Isto da bimbalhice tem nada a ver com vir da ruralidade de Cebolais de Baixo, do cosmopolitismo de Kinshasa ou da Porcalhota, do bulicio urbano de Londres ou da descontracção provinciana de Vancouver. Tem a ver com horizontes, mundo, "calçadão" como dizem no Brasil.
Aconteceu, mais uma vez, com Álvaro, o doutor que se julgava talhado para superministro da economia, transportes, comunicações e não sei que mais e, afinal, nem a mercearia domina.
Tadinho! hoje deu-lhe para investir nos pastéis de nata... Queixando-se que ninguém lhes ligava e os "franchisava" por esse mundo fora.
O problema não é a ideia, que é boa, tanto como são de comer e chorar por mais uns decentes pastéis nata. Por isso já há muito quem a tivesse passado à pratica.
O problema é que Álvaro não tem mesmo "calçadão" nenhum: vivesse lá na "estranja" onde viveu, nunca topou além da confeitaria da esquina.
E por isso nunca reparou que há cadeias de "franchising" de pastéis de nata por todo o mundo, de Nova Iorque a Jakarta, do Rio de Janeiro a Toronto, passando por Singapura. E até, em regra, dando crédito à origem lisboeta da iguaria. Nuns casos em cadeias exploradas por portugueses, noutros por estrangeiros com paladar e jeito para o negócio - coisa que Álvaro claramente não tem, qualquer que seja o ramo, pois nem a mais elementar prospecção de mercado consegue fazer, apesar de pagar bem a umas assessoras e pêras, lá na Horta Seca.
Mas nem tudo se perde: e se a gente investir antes em "franchisar" o "Álvaro", bimbo de borracha para ajudar a relaxar mesmo os mais sisudos cidadãos?