Ao anunciar a abertura ao mercado e à economia privada, sem nenhuma concessão, porém, no domínio político, Cuba segue com muito atraso a via trilhada por quase todos os países comunistas que resistiram ao desmoronamento do mundo comunista depois da queda do muro de Berlim, em 1989.
A verdade, no entanto, como mostram a China e o Vietname, é que, enquanto o "socialismo de mercado" é cada vez menos socialismo sem se tornar uma verdadeira economia de mercado, já o sistema político mantém vivos todos os dogmas do leninismo, incluindo o partido único, o "centralismo democrático", a ausência de liberdades públicas, de eleições competitivas e de separação de poderes.
O êxito económico da China e do Vietname, incluindo no plano do comércio externo, cria uma contradição entre os dogmas igualitários do comunismo e o crescente poderio económico-financeiro de uma elite dos negócios que prospera sob a proteção do Estado. Uma contradição nos termos.