Blogue fundado em 22 de Novembro de 2003 por Ana Gomes, Jorge Wemans, Luís Filipe Borges, Luís Nazaré, Luís Osório, Maria Manuel Leitão Marques, Vicente Jorge Silva e Vital Moreira
quinta-feira, 20 de março de 2008
"As estradas do apartheid"
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Vital Moreira
... ou "estradas só para israelitas" na Cisjordânia ocupada. Ocupação é humilhação, é humilhação, é humilhação...
Citações
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Vital Moreira
«Toda a gente parece estar de acordo: é preciso pacificar o conflito aberto na Educação, pois nenhuma reforma no ensino é possível contra os professores. Ora, olhando para a realidade das últimas décadas, é fácil perceber que esta ideia não faz qualquer sentido. Todas as reformas na educação foram feitas contra os professores e a muito custo.» (Leonel Moura, Jornal de Negócios)
quarta-feira, 19 de março de 2008
Capitalismo financeiro
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Vital Moreira
O dedo na ferida
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Vital Moreira
«É impossível fechar um serviço de finanças, um quartel militar, um posto da PSP, um posto da GNR, um centro de saúde, uma maternidade, uma escola primária vazia, um tribunal ou qualquer outro serviço público sem que isso desencadeie manifestações motivadas pelo medo, pela ignorância, pelo oportunismo de autarcas e, mais recentemente, manifestações anónimas espontâneas organizadas por partidos que querem ter na rua a representatividade política que os portugueses não lhes deram no parlamento.»
Vale a pena ler o resto, aqui.
Vale a pena ler o resto, aqui.
"O partido dos interesses instalados"
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Vital Moreira
Na área do centro-direita, os mais lúcidos diagnosticam e inquietam-se com a deriva conservadora e reactiva do PSD.
Acordo ortográfico
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Vital Moreira
A última "arma" de Vasco Graça Moura contra o Acordo Ortográfico consiste em impugná-lo juridicamente. Mas não tem razão.
Decorre do Protocolo Modificativo, acordado em São Tomé em 2004, que tanto este como o Acordo Ortográfico entram em vigor a partir da terceira ratificação. Como isso já se verificou com o Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, tanto o Acordo como o Protocolo já estão juridicamente em vigor em relação a esses três Estados desde 1 de Janeiro de 2007.
Como já aqui expliquei, Portugal já tinha ratificado o Acordo em 1991, que não chegou a entrar em vigor, por não ter sido ratificado por todos; porém, quando ratificar o Protocolo adicional, e uma vez que já se verificou a terceira ratificação por ele exigida, ambos os instrumentos convencionais passam a vincular imediatamente o nosso país, tanto na ordem internacional, face aos demais Estados ratificantes, como na ordem doméstica, sem necessidade de nenhuma lei de transposição interna (de resto, nem o Tratado nem o Protocolo admitem "reservas").
O mesmo sucederá com os demais países da CPLP, à medida que forem ratificando os dois instrumentos.
Decorre do Protocolo Modificativo, acordado em São Tomé em 2004, que tanto este como o Acordo Ortográfico entram em vigor a partir da terceira ratificação. Como isso já se verificou com o Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, tanto o Acordo como o Protocolo já estão juridicamente em vigor em relação a esses três Estados desde 1 de Janeiro de 2007.
Como já aqui expliquei, Portugal já tinha ratificado o Acordo em 1991, que não chegou a entrar em vigor, por não ter sido ratificado por todos; porém, quando ratificar o Protocolo adicional, e uma vez que já se verificou a terceira ratificação por ele exigida, ambos os instrumentos convencionais passam a vincular imediatamente o nosso país, tanto na ordem internacional, face aos demais Estados ratificantes, como na ordem doméstica, sem necessidade de nenhuma lei de transposição interna (de resto, nem o Tratado nem o Protocolo admitem "reservas").
O mesmo sucederá com os demais países da CPLP, à medida que forem ratificando os dois instrumentos.
Ingenuidade
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Vital Moreira
Quem abre uma fresta numa barragem sob pressão arrisca-se a levar com uma enxurrada em cima. A Ministra Ana Jorge não devia ter deixado a mínima dúvida, desde o início, de que estava fora de causa reabrir o dossier dos serviços encerrados.
O agressor agredido
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Vital Moreira
Ao contrário de uma teoria corrente entre jornalistas, penso que os políticos também têm direito ao bom nome e reputação. Mas um dirigente político como Alberto João Jardim, que muitas vezes ofende da forma mais soez quem o incomoda (incluindo os jornalistas), deveria abster-se de accionar judicialmente os que, na qualidade de jornalistas, se sentem no direito de retorquir, ainda que de forma menos canónica, aos seus destemperados ataques pessoais.
Quem, sem razão, agride, não deve depois queixar-se de ser agredido.
Quem, sem razão, agride, não deve depois queixar-se de ser agredido.
Correio da Causa: Circuncisão
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Vital Moreira
«Em atenção ao que escreveu nesse post, devo lembrar-lhe que a ideia que coloca faz muito mais sentido do que a proibição dos piercings. A não ser que tal se justifique por razões médicas, certas formas de circuncisão (designadamente as utilizadas nos Estados Unidos) roçam a mutilação genital. Para não falar da barbaridade (entretanto creio que proibida na Suécia) que é a circuncisão neonatal efectuada sem anestesia, recorrente nas comunidades judaicas (sem prejuízo da realizada por volta dos 7-8 anos de idade nas comunidades islâmicas) e muitíssimo comum nos Estados Unidos. (...)
Em bom rigor, a circuncisão sem razões médicas deveria assim ser proibida antes dos 18 anos. Há vários estudos que demonstram que dela podem decorrer perdas designadamente ao nível do prazer sexual. No mínimo dos mínimos proíba-se que seja realizada sem anestesia. Mas, acima de tudo, porque se trata de uma decisão de terceiros sobre o corpo de outra pessoa.»
Pedro S.
Em bom rigor, a circuncisão sem razões médicas deveria assim ser proibida antes dos 18 anos. Há vários estudos que demonstram que dela podem decorrer perdas designadamente ao nível do prazer sexual. No mínimo dos mínimos proíba-se que seja realizada sem anestesia. Mas, acima de tudo, porque se trata de uma decisão de terceiros sobre o corpo de outra pessoa.»
Pedro S.
Comboios
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Vital Moreira
«Os números apresentados durante o Eurailspeed, o 6 Congresso Mundial de Alta Velocidade, que termina hoje em Amesterdão, mostram que um TGV emite quatro quilos de CO2 por cada 100 passageiros-quilómetros transportados, ao passo que essa cifra é de 14 quilos num automóvel e de 17 no avião. Por outro lado, a quantidade de litros de gasolina necessários para transportar cem passageiros por quilómetro é de 2,5 no TGV, seis no automóvel e sete no avião».
Vale a pena ler o resto nesta notícia do Público. Duas conclusões: (i) é imperioso obrigar o transporte aéreo a internalizar no preço os seus custos ambientais; (ii) vale a pena investir na alta velocidade ferroviária para o transporte interurbano.
Vale a pena ler o resto nesta notícia do Público. Duas conclusões: (i) é imperioso obrigar o transporte aéreo a internalizar no preço os seus custos ambientais; (ii) vale a pena investir na alta velocidade ferroviária para o transporte interurbano.
terça-feira, 18 de março de 2008
"Luta de classes no sector público"
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Vital Moreira
«Numa democracia representativa, a interpretação e a prossecução do interesse geral cabe aos órgãos democraticamente eleitos. Não estamos num "Estado sindical", em que coubesse aos sindicatos um direito de veto sobre a legislação ou a governação. Claro que não podem descartar-se os procedimentos da democracia participativa, que devem ser meticulosamente observados; mas no fim do dia quem tem competência para decidir é o Parlamento e o Governo. Evidentemente, os sindicatos gozam de todo o direito de protesto através de manifestações e greves, que constituem um legítimo poder de pressão sobre os decisores políticos, nomeadamente pela ameaça de punição eleitoral futura; mas no final o poder político mantém toda a liberdade e toda a responsabilidade de decisão, arrostando se for caso disso com uma eventual perda de apoio em futuras eleições. É o Governo, e não os sindicatos, que vai a votos e que responde pelas suas políticas.»
(Do meu artigo de hoje no Público).
(Do meu artigo de hoje no Público).
O Tibete
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Vital Moreira
Para além de um imenso mercado e de uma potência económica e militar, a China combina uma ditadura do Partido Comunista, sem liberdades políticas, com uma espécie de capitalismo selvagem, sem direitos laborais nem respeito pelo ambiente. O pior de dois mundos, portanto. Mas, desse modo, consegue o apoio dos capitalistas, que não se importam com a ditadura do PCC, e o apoio dos comunistas, que fingem não ver o capitalismo selvagem.
O Tibete é a vítima dessa ambivalente conspiração de silêncio. Imaginem que a repressão que ocorre lá neste momento tinha lugar noutro lado? Não foi a Sérvia massacrada pela Nato por causa da repressão no Kosovo? Não verbera a esquerda comunista a repressão dos curdos na Turquia? Qual é a diferença do Tibete!?
O Tibete é a vítima dessa ambivalente conspiração de silêncio. Imaginem que a repressão que ocorre lá neste momento tinha lugar noutro lado? Não foi a Sérvia massacrada pela Nato por causa da repressão no Kosovo? Não verbera a esquerda comunista a repressão dos curdos na Turquia? Qual é a diferença do Tibete!?
Gostaria de ter escrito isto
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Vital Moreira
A propósito da banalização do fascismo. Ou o mal e a caramunha.
Acordo ortográfico
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Vital Moreira
Já se sabia que Isabel Pires de Lima, ex-Ministra da Cultura, não era adepta do acordo ortográfico, a que não deu seguimento enquanto governante. Mas o seu artigo no semanário Sol da semana passada sobre o assunto incorre em dois erros. Primeiro, o Acordo ainda só está juridicamente em vigor para os três Estados da CPLP que o tinham ratificado e que ratificaram também o protocolo adicional de 2004 (Brasil, Cabo Verde e São Tomé), que permitiu a sua entrada em vigor desde que ratificado por três países (e não todos os da CPLP). Segundo, a próxima ratificação desse protocolo adicional pelo nosso País, que ratificou o Acordo logo em 1991, tornará este imediatamente aplicável em Portugal, embora só se torne oficialmente obrigatório ao fim de seis anos, como foi anunciado.
Quanto à sua efectiva aplicação em todo o espaço lusófono, é de esperar que Portugal use os meios diplomáticos necessários para levar os países que ainda o não fizeram a ratificar tanto o Acordo como o protocolo de 2004 (Guiné, Angola, Moçambique e Timor), bem como a combinar com todos eles, especialmente com o Brasil, uma data comum para a sua entrada em vigor efectiva, desde logo nos textos oficiais (diário oficial e demais documentos oficiais).
Aditamento
Para uma breve introdução ao acordo ortográfico, ver este artigo na Wikipédia.
Quanto à sua efectiva aplicação em todo o espaço lusófono, é de esperar que Portugal use os meios diplomáticos necessários para levar os países que ainda o não fizeram a ratificar tanto o Acordo como o protocolo de 2004 (Guiné, Angola, Moçambique e Timor), bem como a combinar com todos eles, especialmente com o Brasil, uma data comum para a sua entrada em vigor efectiva, desde logo nos textos oficiais (diário oficial e demais documentos oficiais).
Aditamento
Para uma breve introdução ao acordo ortográfico, ver este artigo na Wikipédia.
segunda-feira, 17 de março de 2008
Bipolarização espanhola
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Vital Moreira
Importei para a Aba da Causa o meu artigo da semana passada no Público sobre as eleições espanholas. Termina assim:
«Comparando com Portugal, para além da ausência de partidos regionais, é fácil ver que, embora seja possível detectar também uma certa tendência para uma lenta bipolarização entre nós, se mantém uma notória diferença entre o quase duopólio partidário espanhol e o "pentapartidismo" português. Eis aqui outro aspecto em que, pelo menos por enquanto, não convergimos com Espanha...»
O ultimato
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Vital Moreira
Tendo já passado o prazo-limite que a Fenprof deu à Ministra da Educação para provar se «merece continuar à frente do Ministério», qual é o veredicto da federação sindical? Condenou a ministra, absolveu-a, ou vai dar-lhe uma "moratória"? Ou simplesmente, num improvável acesso de sensatez política, deu-se conta de que os ministros não respondem politicamente perante os sindicatos, tal como, aliás, os dirigentes sindicais não respondem perante o Governo?...
A crise
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Vital Moreira
A crise financeira norte-americana assume contornos cada vez mais inquietantes, após o banco de investimentos Bears Stearns ter sido vendido numa operação relâmpago ao JP Morgan Chase ao desbarato, por 2 dólares/acção, depois de na 6ª feira passada ter fechado a 30 dólares, o que faz duvidar da credibilidade das demais cotações financeiras. Em consequência da incerteza, o dólar afunda para uma desvalorização histórica, enquanto aumentam os receios de uma recessão económica nos Estados Unidos.
Até onde resistirá a Europa ao vendaval financeiro do outro lado do Atlântico? A julgar pelo comportamento das bolsas europeias, a globalização financeira também inclui a exportação da incerteza...
Aditamento
A opinião de Paul Krugman: «The unthinkable is about to become the inevitable.»
Aditamento 2
Onde estão os campeões ultraliberais do capitalismo financeiro desregulado?
Até onde resistirá a Europa ao vendaval financeiro do outro lado do Atlântico? A julgar pelo comportamento das bolsas europeias, a globalização financeira também inclui a exportação da incerteza...
Aditamento
A opinião de Paul Krugman: «The unthinkable is about to become the inevitable.»
Aditamento 2
Onde estão os campeões ultraliberais do capitalismo financeiro desregulado?
"E os brincos?"
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Vital Moreira
Concordo com esta crítica à proposta de deputados do PS para restringir o "piercing". E já agora, por que não proibir também a circuncisão antes dos 18 anos?
Cidade feliz
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Vital Moreira
domingo, 16 de março de 2008
A guerra
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Vital Moreira
Passam agora cinco anos sobre a "cimeira dos Açores" que marca início da guerra do Iraque.
Ainda há quem apoie a guerra e ache que a situação está a melhorar (também era difícil piorar...). Mas há coisas que não podem ser apagadas: a mentira da justificação da guerra (a inventona das "armas de destruição maciça"), a violação do direito internacional (agressão injustificada), a invasão, destruição e ocupação do País, as dezenas de milhares de mortos, e milhões de deslocados e de refugiados, o agravamento do terrorismo.
Ainda há quem apoie a guerra e ache que a situação está a melhorar (também era difícil piorar...). Mas há coisas que não podem ser apagadas: a mentira da justificação da guerra (a inventona das "armas de destruição maciça"), a violação do direito internacional (agressão injustificada), a invasão, destruição e ocupação do País, as dezenas de milhares de mortos, e milhões de deslocados e de refugiados, o agravamento do terrorismo.
Apoio
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Vital Moreira
O comício do PS no Porto não regateou apoio à Ministra da Educação. Ainda bem!
sábado, 15 de março de 2008
Sociologia dos média
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Vital Moreira

Manifestações provocatórias
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Vital Moreira
Condenando finalmente a manifestação provocatória (para além de ilegal) contra o comício do PS de hoje, à qual poderia ser associado, vem o PCP considerar que «os protestos devem ser dirigidos ao poder político (...) e não a instalações ou actividades partidárias».
E, desta vez, diz bem o PCP. Mas uma coisa é dizer, outra é praticar. É de registar que o PCP não condenou idênticas manifestações pseudo-espontâneas recentemente ocorridas em Lisboa e em Bragança, sendo aliás indesmentível que ao longo destes meses a própria Fenprof, braço sindical do PCP, organizou acções semelhantes contra reuniões do PS em vários locais do País.
E, desta vez, diz bem o PCP. Mas uma coisa é dizer, outra é praticar. É de registar que o PCP não condenou idênticas manifestações pseudo-espontâneas recentemente ocorridas em Lisboa e em Bragança, sendo aliás indesmentível que ao longo destes meses a própria Fenprof, braço sindical do PCP, organizou acções semelhantes contra reuniões do PS em vários locais do País.
Concorrência
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Vital Moreira

À beira de terminar o seu mandato, o Governo mantém silêncio sobre as suas intenções. Se decidir nomear outro presidente, a pior coisa que poderia suceder era a escolha incidir sobre alguém que pudesse ser interpretado como menos firme na defesa da concorrência do que Mateus. Um governo de esquerda moderna e responsável não pode tergiversar na defesa da concorrência como instituição essencial de uma economia de mercado eficiente e de protecção dos interesses dos consumidores.
sexta-feira, 14 de março de 2008
Marcas na história
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Vital Moreira
De entre as muitas reformas do Estado e do sector público em curso, nenhuma poderá deixar marca mais profunda, até pelo seu duradouro impacto no futuro para o País, do que a reforma do ensino.
Para além da modernização do Estado e do País, a grande marca de esquerda deste Governo consiste na reforma do Estado social no sentido da universalidade, da igualdade de acesso, da qualidade, da eficiência e da sustentabilidade das suas instituições, a começar pela escola pública. No caso da educação, trata-se ainda por cima de contribuir decisivamente para a igualdade de oportunidades e para o desenvolvimento humano do País.
Os grandes desígnios políticos não podem ceder perante os protestos sindicais e o fácil cálculo político. É nestas alturas que se vê a diferença entre os estadistas que merecem deixar marcas na história e os meros governantes.
Para além da modernização do Estado e do País, a grande marca de esquerda deste Governo consiste na reforma do Estado social no sentido da universalidade, da igualdade de acesso, da qualidade, da eficiência e da sustentabilidade das suas instituições, a começar pela escola pública. No caso da educação, trata-se ainda por cima de contribuir decisivamente para a igualdade de oportunidades e para o desenvolvimento humano do País.
Os grandes desígnios políticos não podem ceder perante os protestos sindicais e o fácil cálculo político. É nestas alturas que se vê a diferença entre os estadistas que merecem deixar marcas na história e os meros governantes.
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