Felicito o Presidente da República pela coragem de decidir dissolver a AR. Decisão que me surpreendeu (e magoou) ele não tivesse tomado em Julho último, dessa forma evitando as trapalhadas, graves prejuízos para a economia, descrédito para a Democracia e todo o adicional desgoverno que a "solução" Santana Lopes, inventada pelo Dr. Durão Barroso, iria cristalinamente trazer - como trouxe - ao País. Mas não vou perder tempo a contemplar o umbigo. Mais me importa agora exprimir inequívoco apoio e estímulo à direcção do PS e ao seu Secretário-Geral, José Sócrates, para o combate eleitoral que se avizinha e que é indispensável vencer, para restaurar confiança na Democracia em Portugal e pela dignidade e bem-estar dos portugueses. Envolver na condução do processo António Vitorino é, sem dúvida, bom sinal.
O que também não posso, neste complexo momento, é deixar de saudar fraternalmente Eduardo Ferro Rodrigues, por quem cresceu a minha admiração e lealdade ao trabalhar, sob sua liderança, na direcção do PS, em tempo duríssimos, em que foi alvo da mais vil e desbragada campanha de demolição pessoal e política. Mas a verticalidade, a competência e a força das convicções socialistas acabam por compensar, e não só no plano pessoal: também politicamente. Por isso Ferro Rodrigues é reservatório de um capital de credibilidade e de capacidade de governação de que o PS e o País não podem, de modo nenhum, prescindir.
Ana Gomes