1. Este estudo do Banco de Portugal revela que desde o início da crise em 2008 até 2017, apesar da retoma económica desde 2014, a produtividade manteve-se praticamente estagnada, ao nível de toda a economia, com a maior parte das empresas concentradas no grupo menos produtivo (cerca de 10 000 euros por trabalhador), muito abaixo da mediana.
Tal como era de esperar, o estudo também mostra que a produtividade é relativamente maior nas empresas ligadas ao comércio externo, sobretudo as empresas exportadoras, o que cofirma um argumento clássico a favor do comércio internacional.
2. Além de limitar a competitividade do País, comprometendo a balança comercial externa, a estagnação da produtividade constitui também um enorme constrangimento ao aumento de salários e à melhoria do nível de vida dos trabalhadores.
Sem melhoria substancial dos fatores da produtividade - qualificação dos trabalhadores, capital empresarial, eficiência da gestão, inovação -, Portugal está condenado a crescer "poucochinho" e a continuar a perder posições no ranking dos países da União, em favor daqueles em que a produtividade sobe consistentemente.
Adenda
Um leitor observa, com razão, que a correlação entre empresas exportadoras e maior produtividade é a inversa da sugerida no texto. De facto, em princípio, é a maior produtividade que as torna competitivas no mercado internacional, embora, depois, a concorrência internacional as obrigue a melhorar continuamente a produtividade.