Acossado por mais um protesto agrícola, o novo PM do Governo Macron veio reiterar a oposição gaulesa ao acordo comercial entre a UE e o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), argumentando que ele prejudica os interesses dos agricultores franceses, por causa da liberalização, aliás quantitativamente limitada, de importação de carne de vaca e outros produtos agrícolas daqueles países, sobretudo do Brasil.
Não pode deixar de censurar-se esta posição francesa contra o acordo, o qual tem o apoio de uma maioria de Estados-membros, em particular de Portugal e da Espanha, e que, além das vantagens políticas nas relações com os países do Mercosul, proporciona substanciais vantagens tanto aos consumidores europeus (incluindo os franceses), como aos exportadores europeus de bens e serviços (incluindo os franceses).
O interesse geral dos consumidores e da economia da União não podem continuar reféns do restrito , mas poderoso, lobby agrícola francês, aliás altamente beneficiário de PAC da UE, ou seja, dos impostos dos cidadãos europeus. É tempo de a vontade da União Bruxelas prevalecer sobre a abusiva oposição protecionista de Paris.