«O resultado eleitoral de 9.10.2005, pontuado com uma surpresa ou outra, com escolhas mais ou menos felizes de candidatos em algumas autarquias, foi aquele que seria expectável. O PSD e a CDU capitalizaram o descontentamento com as muitas medidas duras do Governo, o PS, a outra face da moeda, foi castigado.
Agora esperemos que o bom senso não leve o PSD (principalmente este) a querer cavalgar a onda e trazer, através de algum discurso a cair para o demagógico, condições de ingovernabilidade. Marques Mendes, quando contesta as medidas do Governo deveria dizer claramente, em relação a cada uma delas, se voltava atrás nas mesmas, caso assumisse o Governo, isto até tendo em conta que do lado do fumegante candidato Cavaco Silva (ainda não se vê o fogo) parece que já se fazem contas à actuação de José Socrates...
Para o PS ficará ainda uma penalização para a forma escandalosa como tem feito algumas nomeações. O PS terá ainda de explicar melhor aos portugueses as medidas que toma e traçar objectivos e metas claros para a sua actuação. Ao discurso de Sócrates falta "alma", algo que conforte e motive os portugueses para os desafios que lhes são colocados.»
David Caldeira