terça-feira, 3 de maio de 2016

Falsificação

1. A esquerda radical e os demais adversários do tratado de comércio e de investimento que está em negociação entre a UE e os Estados Unidos (conhecido oficialmente por TTIP) rejubilam com a revelação de alegados documentos "secretos" feita pelo Greenpeace na Holanda, alegando que eles confirmam a sua rejeição do acordo.
Sem nenhuma razão, porém.

2. Primeiro, os tais documentos são tudo menos secretos. Todos estão acessíveis a todos os deputados europeus e todos governos e deputados dos Estados-membros, como se mostra aqui (a lista dos chamados "textos consolidados", agora revelados ao público, está no fim do documento). E no caso dos documentos da União todos são acessíveis ao público em geral por iniciativa da Comissão.
Segredo de polichinelo, como se vê.

3. A divulgação dos "textos consolidados", que permite conhecer publicamente as posições dos EUA (até agora de acesso reservado aos deputados e governos), não confirma nenhum dos argumentos dos opositores ao TTIP.
Pelo contrário, trata-se de um cabal desmentido das suas acusações, pois verifica-se que nas negociações com os Estados Unidos a Comissão Europeia:
- não se afastou em nada das suas posições publicamente assumidas;
- não fez nenhuma concessão, nem aceitou nenhuma proposta americana para baixar os padrões de segurança alimentar, de defesa do ambiente e dos direitos dos consumidores europeus;
- não aceitou nenhuma proposta que implicasse uma obrigação de modificação da legislação europeia.
Tiro pela culatra, portanto.