Pressões de Marrocos levaram ao cancelamento de um seminário sobre «Cultura Saharaui», que devia decorrer esta semana, na Madeira, com a participação de poetas e peritos dos dois lados do muro de separação entre a frente marroquina e a frente da Polisário - um muro militarizado que se estende ao longo de 2720 km.
O seminário tinha sido planeado no quadro da ONU. Mas nem o envolvimento do ACNUR, nem o carácter cultural e destinado a criar confiança entre partes que estão envolvidas em conversações na ONU, demoveram o Governo de Marrocos de boicotar o encontro.
Rabat tem medo da discussão livre entre marroquinos e saharahuis. E por isso procura impor o silêncio internacionalmente e auto-censura nas cabeças daqueles que vivem de ambos os lados do muro ...
E a presidência portuguesa da UE? Continua de pau, silenciosa e indiferente a uma causa justa, em tudo semelhante à do povo timorense? Que, se não for resolvida, ameaça alimentar um foco de instabilização, à mão de semear de terroristas, aqui mesmo às nossas portas?