sábado, 18 de junho de 2011

DIli, Maratona desesperante


É em Dili, mas é nossa, portuguesinha da costa, não disfuncionalidade que se possa atribuir a mais ninguém.
Em Janeiro de 2001, Sergio Vieira de Mello entregou a Portugal o lote de terreno voltado para o Palácio do Governo que fecha a Praça central de DIli. Estava a cumprir uma decisão unânime da liderança timorense.
Em Dezembro de 2001 mandei telegrafia de Jacarta: o então ainda unico empresário portugues em Timor Leste, António Couto da ENSUL, mandava recados por onde podia: se a obra fosse rapidamente adjudicada, faria o impossivel para Portugal ter o edificio da embaixada pronto no dia da Independencia, a 20 Maio de 2002.
A UE impunha concursos complicadissimos, procuraram calar-me de Lisboa....
Os nossos sucessivos embaixadores em DIli nunca se calaram, nem baixaram os braços, tenho a certeza porque os fui sempre importunando.
Entretanto passaram mais quatro governos portugueses, com ministros incapazes - por falta de tempo, empenho ou capacidade - de vencer o empastelamento burocrático.
Construiram-se, entretanto,,em Dili as embaixadas da Australia, EUA, Nova Zelandia, Malasia, Coreia, Tailandia, Indonesia, China, etc... A do Brasil estará para iniciar obra.
E Portugal nada, lá foi continuando o terreno vazio, o matagal a crescer com vista sobre a Praça central, os cartazes anunciantes a envergonhar- nos.
Agora, mais uma vez, dizem-me que é desta, pró PR Cavaco que vem aí para os dez anos da independência.
Com Troika ou sem Troika à perna, MNE e Finanças vão ter de arranjar o dinheiro ( e quanto teria poupado o erário publico se a obra se tivesse feito há dez anos?).
Sob pena de, um dia destes, passarmos por mais uma vergonha (e pelo imperdoável dano político e patrimonial) de vermos o terreno naquela zona nobre de Dili ser requisitado para qualquer outro destino.