Há um pequeno senão neste cálculo demagógico de que os "lucros das empresas privatizadas pagavam metade do défice público". É que, tendo em conta o seu histórico, as ditas empresas não teriam dado os mesmos lucros (e algumas até dariam prejuízos) se não tivessem sido privatizadas! Isto sem entrar em conta com a enorme receita pública que a sua privatização representou - sem a qual défice e dívida teriam sido muito maiores do que foram - e os avultados impostos que os seus lucros geram, quer a título de IRC quer a título de IRS sobre os lucros distribuídos aos seus acionistas...
Mais importante é saber se as vantagens económicas imediatas justificam todas as privatizações efetuadas (na imagem as privatizações do Governo PSD/CDS), como, por exemplo, as da ANA e da REN, que exploram "monopólios naturais", que são os aeroportos e as redes de gás e de eletricidade, infraestruturas de serviços de valor económico estratégico essencial, cujo controlo passou para empresas estrangeiras e que, no caso da REN, foi parar às mãos a uma empresa estatal chinesa! Suponho que caso único na UE.
[revisto]