quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Uma guerra perdida (II)

1. Ironicamente, ao optarem pela paralisação da sua atividade como forma de protesto, os taxistas só vieram beneficiar as plataformas digitais de mobilidade, a que mais utentes tiveram de recorrer na falta de táxis, sendo provável que uma grande parte dos que descobriram a nova alternativa não voltem ao táxis.
Um enorme tiro no pé!

2. A Presidência da República anunciou que vai receber os taxistas em protesto na próxima segunda-feira. Mesmo não sendo o próprio PR a recebê-los, discordo.
Apesar de Belém se ter transformado numa espécie de provedoria benévola de todos os queixosos do Pais, sempre defendi que o Presidente não deve receber nenhum grupo na pendência de acções de protesto coletivo contra os demais órgãos de soberania, sobretudo quando impliquem a suspensão de serviços públicos ou a perturbação da vida coletiva, como é o caso da paralisação dos táxis, sob pena de esse gesto ser lido como apoio ou simpatia presidencial em relação aos protestos.
Mesmo na ausência do PR em pessoa, deve haver limites à benevolência presidencial.