segunda-feira, 6 de junho de 2016

Congresso

Foi quase unanimemente ratificada a aliança do PS com a extrema-esquerda parlamentar, como se ela não fosse a base parlamentar de uma solução de governo conjuntural e tivesse vocação de continuidade para além dele.
Com isso foi substancialmente alterado o xadrez político nacional e a posição do PS nele. Em vez da tradicional trilogia direita-PS-esquerda de protesto, com um PS tão distante (ou mais) da segunda quanto da primeira, passamos a ter uma bipolarização direita-esquerda, com o PS a liderar o bloco à esquerda.
Resta saber se a aliança de esquerda tem pés para andar depois da "geringonça" e se, alinhado à esquerda, o PS mantém a capacidade de atração do centro sociológico, que dita as vitórias eleitorais..

Adenda
O PS deveria agradecer a Francisco Assis a quebra da unanimidade celebratória da aliança do PS à esquerda. Receio bem que no dia em que o PS perder o seu pilar social-democrata liberal, perderá também a sua condição estrutural de partido de governo, que nunca deixou de ser nestas quatro décadas de democracia.