No Conselho Superior da Antena Um, ontem de manhã, expressei os meus desejos para 2012 com governação que nos faça sair da crise. Com pouca esperança que ela venha deste Governo.
Comecei por pedir ao meu partido, o PS, que peça a fiscalização sucessiva da Orçamento de Estado, pela iniquidade e inconstitucionalidade do confisco dos subsídios de férias e de Natal aos funcionários públicos.
Pedi que Assembleia da República, Presidente da República e Governo apelem à responsabilidade social dos portugueses mais ricos, designadamente empresários, para que não continuem a levar o dinheiro que ganham em Portugal para fora do país (e só no último dia de 2011 foram transferidos 4.6 mil milhões de euros, muito mais do que os chineses pagam pela parcela da EDP que compraram, como hoje sublinha um jornal)e tomem medidas para desencorajar comportamentos, porventura legais mas imorais, como a do patrão da Jerónimo Martins, que transferiu a sede para a Holanda para evitar pagar cá mais impostos,a pretexto que vai investir no estrangeiro (se os portugueses preferem investir no estrangeiro, como atrairemos os estrangeiros a investir em Portugal?). Antes que os portugueses se revoltem e decretem campanhas de boicote aos produtos deste azedo Pingo Doce, adverti. Medidas que incluem que Portugal exija na UE a harmonização fiscal, sem a qual a concorrência entre Estados Membros está viciada.
Desejei ainda que Portugal peça a renegociação do acordo com a ‘troika’, visando a descida dos juros, a extensão do prazo de reembolso do empréstimo e a obtenção de recursos para investir no crescimento da economia e na criação do emprego.