O Bloco de Esquerda propõe que o Estado viole o contrato sobre a capitalização do Novo Banco através do Fundo de Resolução, alimentado por contribuições anuais do setor bancário e, na insuficiência destas, por empréstimos do Estado (obviamente remunerados e até um teto ainda não atingido), como vem sendo feito até aqui, sem problemas. Em alternativa defende que novas necessidades de capitalização do NB sejam financiadas diretamente pelos demais bancos, tornando-se acionistas daquele!
É evidente que, para além da flagrante violação das obrigações contratuais e políticas do Estado, uma tal solução seria rejeitada pela banca e nunca passaria no BCE, em Frankfurt. Mas, além de tornar evidente o radicalismo e a leviandade política do Bloco, essa proposta realiza pelo menos um dos seus objetivos, manter o NB sob mira dos mercados, gerando incerteza e dificultando a sua recuperação.
A ideia é manifestamente estoirar com o Novo Banco, como elo mais fraco do capital internacional em Portugal, mesmo se criando um novo foco de instabilidade sistémica que afetaria toda a banca nacional.