Na TVI24 com Henrique Garcia, na sexta feira passada, falei sobre a polémica que para aí vai sobre a Maçonaria. Ou melhor, sobre os Serviços ditos Secretos ao serviço das... maçonarias e das opus dos interesses.
Comecei por uma declaração de (des)interesse - não pertenço à Maçonaria ou a qualquer sociedade do género (quanto a Opus, vá-de-retro! prefiro a Opus Gay, eu que não sou "gay" mas defendo os direitos humanos dos que são). Embora tenha sido por três vezes convidada (na Suiça, em Portugal e nos EUA), por três vezes recusei: em democracia, não entendo as reservas, não me sujeito a secretismos, nem a obediências iniciáticas (o MRPP vacinou-me...) .
Não, não é nenhuma rejeição de princípio da conspiração, da clandestinidade, da reserva, do secretismo: se sentir a democracia em perigo, não hesitarei em trabalhar com quem for preciso, como for preciso, contra forças da opressão: não hesitei antes do 25 de Abril.
Mas democracia é claridade, responsabilização. E, para quem faz política, confiança e transparência perante quem elege.
Não desvalorizo, antes respeito e admiro, o papel histórico fundamental que a Maçonaria desempenhou, no mundo e em Portugal, pelo progresso, a justiça e a própria democracia. A Maçonaria que congrega homens bons (mulheres também) que procuram aperfeiçoar-se. A de homens honrados e dedicados à causa pública e ao bem da Humanidade, como incontestávelmente são, entre nós, António Arnault e António Reis. Que advogam que um Maçon pode/deve assumir-se como tal, assim só elevando a fasquia de exigência pessoal e pública.
Mas, exactamente por isso, confesso a minha maior reserva e suspeição perante homens e mulheres que, sendo Maçons ou membros da Opus Dei, o omitem, o iludem, o escondem, o negam. Em democracia, gente assim não pode ser fiável, nem confiável. E quanto a aperfeiçoamento - só se for do oportunismo, concluio e possível delinquência.