusões, isso não basta para aniquilar o resultado: é preciso refutar os seus dados...
2. Se as conclusões do estudo não forem refutadas, cai por terra esse argumento, que se inclui entre os usados nos Estados Unidos contra o direito à realização de abortos tardios (o que não sucede aliás na Europa, onde os prazos da licitude do aborto são em geral muito curtos, e onde tal problema nem sequer se chega a colocar).
3. Na questão da despenalização do aborto é irrelevante a sua "moralidade, ou não" (mesmo que não houvesse alguma relatividade nisso, conforme as circunstâncias de cada caso). São duas ordens diferentes. Há muitas coisas "imorais" que não são crime.