segunda-feira, 26 de junho de 2023

Bicentenário da Revolução Liberal (47): O "direito às Cortes" de José Liberato

Eis mais uma contribuição da minha coautoria com José Domingues para um melhor conhecimento da Revolução Liberal de há dois seculos, que foi, acima de tudo, uma revolução constitucionalista, tendo por objetivo primordial a aprovação de uma constituição para o País, pondo fim à monarquia absoluta e ao seu despotismo político.

Nessa perspetiva, ninguém contribuiu doutrinariamente mais para esse empenho do que José Liberato, que, desde o seu exílio em Londres, à frente do seu periódico, O Campeão Português, procedeu a uma crítica demolidora do absolutismo e concebeu e apresentou publicamente, entre 1819 e 1821, um projeto constitucional assente na soberania da Nação, na separação de poderes, no papel essencial das Cortes e nas liberdades individuais, ou seja, as traves-mestras do moderno constitucionalismo. Até aqui pouco estudada, essa proposta do eminente conimbricense é agora objeto desta investigação aprofundada, que há muito merecia ter. 

Editado pelas publicações da AR, o livro vai ser lançado publicamente na próxima sexta-feira, na Feira do Livro de Coimbra, pelas 15:00.

Adenda
Por coincidência, além deste estudo agora publicado, que assinala no seu preâmbulo a celebração dos 250 anos do nascimento de Liberato decorridos no ano passado (1772), há um outro evento expressamente destinada a assinalar essa efeméride, que é uma exposição sobre a vida e obra do autor na Biblioteca Nacional de Lisboa, organizada pela devotada Comissão Liberato, de Coimbra. O título da exposição, "De Loreto e Spartacus", recorda, respetivamente, o nome eclesiástico e a nome maçónico do autor, e o cartaz da exposição (ao lado) reproduz o retrato do autor datado de 1821, no seu regresso a Lisboa. Merece ser visitada.