Não acompanho as críticas lançadas contra o programa de fornecimento de computadores e contra a sua promoção mediática.
Se o Estado fornece, gratuitamente ou a preços reduzidos, muitos outros bens ou serviços em espécie, desde sementes e plantas a agricultores até alojamento e refeições aos estudantes, por que é que não há-de poder oferecer computadores no âmbito dos programas de formação e qualificação?
Pelo contrário, o computador é a ferramenta indispensável na nova "sociedade da informação", bem como uma condição essencial de superar a info-exclusão. De que valem o e-government e a e-administration se a generalidade dos cidadãos não puderem utilizá-los? O computador e o acesso à Internet deviam ser considerados como novos direitos sociais.
E o mesmo se diga quanto à publicidade das cerimónias de entrega dos aparelhos, destinada a promover o êxito do programa. São mais virtuosas e justificadas do que as cerimónias de inauguração de uma estrada ou de uma estátua...