domingo, 22 de maio de 2011

Na linha da frente: o povo em armas, como pode.







A caminho da linha da frente, acompanhando Mohammed Chebani que vai saudar os bravos da Shebab (juventude), passamos por dezenas de tanques e carros queimados e retorcidos. Apenas a 20 minutos da entrada de Benghazi a aviação francesa destruiu-os, assim impedindo o massacre da cidade ("Merci, Sarkozy" digo eu também, apesar de não gostar do personagem...).
Terroristas, chama-lhes o tirano Khadaffi e os poucos apoiantes que ainda não fugiram da sua corte (sãos mais os de cá que se qgitam cá fora, os que com ele faziam negociatas à custa do povo líbio).
Verdadeiros combatentes pela libertação, chamo-lhes eu, que com eles confraternizei nos improvisados check-points e na "linha da frente", 10 km a oeste de Ajdabia, 160km a sul de Benghazi.
Uma trincheira de areia escavada ao longo do deserto. Uma torre de linhas telefónicas de onde se avistam, com binóculos, cerca de 3.000 tropas de Khadaffi. 1.400 jovens e alguns menos jovens espalhados ao longo da trincheira. Uma só tenda para descansarem. Uns vestem camuflados, de todas as cores e feitios. Uns calçam botas, outros ténis, um até havaianas. Nas mãos as armas que puderam arranjar, umas sacadas nos quarteis de Khadaffi, outras trazidas por um carregamento qatari em troca de um barco de petroleo que os rebeldes conseguiram fazer sair do terminal de Tobruk, que Khadaffi não conseguiu destruir. Nas carrinhas pick-up umas peças de artilharia que não sei identificar, muitas com ar artesanal.
Falo com eles. Todos me cumprimentam efusivamente, apertando-me as mãos, por ser do "Parlemen Oropi" e quando digo que sou de Portugal desfiam-me o Mourinho, o Cristiano Ronaldo, o Porto, uns ainda perguntam pelo Figo e pelo Nuno Gomes...
Só encontrei um militar e outro policia. Todos os outros nunca tinham pegado em armas. Eram engenheiros, médicos, estudantes, comerciantes, empregados. Largaram tudo para vir para a frente, combater para libertar o pais de Kadhaffi: "you know, a job you can always get another. Not another country!", disse-me um jovem engenheiro civil que trabalhava na Halliburton.
De fato sem gravata, os meus acompanhantes querem ficar na fotografia na linha da frente. Ahmed Chebani era advogado de direitos de autor em Vancouver, onde o pai perseguido por Khadaffi, estava exilava dezenas anos. Largou tudo no final de Fevereiro para vir parar ao "operations center" da guerra contra Khadaffi. O outro, Mourad Hmeima, era embaixador em Genebra, em Novembro recebera-me, numa delegação do PE, em Tripoli para discutir o acordo-quadro que a UE estava a negociar com Khadaffi. Largou a embaixada em Genebra no dia 25 de Fevereiro, deixou mulher e filhos no Cairo temporariamente e veio trabalhar para libertar o seu país do torcionário Khadaffi. Ajudou-me a organizar a visita e explicou-me o que queria dizer o que me gritavam os miudos "Libia, Hourra, hourra! Khadaffi atla barra!": Libia livre, livre! Khadaffi para a rua!

Benghazi hourra! o povo destruiu Katiba al Fadil








A libertação da Líbia começou no dia 17 de Fevereiro de 2011, quando o povo se revoltou corajosamente. Porque foram presos familiares e advogados que se manifestavam pelos mortos massacrados na prisão de Abu Selim, anos antes. E depois os manifestantes cresceram e foram atacados pelos esbirros de Khadaffi. Uns dias depois o povo entrou pelo covil dos assassinos, o quartel Katiba El Fadil no centro de Benghazi. Muros destruidos, edificios incendiados (só a mesquita continua intocada), prisões subterraneas abertas, centenas de prisioneiros libertados, escavada a fossa comum para que haviam sido atirados os corpos dos soldados e policias que se haviam recusado a disparar sobre o povo.
Familias inteiras visitam agora os edificios esventrados. Silenciosamente, a lembrar mortos e torturados...

Libios agradecem apoio à libertação






Eles não são terroristas.
Têm um sonho: o de uma Líbia democrática.
Substituiram os antes omnipresentes cartazes do tirano pela velha bandeira nacional, a da guerra de libertação colonial (disse-me um miúdo de 13 anos "nós nem sabiamos que a tinhamos, na escola e em todo o lado eramos obrigados a venerar a verde do assassino Khadaffi...")
Agradecem a quem os está apoiar ("Merci, Sarkozy", gritaram-me jovens em diversos lados). Pintam as bandeiras dos paises que mostram estar a ser amigos da libertação. (não vi a portuguesa).

Benghazi - lembrando os mortos por Khadaffi







Praça do Tribunal em Benghazi, dia 18 de Maio, às 10 horas da manhã

Benghazi hourra (Benghazi livre)






Lojas abertas, mercados de rua abastecidos com tudo, sinais de tráfico respeitados - alguns sinais da ordem e normalidade que o CNT - Conselho Nacional Transitório - e os cidadãos líbios souberam criar nas cidades libertadas do país, apesar da anormalidade do conflito e do sofrimento da população de Tripoli e de outras cidades ainda reféns de Khadaffi (fotos desta semana em Benghazi, identicas a muitas outras que tirei em El Marj, Darna, Tobruk e nas povoações ao longo da estrada de mais de 500 km entre Benghazi e a fronteira com o Egipto).

Libya Hourra (Libia Libertada)






Benghazi, dia 19 de Maio, do Terraço do Hotel Tibesty

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Eleições e Governo

Regista-se o consenso político nesta matéria: deve ser chamado a formar governo o partido que ganha as eleições, qualquer que seja o seu score eleitoral (em 1985 Cavaco Silva foi chamado a formar governo, tendo ganho as eleições com menos de 30% dos votos). Sempre foi assim no actual regime constitucional, por efeito da própria Constituição, que aponta nesse sentido, e por efeito de uma prática estabelecida, que entretanto se tornou verdadeiro costume constitucional.
No caso de o partido vencedor não ter maioria absoluta, só se pode partir para outras hipóteses de governo, sem o partido vitorioso, se este renunciar a formar governo ou se for logo demitido por efeito da rejeição do programa do governo, para o que é preciso uma maioria absoluta. (Até agora nenhum goveno foi derrubado desse modo, ressalvado o caso atípico de um "governo de iniciativa presidencial", em 1978.)
Evidentemente, no nosso sistema constitucional o PR pode entender exigir, justificadamente, que o governo a formar disponha de maioria absoluta, mas se o partido vencedor não conseguir prencher essa condição mediante coligação com outro partido, o Presidente terá de ponderar se deve assumir a responsabilidade política de optar por chamar a formar governo outros partidos marginalizando o partido vencedor.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

DSK - mais lá, que cá...

O homem tem grande reputação política e económica em França, (nos socialistas, mais entre eles, do que elas), estava a obter resultados a "socializar" o FMI e parecia calhadinho para arrumar com o «minable» Sarko.
A cena com a empregada do hotel em NY pode ser armadilha, mas também pode não ser. A ver vamos.
Jantei com ele, numa mesa com mais cinco ou seis pessoas, em Dijon, há uns anos. E, confesso, não gostei.
DSK não se importaria nada com a reputação de mulherengo, pelo contrário, fazia parte do personagem deliciar-se com ela. Mas ela agora presta-se a tornar verosímil a acusação. Seja verdadeira ou falsa.
Homens tão inteligentes, como tolinhos, abundam. Lá, como cá.

Taxar o capital

Eu concordo com o BE e PCP quando exigem que as medidas de ajustamento economico incluam uma taxa sobre as transações financeiras, incluindo as bolsistas. E a taxação dos lucros das empresas sedeadas no off-shore da Madeira. E ainda a taxação de todas as transferências de capitais para quaisquer off-shores.
Indesculpável é que se tenham eximido a ir dizê-lo, de viva voz, à Troika.
Que interessa que tratem o tema no discurso político, se a eficácia continua a ser nula?
Mostrem que servem para alguma coisa.
Precisamos de resultados nesta matéria.

Abrir os olhos à UE

Melhor fora que discutissemos os juros exorbitantes que a UE nos quer cobrar pelo empréstimo que nos força contrair.
Para que quem nos represente esta semana no ECOFIN e outras reuniões europeias passe incisivamente a mensagem de que juros tão usurários e punitivos, além de imorais, são contraproducentes. Não apenas do ponto de vista dos interesses de Portugal. Dos da Europa, também.

Catroika lusiada

Pen...nudências, discutiram-se esta semana. Porque rimam com ... coelhos, tentou explicar-me um amigo.
Enfim, passando-se, o Prof. Catroga passou definitivamente a Catroika.
A mim, mais do que as suas pen...udências, incomodaram-me as grotescas comparações hitlerianas e a verborreia destrambelhada a propósito de tudo e de nada - o programa do PSD que redigiu, corrigiu e revê em moto-contínuo, as "porcarias" que acha que nos foram legadas pela sua geração, o apoio ao líder do seu partido que mal conhecia, porque antes teria escolhido Rangel na ultimas directas, disse ao I...
À conta de tanta incontinência mental, verbal e epistolar, esperamos que nos tenha definitivamente desamparado um futuro governo, quaisquer que sejam os resultados eleitorais.

LIMPAR PORTUGAL. E o Mundo também

Foi adoptada esta semana no Parlamento Europeu uma declaração de que sou co-autora e que contou com a assinatura de mais 405 eurodeputados.

Declara o apoio do Parlamento ao movimento cívico que se tem espalhado pela Europa e que tanto sucesso teve em Portugal em 2009, através da iniciativa Limpar Portugal, que juntou milhares de voluntários por todo o país na recolha de toneladas de lixo.

O movimento procura agora estender-se à escala global, com a escolha de um dia no ano de 2012 - Let´s Do It - World Cleanup 2012 - em que milhões de voluntários se mobilizarão para limpar os seus países e chamar a atenção das autoridades e da sociedade em geral para a acumulação ilegal de resíduos e para a protecção do ambiente em geral.

A UE e o Mediterrâneo

"Como pode a UE ser uma força pelo direito e pela segurança humana sem identificar e julgar os criminosos que deixaram refugiados morrer no Mediterrâneo?
Senhora Ashton, Bashar Al Assad não deveria apenas encabeçar a lista de alvos de sanções da UE, deveria estar igualmente na lista de criminosos a ser julgados pelo Tribunal Penal Internacional ou por tribunais europeus, pela repressão brutal contra povo sírio.
Na Líbia, para além de uma representação em Bengazi, a UE já deveria ter enviado a EUFOR. Não apenas para apoiar a assistência humanitária às populações sob ataque, mas também para implementar o embargo de armas pelo mar e fronteiras terrestres, tal como recomendou o Parlamento Europeu. Para isso, não precisamos de outra resolução ou pedido da ONU. Precisamos é de vontade política dos Estados-Membros. Se tomar a iniciativa, Senhora Alta Representante, e confrontar os governos da UE com as suas responsabilidades, terá o forte apoio deste Parlamento.
Finalmente, a reconciliação palestiniana é, realmente, um grande passo para a solução assente na co-existência de dois Estados. Mas a UE não pode continuar com a política de avestruz em relação ao Hamas. Isso só reenquistaria Israel no habitual atavismo de não perder uma oportunidade... para perder uma oportunidade. Senhora Ashton, trata-se também de salvar Israel e não, apenas, de apoiar a Palestina".


Intervenção que fiz no Plenário do PE, no passado dia 11, em debate com a Alta Representante Catherine Ashton sobre recentes desenvolvimentos da política externa da UE

UE: em crise aos 61 anos

No dia seguinte à União Europeia celebrar os 61 anos de construção, constatei na rubrica "Conselho Superior" da ANTENA UM que muito mal vai essa construção, com os governos europeus falhando em toda a linha, desde no incumprimento das obrigações internacionais de protecção aos refugiados ao desrespeito pela liberdade de circulação, sem falar na incapacidade de dar resposta às crises financeira e económica. De que Portugal é uma das vítimas, porque um dos elos economicamente mais fracos desta UE, que criou a moeda única sem assegurar os mecanismos de convergência económica que a deveriam sustentar .

sábado, 14 de maio de 2011

Treinador de bancada (3)

Num regime de base parlamentar como o nosso, as eleições parlamentares são também a escolha do governo e do primeiro-ministro. Como sempre, só há duas alternativas, o PS ou o PSD, ou seja, hoje, Sócrates ou Passos Coelho.
Não é preciso grande elaboração para ver que se trata de duas opções bem distintas, não só em termos ideológicos e programáticos, mas também em termos de liderança, experiência, maturidade, previsibilidade e confiança dos dois líderes e dos dois governos.
O PS não pode deixar de explorar até ao fundo esse confronto. À experiência, à segurança e ao profissionalismo do PS de Sócrates contrapõe-se a imaturidade, o amadorismo, a imprevisibilidade, o aventureirismo e a incontinência retórica do PSD de Passos Coelho.
Enquanto o PS tem no seu activo uma vasta experiência em enfrentar e vencer crises económicas e financeiras (1976-77, 83-85, 2005-08), o PSD só pode ser lembrado por aquelas que deixou ao PS (1981-83, 2002-04), não tendo nunca passado por uma provação dessas.
Quanto às previsíveis equipas, não pertencem ao mesmo campeonato. Para além da inexperiência, impreparação e insegurança de Passos Coelho, a simples ideia de ver à frente do País, nas actuais circunstâncias, os mais loquazes dirigentes do PSD não pode tranquilizar ninguém.
Decididamente, os tempos não estão para amadorismos nem para aventuras políticas.

Outras tribunas

Importei para a Aba da Causa os dois últimos artigos na minha coluna semanal no Público, ambos sobre o programa eleitoral do PSD, um sobre a privatização do SNS e outro sonbre a privatização do sistema público de ensino.
Ambos explicam a nova religião neoliberal do PSD, de pagar os cuidados de saúde privados e a escola privada à custa da asfixia financeira do SNS e da escola pública.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Finalmente, uma boa ideia

Sucede mesmo aos mais desastrados líderes políticos, de vez em quando terem uma boa ideia. Assim acontece com Passos Coelho, ao mostrar "abertura" ao estabelecimento de um imposto europeu para financiar directamente a UE, em vez das actuais contribuições orçamentais nacionais:
«Passos Coelho (...) revelou a "abertura" do PSD para que a UE possa ser financiada directamente pelos contribuintes. O designado imposto europeu não significa necessariamente um novo imposto, antes a afectação directa aos cofres comunitários de parte de uma taxa já existente, que substituiria as transferências para Bruxelas através do OE.» (Jornal de Negócios)
Muito bem. Trata-se rigorosamente da mesma ideia que defendi há dois anos, nas eleições europeias. Na altura fui "cruxificado" pelo PSD, bem como pela imprensa. Será que desta vez a ideia já é boa e de aplaudir, só por vir do próprio PSD?!
O problema é que, como já nos habituou, o mesmo PSD pode amanhã vir desdizer o que hoje disse...

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Estão a mangar connosco

«Portas: racionalização das juntas em vez de extinção freguesias» -- da imprensa de ontem.
O programa de ajuda externa a Portugal determina a "redução substancial" do número de freguesias e municípios, o que pode ser feito naturalmente por agregação das existentes, podendo até agregar os nomes originários na designação das novas autarquias. O objectivo é obviamente poupar o custo das sedes, instalações, serviços, pessoal, etc.
Paulo Portas subscreveu o acordo, mas já está a tratar da maneira de o não cumprir, trocando a redução das freguesias pela redução das juntas de freguesia, mantendo as freguesias, como se fosse a mesma coisa...

Notícias que nunca serão manchete

«Alunos do ensino profissional mais do que triplicam [em cinco anos]» -- Diário Económico.
Evidentemente não merece destaque uma notícia positiva e que contradiz a tese da "década perdida", que a Direita inventou e a imprensa difundiu.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Programa do PSD (3)

O PSD diz que as eleições devem ser um "plebisctio à responsabilidade de Sócrates".
Segundo fontes vem informadas, o PSD vai provar que Sócrates foi o responsável pela crise bancária nos Estados Unidos em 2008, pela crise bancária e económica na Europa em 2009, pela crise orçamental na Grécia e na Irlanda no ano passado e pela persistente crise social em Espanha!...
Decididamente, o PSD não aprende nada. Depois de ter travado a campanha de 2009 em torno da "asfixia democrática", com o resultado que se viu, quer agora insistir de novo num fantasma.
Como se concluía há pouco tempo de uma sondagem de opinião, uma grande maioria dos portugueses sabe que, nas circunstâncias, a crise teria existido qualquer que fosse o governo, e que nenhum faria melhor. Ao contrário do que supõe o PSD, os portugueses não estão muito interessados em saber como se chegou aqui, mas sim em saber como se sai daqui., sem aproveitar a crise para transformar o País num laboratório de teste de uma agenda ideológica de cariz neoliberal.

Programa do PSD (2)

O PSD garante que «não vai aumentar impostos«.
Mas, como se sabe, só o cumprimento do acordo de ajuda financeira com a UE e o FMI vai implicar aumentos em quase todos os impostos. E a proposta do PSD de reduzir a contribuição patronal para a segurança social, a compensar com uma subida no IVA, implicará um agravamento global deste em mais 2-3%!
Só podem estar a mangar connosco! O PSD começa muito mal a sua campanha eleitoral.

Programa do PSD (1)

Já se temia, mas a obsessão neoliberal do programa do PSD vai além do que se poderia prever.
Tudo se reduz em desmantelar o Estado, asfixiando o seu funcionamento (entrada de 1 funcionário por cada cinco que saem!), privatizando a propriedade ou a gestão de serviços públicos (desde a RTP aos centros de saúde), substituindo a prestação de serviços públicos pelo financimento público de serviços privados (escolas). Onde não desaparece, o Estado passa a simples pagador de serviços privados.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Eu se fosse do PSD estaria muito inquieto...

É óbvio que o PSD decidiu rejeitar o PEC IV e derrubar o Governo (com a prestimosa ajuda da extrema-esquerda) apenas porque tinha como certo que nas presentes condições o PS estaria eleitoralmente fora de combate e que o PSD ganharia folgadamente as eleições antecipadas, quiçá com maioria absoluta sozinho, mantendo de reserva o CDS, com quem já tinha cuidado de assegurar um acordo de governo. Era "trigo limpo"!
Apesar do evidente descomando da estratégia política do PSD desde então, o seu lider, embora sem nenhuma convicção, tem continuado a falar como se já estivesse no Governo e a maioria absoluta estivesse ao seu alcance. Lamentavelmente para eles, as sondagens de opinião mostram que a própria vitória pode estar em causa, pois já há várias a colocar à frente... o PS!
Se este for o resultado eleitoral, o máximo que o PSD e Passos Coelho poderão vir a aspirar é partilhar o poder com o PS e com... Sócrates, que queriam "varrer" do Governo. Ou me engano muito, ou no PSD há neste momento cada vez mais gente a duvidar da oportunidade do derrube do Governo (não faltaram avisos lá dentro...) e da competência da liderança do partido...

De que se queixam?

O PCP diz com razão que o programa UE/FMI é «uma versão agravada do PEC IV», o BE faz eco e repete que ele é «o PEC IV com alguns gravamentos».
Mas de que se queixam, se não de si mesmos? Quando se juntaram à Direita para rejeitar o PEC e derrubar o Governo do PS, não sabiam que isso só poderia precipuitar o pedido de ajuda externa e que o programa de austeridade só poderia ser mais, e não menos, duro do que aquele que friamente rejeitaram? Não foi isso exactamente o que no fundo pretenderam, para assim terem mais capital de queixa na campanha eleitoral e na oposição ao próximo governo, qualquer que ele seja?!

Notícias que nunca serão manchete (2)

«Entre 1993 e 2008 duplicou a proporção do rendimento total auferido pelos 5% da população mais pobre». -- revista Visão, citnado um estudo.
Obviamente se tivesse baixado já seria manchete!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Notícias que nunca são manchete

«Portugal entre os 15 melhores países do mundo para se ser mãe».
Se estivéssemos entre os 15 piores, isso sim, já mereceria manchete.

Os derrotados da troika (5)

Nas "baixas" da troika inclui-se também o movimenrto das escolas privadas em luta contra a redução dos pingues subsídios públicos, que até foi queixar-se à troika, e que sai totalmente derrotado, pois o programa de ajuda externa não só não lhes dá razão como apoia totalmente a redução desses subsídios.

Os derrotados da troika (4)

Entre os derrotados da troika conta-se o sector das farmácias, que vêm as suas confortáveis margens de comercialização sensivelmente reduzidas, em proveito dos utentes e do SNS.
A poderosa ANF, que até agora vergou todos os governos, não conseguiu impressionar a UE e o FMI. Certos poderes só são gigantes à escala doméstica...