A 21 de Abril estreará no Teatro da Trindade uma peça cujo protagonista masculino tinha de ser brasileiro. Há poucos dias, finalmente, ele chegou.
Dois dias depois de aterrar, ainda a sofrer do jet-lag, sem conseguir adaptar-se à comida, sozinho em Lisboa, o actor de meia-idade - em tempos um galã de novela brasileira - foi chamado, fora de horas, para a sessão fotográfica de promoção do espectáculo.
Foi aí que confirmei a impressão de que este homem está triste. Ao vê-lo fatigado, dorido, a ensaiar poses sucessivas para 3 fotógrafos que falavam depressa demais para este brasileiro acabado de chegar - "Oi? Hein?" - percebi que Tóquio era mesmo apenas uma metáfora. Bob também podia ser brasileiro e Tóquio Lisboa.
Não é a vida que imita a arte.