Segundo uma investigação de uma ONG dos Estados Unidos, de que o Público deu notícia, as empresas norte-americanas já ganharam contratos no Afeganistão e sobretudo no Iraque no valor de mais de 8 mil milhões de dólares, depois da guerra. Entre elas estão várias com ligações ao Governo dos Estados Unidos (incluindo a célebre Halliburton); quase todas são generosas contribuintes financeiras das campanhas políticas de Bush.
A notícia só pode surpreender os ingénuos. A guerra é uma grande aliada dos negócios: primeiro, das indústrias de armamento e suas subsidiárias (o departamento da defesa tem à sua conta mais de metade do orçamento federal para aquisição de bens e serviços às empresas privadas); depois, das indústrias da reconstrução, os chamados “negócios da paz” (cínico eufemismo este!). Se não houvesse guerra, como justificar a compra de novo armamento? E sem destruir primeiro, como se poderia reconstruir depois? Marte deveria passar a ser o também o padroeiro dos negócios!
A propósito: sobraram alguns despojos para as empresas dos outros países que apoiaram a guerra? Quais são as empresas portuguesas beneficiárias? Nem sequer as cimenteiras? Será que já não existe gratidão nos negócios da guerra? Será que a prestimosa organização da "cimeira da guerra" nos Açores há um ano foi em vão?