terça-feira, 9 de junho de 2015

A UE e a Rússia

"A Rússia iniciou a agressão, com a ocupação ilegal da Crimeia, em violação do Protocolo de Budapeste de 1994. Prossegue-a no Donbass, não só contra a independência da Ucrânia: contra o direito internacional e a paz e a segurança globais.

Não queremos a guerra, estamos e sempre estivemos abertos a dialogar com Moscovo, apesar da lista negra bloqueando políticos europeus. Por isso temos de aplicar sanções económicas, financeiras e outras, por muitos interesses económicos e outros que sejam afectados.

Putin conta com desunião europeia. Troquemos-lhe as voltas: as sanções terão de ser reforçadas, se a Russia continua a violar os Acordos de Minsk. Mas importa direccioná-las: o povo russo já tem de aguentar a mordaça e o aventureirismo impostos pelo regime autoritário de Putin! É fundamental que a UE apoie politica e financeiramente defensores de direitos humanos, bloguistas, meios de comunicação social independentes, académicos e ONGs, enfim a sociedade civil independente na Rússia".

(Minha intervenção de 1 minuto no debate em plenário do PE, esta manhã, sobre o estado das relações UE-Rússia).

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Portucaliptal

«Portugal tornou-se a pátria mundial do eucalipto, mais do que a própria Austrália. O eucaliptal não cessa de se expandir, dos vales às montanhas, dos terrenos esqueléticos aos de vocação agrícola, à beira de rios e de albufeiras. Se não o é já, o eucalipto está em vias de se tornar a principal espécie arbórea do país, antes do pinheiro e do sobreiro.»
Eis a introdução da minha coluna semanal de ontem no Diário Económico.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Um pouco mais de decência política, sff

Aumentar agora a remuneração dos juízes quando todas as outras remunerações no setor público vão continuar congeladas é uma exceção inadmissível (tanto mais que elas não são propriamente baixas) . Seria ainda mais injustificável se se mantivesse o regime excecional de pensões dos juízes, que não obedece às regras normais do sistema de pensões (no caso dos juízes o aumento das remunerações arrasta a subida automática das respetivas pensões).
O que é de estranhar desde logo é que a proposta tenha sido feita pela Ministra da Justiça. Imagine-se que todos os demais ministros apareciam na véspera de eleições com propostas de elevação dos remunerações dos funcionários do seu setor específico (o ministro da Defesa em relação aos militares, o Ministro da Administração Interna em relação aos polícias, o ministro da Educação em relação aos professores, etc.). Há propostas que ficam a dever pouco à decência política.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Ainda a lista VIP e outras injustiças fiscais


"Lendo o relatório da IGF - estrutura tutelada pelo próprio Ministério das Finanças, que também tutela a Autoridade Tributária inspeccionada -  vê-se que tem por objectivo ilibar o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de quaisquer responsabilidades, confinando-as aos dirigentes da AT já afastados. E vê-se que outro objectivo é atacar o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, que publicamente denunciou a existência da lista VIP que o Governo negava existir. 
Mas, sem querer, o relatório da IGF acaba por deixar rabo de fora mostrando que o objectivo da dita lista VIPezinha era de facto "assegurar eficazmente a proteção de titulares de cargos políticos" através do "controlo apertado do acesso aos respectivos dados"... E, de caminho, corrobora os dados acabrunhantes já revelados pela CNDP, de que reina a maior balda quanto ao sigilo fiscal - centenas ou milhares de indivíduos - ex-funcionários, estagiários e consultores de companhias privadas contratadas - fazem o que querem, sem qualquer controlo, para aceder aos seus ou aos meus dados fiscais..
...
No meio da bagunça, há outras preocupantes situações que passam despercebidas e não merecem atenção de relatórios oficiais: uma delas é o agravamento contínuo das injustiças fiscais e o balanço daquilo que todos os dias é dado em benefícios fiscais às empresas - e que é pago à custa dos impostos de milhões de trabalhadores. Deixo aqui um exemplo: O Banco de Portugal revela que no ano de 2013, já em plena crise, o atual governo deu às empresas 1.042 milhões de € de benefícios fiscais. Isto é, as empresas receberam em 2013 mais 17 por cento de benefícios fiscais do que no ano anterior.
Ora, enquanto as empresas receberam um presente-extra de 17 por cento de benefícios fiscais - a somar ainda ao desconto fiscal da nova tabela do IRC - os trabalhadores tiveram de suportar um aumento de 35 por cento no IRS - o maior da história!"

(Extracto da minha crónica de hoje no Conselho Superior, ANTENA 1, que transcrevi na íntegra na ABA DA CAUSA aqui: http://aba-da-causa.blogspot.com/2015/06/ainda-a-lista-vip-e-outras-injusticas.html)

sábado, 30 de maio de 2015

Disputa presidencial

A decisão de Rui Rio de avançar já com da candidatura à presidência da República significa que fica de lado a hipótese de manter em aberto a opção pela liderança do PSD em caso de derrota da coligação nas eleições legislativas de Outubro.
Sendo para todos os efeitos o candidato da coligação de direita, o seu ponto de partida é baixo e pode agravar-se em caso de derrota pesada da coligação. Em todo o caso, Rio é seguramente o candidato da sua área mais capaz de disputar o eleitorado do centro, tanto mais que o seu avanço limita as hipóteses de M. R. de Sousa e de Santana Lopes .
Seja como for, a candidatura de Rio estabelece desde já o quadro mais provável da disputa presidencial (Rio versus Nóvoa) e, contra as ideias de muitos, ela vai correr em paralelo com a disputa das eleições legislativas.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Hierarquia militar

Se um conjunto de militares se dirige ao Presidente da República, que é o Comandante Supremo das Forças Armadas. numa atitude de protesto coletivo contra o legislador e de desafio dos deveres de respeito e de contenção militar, o mínimo que se exige daquele é recusar recebê-los.

Adenda
«Oficiais das Forças Armadas em protesto impedidos de se aproximar do Palácio de Belém». É óbvio que só lá foram para ser impedidos.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

terça-feira, 26 de maio de 2015

Desafios da justiça em Timor Leste - o caso Tiago Guerra/Fong Fong

"Espero que a investigação avance rapidamente, agora que o escroque Bobby Boye  já se deu por culpado nos EUA e forneceu no mês passado detalhes sobre cúmplices e como operou o golpe de transferir determinadas quantias do Fundo de Petróleo de Timor para uma sua empresa fictícia, sem qualquer  relação com outra transferência bancária que levantou suspeitas sobre os vizinhos portugueses.
Bem sei que as autoridades judiciais timorenses tentaram impedir a expulsão dos magistrados portugueses, certamente por sentirem que ainda necessitavam do seu apoio e por afirmação da sua própria independência face aos poderes executivo e legislativo. Bem sei que confrontada com o embuste "Bobby Boye" deslindado pelos EUA, mais desafiada se sente a justiça timorense a dizer de sua justiça. Mas a capacidade conta e muito: trágico e prejudicial para a imagem de Timor Leste seria tentar fazer justiça prolongando uma injustiça"

(Transcrição da minha crónica desta manhã no Conselho Superior, ANTENA 1, integralmente reproduzida na ABA DA CAUSA, aqui  http://aba-da-causa.blogspot.com/2015/05/os-desafios-da-justica-timorense-o-caso.html).


Visitando Tiago Guerra com o Embaixador de Portugal em Dili - esta manhã, cadeia de Becora

Estranha opção

E por que é que a Ministra das Finanças, em vez de insistir no corte das pensões em pagamento -- que, por mais defensável que pudesse ser financeiramente, já foi considerado constitucionalmente inviável pelo Tribunal Constitucional, a não ser no contexto de uma (impossível) reforma geral dos sistema de pensões, que não está na agenda política --, não propõe uma reforma bem mais justificada e fácil (e porventura mais consensual), como é a eliminação das pensões douradas do Banco de Portugal e da CGD, dos juízes e diplomatas?
Além da poupança na segurança social, uma tal reforma eliminaria um gritante privilégio corporativo, que escandalosamente passou incólume o programa de austeridade. E em vez de suscitar problemas de constitucionalidade, eliminaria uma óbvia inconstitucionalidade.

Obviamente

Alguém podia explicar a esta senhora duas coisas elementares, a saber: (i) que o BES foi efetivamente "nacionalizado" sob a forma do Novo Banco, cujo capital pertence a um fundo público; (ii) que, se em vez da "resolução" do BES e criação do NB,  tivesse havido nacionalização propriamente dita daquele, o Estado tinha assumido não somente o capital do BES mas também as suas responsabilidades com investidores e credores, gerando mais um gigantesco "buraco" para as contas públicas.
Por isso, a nacionalização do BES teria sido uma estupidez política e financeira, "obviamente".

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Cambio


Sim, o panorama político mudou muito em Espanha. Apesar de ficarem aquém das previsões de há poucos meses, os dois novos partidos (Podemos e Ciudadanos) impuseram grandes perdas aos dois partidos tradicionais. Sem maiorias absolutas, a maior parte dos governos regionais e municipais vão ser de coligação com os novos partidos.
O PSOE não consegue desbancar o PP como partido mais votado ao nível nacional, o que não augura nada de bom para as eleições parlamentares do fim do ano. Em Barcelona, os independentistas perdem o município para uma coligação protagonizada pelo Podemos e os dois partidos nacionais tradicionais ficam reduzidos a partidos quase marginais.
A fragmentação partidária em Espanha e o fim do bipartidismo são uma realidade.

Adenda
Ao contrário de algumas antevisões precipitadas, nada de semelhante se passa em Portugal, onde o sistema partidário revela uma notável estabilidade (não havendo também partidos regionais, proibidos pela Constituição). Sendo provável que novos partidos obtenham representação na próxima AR, tudo indica que ela será escassa e não chegará para alterar as tradicionais equações de governo.

domingo, 24 de maio de 2015

Procedimentos democráticos

O Primeiro-Ministro precipitou-se ao anunciar a sua decisão de reconduzir Carlos Costa como governador do Banco de Portugal. Não por causa do nome escolhido (que também considero a melhor opção depois da provação do caso BES) mas sim porque não deveria haver tal anúncio sem informar primeiro o líder da oposição (como mandam as boas regras democráticas) e porque a nomeação só pode ser efetuada depois de o indigitado ter passado pela audição parlamentar recentemente decidida pelo Parlamento sob proposta do PS.
Numa democracia madura o respeito pelos procedimentos conta. Desconsiderar ostensivamente a oposição e o Parlamento não revela um elevado sentido democrático.

sábado, 23 de maio de 2015

Por que é que a Grécia falha


Este gráfico, comparando a evolução das exportações em Portugal e na Grécia, mostra por que é que a Grécia continua a patinar e vai precisar de um terceiro resgate (se entretanto não entrar em rotura orçamental). A resposta é a falta de crescimento das exportaçõesEnquanto não conseguir aumentar a competitividade externa da economia, a Grécia não tem solução para os seus problemas económicos e financeiros.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Concordo (3)

Há muito que defendo que a ADSE não faz sentido desde a criação do SNS e que era um privilégio injustificado (e inconstitucional) o sistema de saúde próprio para os funcionários públicos financiado pelo Estado.
Mercê da subida das contribuições dos beneficiários no últimos anos, a ADSE deixou de ser financiada diretamente pelo Estado, mas continua a ser gerida pelo Estado e a constar do orçamento do Estado. Por isso, parecendo afastada a sua extinção (como propus há quase uma década), a solução correta é retirar a ADSE da órbita do Estado, entregando a sua gestão aos beneficiários e abri-la a toda a gente.
Se é esta a ideia do PS, concordo.

Assim vai esta País

A pedido um familiar a residir no estrangeiro foi entregar à PSP a sua carta de condução para cumprimento de uma sanção acessória de inibição temporária de condução. Pois não pude cumprir o pedido porque a esquadra de trânsito da PSP de Coimbra só aceita a entrega pelo próprio ou com procuração do próprio! Perante o meu protesto a burocrata de serviço limitou-se a argumentar que não foi ela que fez as leis.
É um puro absurdo exigir uma procuração para fazer entrega de uma carta, quando essa entrega é obrigatória para cumprir uma sanção. O Ministério da Administração Interna deveria envergonhar-se da tal lei (se existe) e dos burocratas que tem. Decididamente, a PSP precisa de um Simplex a sério, que poupe os cidadãos à sua burocracia absurda.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Salvar Palmira


Património da Humanidade pela UNESCO, Palmira, a jóia da civilização romana da Síria, está em vias de ser tomada e destruída pelo "Estado islâmico".
Os Estados Unidos e a União Europeia, cujas intervenções no Iraque e na Síria geraram o "Estado islâmico", têm agora a obrigação de salvar Palmira. A história não nos perdoará.

Gostaria de ter escrito isto

«Todas as nossas televisões, incluindo a de serviço público, seguem hoje o modelo da Correio da Manhã TV. Por isso repetem até à náusea qualquer remota cena de violência».

Constituição mínima


Cabeçalho da minha coluna semanal de ontem no Diário Económico. Contra os adeptos da Constituição mínima.

Discordo (2)

«Os socialistas defendem o regresso ao horário de trabalho de 35 horas semanais para os funcionários públicos.»
Não é somente os custos orçamentais acrescidos em mais pessoal ou mais horas extraordinárias. É sobretudo uma questão de igualdade entre o setor público e o setor privado. Vai o PS propor também 35 horas para as empresas privadas?

Concordo (2)

«Costa quer decisões mais rápidas do TC».
Com efeito, deve haver prazo para as decisões do TC em fiscalização sucessiva.

Discordo

«PS admite suspender prova de avaliação dos professores».
O PS defendeu, e bem, a avaliação dos professores, tal como a de todos os servidores públicos. Não lhe fica bem agora propor a sua suspensão.

Concordo

«PS quer "maioria sólida de 2/3 no Parlamento" a aprovar grandes obras públicas».
Eis o verdadeiro pacto de regime.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

TTIP


Hoje estou aqui, no Fórum da Competitividade, num debate sobre a "Parceria Transatlântica de Comercio e Investimento".

Os bons (?) velhos tempos


Com Portugal a liderar o crescimento da compra de automóveis, indicador claro da retoma do clima económico, há quem pense que é preciso estimular ainda mais o consumo mediante aumento de rendimentos e de despesa pública...

terça-feira, 19 de maio de 2015

Governo festeja saída da troika, mas troika não saiu dele..

"(...) há dias em que mesmo a um compulsivo mistificador, como Passos Coelho, lhe foge a boca para a verdade:  ele gabou-se publicamente de como nos tinha feito engolir, sem querer saber de dores e efeitos secundários, o remédio amargo e abrasivo que  aviou junto da troika. Havemos bem de o  lembrar no dia de ir votar nas próximas eleições: é que não nos poderemos queixar da mistela, se continuarmos a deixar tal curandeiro tratar da saúde do país, como aquele inglês que tratou da saúde ao seu cavalo..."

(Transcrição da minha crónica desta manhã no Conselho Superior, ANTENA 1, que pode ser lida na íntegra aqui http://aba-da-causa.blogspot.fr/2015/05/governo-festeja-saida-da-troika-mas.html)

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Sondagem (2)

Com os resultados da sondagem eleitoral (ver post anterior), não se vislumbra hipótese de maioria parlamentar absoluta (que requer cerca de 45% dos votos). Excluindo a hipótese de uma "coligação de esquerda" (que continua tão impossível como sempre e cuja simples admissão custaria ao PS a vitória eleitoral), assim como de um ménage a trois entre o PS e a coligação de direita, as possibilidades de um governo com maioria parlamentar não se afiguram muitas.

Adenda
Ao contrário das manchetes de alguns jornais, nem Passos Coelho nem António Costa excluíram a hipótese de uma coligação entre os dois partidos. O que tanto um como outro disseram foi que não há hipótese de um governo a três (PS+PSD+CDS), o que parece óbvio, como se diz acima. Só que, tendo o PSD feito a coligação eleitoral com o CDS, uma eventual coligação de governo com o PS pressupõe desfazer a coligação com o CDS depois das eleições.

Sondagem (1)


Esta sondagem hoje disponibilizada no Expresso é importante porque surge já depois da apresentação do relatório económico do PS e da formalização da coligação eleitoral PSD-CDS/PP.
O dado mais evidente é a consolidação da liderança do PS, mercê de uma pequena subida sua (agora acima dos 38%) e da baixa da coligação em relação à soma dos dois partidos governamentais (como aqui se tinha antecipado)
Quanto aos demais partidos, nada muda globalmente, continuando a somar o mesmo score. Os dois novos partidos (Livre e PDR) confirmam o sua pequeno impacto eleitoral (como aqui sempre se previu), sendo provável que desçam ainda mais.
Se a coligação de direita não tem margem de crescimento na sua área (que ela ocupa toda), também não existe grande espaço para o PS crescer à sua esquerda. Tudo se joga, portanto, nos indecisos que povoam o centro político e na lógica do "voto útil" à esquerda.
Mas com o quadro político no fundamental definido, a clara vantagem do PS à partida é um importante ativo eleitoral. Ponto é que não o desperdice.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Preocupação (2)

Imagino que, para quem andou este anos a denunciar a austeridade como mãe de todos os males e como condenação do País a uma "espiral recessiva" sem fim, seja difícil "engolir" o facto de a recessão ter acabado -- embora com muito atraso em relação ao previsto e mais sacrifícios do que os necessários (como sempre disse) -- e o país estar a crescer desde o final de 2013, à conta do aumento da procura interna e externa, retoma agora sustentada e espevitada pelos juros baixos e pela desvalorização do euro (cortesia do BCE), pela baixa do preço do petróleo e pela retoma no resto da Europa.
Mas pergunto se faz algum sentido político negar a evidência, que não deixa de existir e de ser percecionada só por ser negada. E preocupa-me a questão de saber se este inconsistente estado de negação ajuda em alguma coisa a apear a coligação de direita do Governo. Não bastam as profundas sequelas sociais da crise?
[revisto]

Preocupação (1)

Apesar de eu não ver alternativa séria à privatização da TAP e à concessão dos transportes de Lisboa e do Porto (como meio de salvar a primeira e de melhorar o desempenho dos segundos), posso compreender a oposição política do PS.  Já me pergunto se faz muito sentido a ameaça de reverter uma e outra, se vier a ser governo. Primeiro, compromissos desse género costumam ser efémeros e correm o risco de não serem levados a sério (quem ainda se lembra do compromisso de reverter a fusão de freguesias ou o mapa judiciário?); segundo, desfazer operações dessas fica muito caro ao orçamento (que não vai ter folga para isso). Não bastaria, portanto, um prudente compromisso de reavaliação futura da situação?
Mas o que me preocupa verdadeiramente é saber se algum destes compromissos reversionistas avulsos ajuda no que quer que seja o PS a chegar ao poder.

quarta-feira, 13 de maio de 2015