"Como pode a UE ser uma força pelo direito e pela segurança humana sem identificar e julgar os criminosos que deixaram refugiados morrer no Mediterrâneo?
Senhora Ashton, Bashar Al Assad não deveria apenas encabeçar a lista de alvos de sanções da UE, deveria estar igualmente na lista de criminosos a ser julgados pelo Tribunal Penal Internacional ou por tribunais europeus, pela repressão brutal contra povo sírio.
Na Líbia, para além de uma representação em Bengazi, a UE já deveria ter enviado a EUFOR. Não apenas para apoiar a assistência humanitária às populações sob ataque, mas também para implementar o embargo de armas pelo mar e fronteiras terrestres, tal como recomendou o Parlamento Europeu. Para isso, não precisamos de outra resolução ou pedido da ONU. Precisamos é de vontade política dos Estados-Membros. Se tomar a iniciativa, Senhora Alta Representante, e confrontar os governos da UE com as suas responsabilidades, terá o forte apoio deste Parlamento.
Finalmente, a reconciliação palestiniana é, realmente, um grande passo para a solução assente na co-existência de dois Estados. Mas a UE não pode continuar com a política de avestruz em relação ao Hamas. Isso só reenquistaria Israel no habitual atavismo de não perder uma oportunidade... para perder uma oportunidade. Senhora Ashton, trata-se também de salvar Israel e não, apenas, de apoiar a Palestina".
Intervenção que fiz no Plenário do PE, no passado dia 11, em debate com a Alta Representante Catherine Ashton sobre recentes desenvolvimentos da política externa da UE