Sem surpresa, mas de forma mais clara do que as sondagens de opinião deixavam admitir, Bush ganhou a reeleição presidencial. A maioria dos cidadãos norte-americanos sufragou as suas orientações e políticas, sobretudo no plano da segurança e da luta contra o terrorismo internacional. Infelizmente, dada a supremacia mundial dos Estados Unidos, a vitória de Bush não é somente a derrota da alternativa democrata no plano interno, mas também de todos os que, sobretudo na Europa, temem a deriva imperial e uniteralista de Washington na política externa. Neste momento há muita gente por esse mundo fora que partilha a derrota com os democratas norte-americanos. Eu sou um deles.
Blogue fundado em 22 de Novembro de 2003 por Ana Gomes, Jorge Wemans, Luís Filipe Borges, Luís Nazaré, Luís Osório, Maria Manuel Leitão Marques, Vicente Jorge Silva e Vital Moreira
quarta-feira, 3 de novembro de 2004
terça-feira, 2 de novembro de 2004
Causa Aberta: «A minha causa é não ter causa visível»
Publicado por
Anónimo
«A minha causa é não ter causa - visível, palpável, objectiva - esse é o meu problema e, presumo, da esmagadora maioria dos portugueses. Os partidos têm uma causa por que lutar, as religiões também, outros grupos organizados com certeza. Mas os indivíduos que não se agrupam, dificilmente encontram uma causa; por egoísmo, por comodismo, por falta de atenção simplesmente. E essa é a fronteira que é preciso ultrapassar, pois todos os dias, na rua, no metro, no emprego, em casa, haverá causas para ter uma causa. E melhor ainda se não for só a minha causa mas a causa nossa, colectiva. Falta esse espírito em Portugal e essa devia ser também uma preocupação dos políticos - mobilizar os sem causa para uma causa.»
Teresa Ferreira
Teresa Ferreira
Causa aberta: As minhas causas
Publicado por
Anónimo
«Os olhos orgulhosos do meu pai.
A saúde do meu avô.
Aprender a ser melhor médico, melhor namorado, melhor amigo.
A música que oiço e amo, a música que faço e escondo.
A (utópica?) esperança de poder ainda ver uma Angola melhor, um Portugal melhor, uma Lusófonia melhor num Mundo mais justo e mais fraterno.
(Ah, e Parabéns ao Causa Nossa)»
Sachondel Joffre
A saúde do meu avô.
Aprender a ser melhor médico, melhor namorado, melhor amigo.
A música que oiço e amo, a música que faço e escondo.
A (utópica?) esperança de poder ainda ver uma Angola melhor, um Portugal melhor, uma Lusófonia melhor num Mundo mais justo e mais fraterno.
(Ah, e Parabéns ao Causa Nossa)»
Sachondel Joffre
A Constituição Europeia
Publicado por
Vital Moreira
Enquanto os cidadãos norte-americanos elegem o seu presidente -- e com isso escolhem também o destino do mundo inteiro nos próximos anos -- o melhor é reflectirmos, nós europeus, sobre o reforço e autonomia da Europa face à hegemonia dos Estados Unidos. O meu artigo de hoje no Público versa justamente sobre «a ideia da constituição europeia» (também reproduzido no Aba da Causa, com link na lista de blogues, ao lado).
Estúpidos europeus
Publicado por
Vital Moreira
Um "bushista" convicto entre os convictos, A. Ribeiro Ferreira, publica hoje no Diário de Notícias, um artigo intitulado "É a América, estúpidos!", em que invectiva os que na Europa desejam a derrota de Bush e a vitória do candidato democrata nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, pois não passam de representantes da «Velha Europa» que «odeia a América e inveja a sua democracia»; que «foi obrigada pelos americanos a libertar-se do nazismo e a ser democrática»; que «largou umas lágrimas de crocodilo no 11 de Setembro, sonhou com um novo Vietname no Afeganistão, tentou tudo para travar a libertação do Iraque, amplifica os erros dos aliados e compreende o terrorismo bárbaro que mata milhares de inocentes»; da «Velha Europa anti-semita, [que] odeia o apoio dos EUA a Israel e está de alma e coração ao lado dos terroristas palestinianos»; enfim, da «Velha Europa falsamente pacifista, anti-americana sempre, (...) cobarde e capitulacionista, que olha com desprezo para a América e mostra, sempre que pode e não pode, uma estúpida superioridade intelectual». Uff!
Como é evidente, esses perigosos abencerragens da Velha Europa que odeiam Bush -- que por acaso constituem uma esmagadora maioria -- são chefiados por esses expoentes do anti-americanismo primário, antidemocrata e anti-semita, que são, por exemplo, o Financial Times e o Economist, e que vêem em John Kerry um supremo exemplo da compreensão pelo terrorismo e da cobardia capitulacionista (sendo mesmo de suspeitar se não terá entendimentos secretos com a AlQaeda...). Haverá limites para o despautério?!
Perante este texto não é de admirar: (a) Que Portugal seja um dos países europeus onde Bush tem menos apoiantes (com apoios destes...); (b) Que a credibilidade e a audiência do Diário de Notícias estejam pelas ruas da amargura (com comentários destes...).
Como é evidente, esses perigosos abencerragens da Velha Europa que odeiam Bush -- que por acaso constituem uma esmagadora maioria -- são chefiados por esses expoentes do anti-americanismo primário, antidemocrata e anti-semita, que são, por exemplo, o Financial Times e o Economist, e que vêem em John Kerry um supremo exemplo da compreensão pelo terrorismo e da cobardia capitulacionista (sendo mesmo de suspeitar se não terá entendimentos secretos com a AlQaeda...). Haverá limites para o despautério?!
Perante este texto não é de admirar: (a) Que Portugal seja um dos países europeus onde Bush tem menos apoiantes (com apoios destes...); (b) Que a credibilidade e a audiência do Diário de Notícias estejam pelas ruas da amargura (com comentários destes...).
Que os coices não cessem
Publicado por
Vital Moreira
A escoicear certeiramente desde há um ano, anonimamente, o Jumento tornou-se um blogue de culto na crítica acerada e bem informada do poder político, das benesses do grande capital e em especial da administração fiscal. Não podemos passar sem ele.
Parabéns!
Parabéns!
A parceria liberticida
Publicado por
Vital Moreira
José António Barreiros, no seu inquietante artigo de despedida de colunista do Diário de Notícias, em protesto contra o controlo económico-político do jornal:
PS - Claro, Barreiros já tem substituto nas colunas do DN, um obscuro valete "santanista", como explica, dados em evidência, o Grande Loja. Definitivamente o Diário de Notícias foi transformado numa folha oficial do actual Governo. Assim se assassina a credibilidade de um jornal que já foi de referência...
«É patente o que está actualmente em causa na comunicação social portuguesa: o domínio dos media pelo grande capital, a entente cordiale entre esse grande capital e o actual Governo.»A vida de comentador independente tornou-se insalubre no Diário de Notícias. É necessário velar por que a fatídica aliança entre o grande capital mediática e o santanismo, que também já vitimou Marcelo R. de Sousa na TVI, não se espalhe a outros órgãos de comunicação social. A liberdade de opinião divergente do poder está em perigo.
PS - Claro, Barreiros já tem substituto nas colunas do DN, um obscuro valete "santanista", como explica, dados em evidência, o Grande Loja. Definitivamente o Diário de Notícias foi transformado numa folha oficial do actual Governo. Assim se assassina a credibilidade de um jornal que já foi de referência...
Causa Aberta
Publicado por
Anónimo
A minha causa é a qualidade da água que bebo, do ar que respiro, do chão que piso. São as aves migratórias, as orquídeas cor de púrpura, as árvores centenárias.Comemorando a primeira vela de aniversário próximo deste blogue (primeiro post em 22 de Novembro de 2003), durante as semanas que se seguem o CAUSA NOSSA transforma-se em CAUSA ABERTA às causas de cada um. Escreva sobre a sua, sobre aquela que hoje o tem cativo: uma linha, dez, uma imagem, mas nunca mais de 1000 caracteres. Mande a sua "causa" para aqui (mencione a expressão "a minha causa" no assunto do mail ou no próprio texto). Nós publicamos.
Só que a guerra, a guerra leva-nos tudo isso, incluindo a própria vida. A paz, só ela pode ser a grande causa.
E o meu vizinho que sofre de sida, apanhada num descuido de prazer? Ir tão longe para quê, se a minha causa, afinal, está aqui tão próxima? A sida, isso mesmo, o flagelo que devora África, esse continente menor no shopping das causas.
Eu tenho África aqui em casa, no n.º 7 do bairro da Musgueira. Cinco filhos, um marido que bebe e me afaga com calor, mas muito de vez em quando. Chegam-me como causa.
Causas, de facto tenho só uma: a música que toco, os alunos que ensino, a terra que semeio, os posts que escrevo, os doentes que trato, os vidros que moldo, os golos que marco, os quadros que pinto. A minha causa é vermelha, laranja, azul e branca. É o Benfica, o partido, o kitesurf, um mar com ondas e vento, muito vento.
A minha causa és tu país antigo na periferia da Europa, és tu velho continente envolvido em sonho novo, és tu, só tu que te sentas ao meu lado e a quem eu amo tanto. E eu mesmo/a, claro. A elegância do meu corpo, a lucidez do meu espírito e o prazer de ambos.
Causas todas diferentes ou afinal muitas causas comuns? Só no fim o saberemos.
Os da Causa Nossa
Confusões referendárias
Publicado por
Vital Moreira
Criticando um provável referendo sobre o Tratado constitucional da UE cuja(s) pergunta(s) não verse(m) directamente sobre o tratado globalmente considerado (por a Constituição o não permitir, salvo revisão constitucional), mas sim sobre determinadas opções de fundo concretas do mesmo tratado (por exemplo as sugeridas pelo Deputado Vitalino Canas no Correio da Manhã de ontem, ou outras semelhantes) Gabriel Silva escreve o seguinte no Blasfémias:
«E se o Tribunal Constitucional for sério [na fiscalização preventiva obrigatória do referendo], nem sequer deixará passar essa pergunta (qualquer que ela seja), pois que as consequências da vitória do não sempre implicarão a recusa de todo o Tratado (já não se está em tempo de renegociação), funcionando portanto o referendo como processo de ratificação, o que é proibido pela CRP.»Trata-se de uma confusão sem sentido. A Constituição não proíbe tal coisa, pelo contrário. Uma coisa é o objecto dos referendos (o que se pode perguntar), outra coisa são as suas consequências. Seguramente que em caso de um eventual "não" a uma ou mais perguntas sobre o Tratado, a AR ficaria impedida de o aprovar. Tal resulta directamente do carácter vinculativo do referendo na CRP. A AR não pode aprovar convenções internacionais nem leis (o regime é o mesmo) que contenham soluções rejeitadas em referendo.
segunda-feira, 1 de novembro de 2004
A ira de Clara
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Anónimo
Clara Ferreira Alves (CFA) ficou muito zangada com o que se disse e escreveu sobre a sua passagem pela novela do DN. Na sua Pluma Caprichosa de sábado, no Expresso, descarrega a sua irritação sobre meio mundo. A mim, que escrevi na segunda-feira passada um post humorístico sobre o assunto (ver abaixo), coube-me um pacote de qualificativos digno de respeito - machista, misógino, debochado e palhaço.
Vamos lá a ter calma. Bem sei que a hiper-susceptibilidade é uma das características distintivas da condição lusitana, mas não é preciso disparatar. Para que fique claro, sem ironias, nada me move contra a cor ou o corte do cabelo de CFA, nem contra a sua roupa ou o tom do baton. Vou até revelar uma fraqueza - gosto de a ver de todas as cores. E gosto de ler os seus textos, da sua atitude fresca e da sua postura universalista. Mas nada disso a furta à apreciação crítica dos seus comportamentos quando é a figura pública que está em causa. Ora, o papel de CFA na novela do DN não me convenceu, nem à generalidade do público. Continuo sem perceber o que fez CFA dar o dito por não dito. Ao que parece, teremos de esperar pelas suas Memórias.
Descontraia, CFA. E trate dos fantasmas.
Luís Nazaré
Vamos lá a ter calma. Bem sei que a hiper-susceptibilidade é uma das características distintivas da condição lusitana, mas não é preciso disparatar. Para que fique claro, sem ironias, nada me move contra a cor ou o corte do cabelo de CFA, nem contra a sua roupa ou o tom do baton. Vou até revelar uma fraqueza - gosto de a ver de todas as cores. E gosto de ler os seus textos, da sua atitude fresca e da sua postura universalista. Mas nada disso a furta à apreciação crítica dos seus comportamentos quando é a figura pública que está em causa. Ora, o papel de CFA na novela do DN não me convenceu, nem à generalidade do público. Continuo sem perceber o que fez CFA dar o dito por não dito. Ao que parece, teremos de esperar pelas suas Memórias.
Descontraia, CFA. E trate dos fantasmas.
Luís Nazaré
Resistir à rotação
Publicado por
Anónimo
«Aconteceu-me o mesmo com o telemóvel. Partiu-se uma peça do carregador que já não se fabricava. Era o único compatível. Tive que comprar um telemóvel novo (comprei um Nokia, que tem sempre os mesmos carregadores seja qual for o modelo).
Com a varinha mágica, que já se tinha avariado 3 vezes, por culpa de uma borracha milimétrica que, por sua vez, estragava o pé da varinha. Das três vezes tive que comprar um pé novo,quase tão caro como uma varinha nova, tentando não fazer lixo (...). À quarta avaria desisti de tanta preocupação com o ambiente e comprei mesmo uma nova. (...) E com o ferro de engomar, aí com uns seis anos, cujo conserto custava muito mais (e demorava uma eternidade) do que um novo. (...)
Até quando? Bom... havendo um deputado a preocupar-se com o problema, talvez não esteja tudo perdido...»
Inês Forjaz
PS - Espero que haja até mais do que um, ainda que esta questão não deva ser endossada!
Com a varinha mágica, que já se tinha avariado 3 vezes, por culpa de uma borracha milimétrica que, por sua vez, estragava o pé da varinha. Das três vezes tive que comprar um pé novo,quase tão caro como uma varinha nova, tentando não fazer lixo (...). À quarta avaria desisti de tanta preocupação com o ambiente e comprei mesmo uma nova. (...) E com o ferro de engomar, aí com uns seis anos, cujo conserto custava muito mais (e demorava uma eternidade) do que um novo. (...)
Até quando? Bom... havendo um deputado a preocupar-se com o problema, talvez não esteja tudo perdido...»
Inês Forjaz
PS - Espero que haja até mais do que um, ainda que esta questão não deva ser endossada!
Os efeitos da atitude de D. B.
Publicado por
Anónimo
«Após variadíssimas trocas de impressões sobre a indicação de Durão Barroso para Presidente da Comissão Europeia, continuo a pensar que ela não favorece este pequeno país. D.B. não tem ética política, nem perfil profissional para o cargo. Parece que alguns partidos com assento no PE também dizem o mesmo. No entanto, sem querer, conseguiu o reforço do PE.
Referindo a Bloguítica, "Devo dizer que não regozijo absolutamente nada com a sua derrota. O que está aqui em causa vai muito para além do actual contexto. Neste momento jogam-se e decidem-se equilíbrios de poder entre o Parlamento Europeu e a Comissão. Ora, a um pequeno Estado como Portugal interessa uma Comissão forte, na medida em que, por tradição, é a Comissão que tem salvaguardado os interesses dos pequenos Estados. Qualquer estratégia que pretenda enfraquecer a Comissao - como acontece no presente caso - automaticamente joga contra os interesses de Portugal. Em suma, por diversas razões, o que se está a passar é péssimo para Durão Barroso. Mas, pior do que isso, poderá ser muito mau para Portugal".«
(M. Dores Ribeiro)
Referindo a Bloguítica, "Devo dizer que não regozijo absolutamente nada com a sua derrota. O que está aqui em causa vai muito para além do actual contexto. Neste momento jogam-se e decidem-se equilíbrios de poder entre o Parlamento Europeu e a Comissão. Ora, a um pequeno Estado como Portugal interessa uma Comissão forte, na medida em que, por tradição, é a Comissão que tem salvaguardado os interesses dos pequenos Estados. Qualquer estratégia que pretenda enfraquecer a Comissao - como acontece no presente caso - automaticamente joga contra os interesses de Portugal. Em suma, por diversas razões, o que se está a passar é péssimo para Durão Barroso. Mas, pior do que isso, poderá ser muito mau para Portugal".«
(M. Dores Ribeiro)
Mais uma história de consumo
Publicado por
Anónimo
«Uma amiga minha, construtora de pianos, demitiu-se da loja de instrumentos musicais onde trabalhava, porque o patrão a obrigava a dizer aos clientes que deviam deitar fora o piano antigo e comprar um moderno barateco. Ele preferia ganhar o dinheiro a vender novo, em vez de consertar o velho».
(Helena Araújo)
PS. Engraçado que me lembrei de contar a minha história (Até Quando?) precisamente no dia da poupança. A Helena conta outras em Dois Dedos de Conversa. Vale a pena ir ler.
(Helena Araújo)
PS. Engraçado que me lembrei de contar a minha história (Até Quando?) precisamente no dia da poupança. A Helena conta outras em Dois Dedos de Conversa. Vale a pena ir ler.
«Eles precisam um do outro»
Publicado por
Vital Moreira
Enquanto nos Estados Unidos a imprensa republicana explora a favor de Bush a mensagem do chefe da AlQaeda (o que não é difícil...), na imprensa internacional há jornais que não têm dúvidas sobre o voto de Bin Laden. Via Le Monde fui ter a este link do Tageszeitung ("O Diário") de Berlim. Depois de um antetítulo a dizer que «com a sua mensagem televisiva Bin Laden apoia Bush», o jornal alemão titula: «Eles precisam um do outro» ("Sie brauchen einander").
Não se poderia ser mais conciso e certeiro.
Não se poderia ser mais conciso e certeiro.
A rotação sustentável
Publicado por
Anónimo
João Miranda no Blasfémias sustenta uma posição diferente da que exprimi no meu post «Até quando?». Estou de acordo com JM que a concorrência exige às empresas a constante introdução de novos produtos no mercado. Mas entendo que devemos reflectir sobre alguns dos efeitos que podem resultar desta exigência.
É certo que o ritmo da inovação é hoje muito mais rápido. E que é bom para todos nós que essa inovação chegue depressa ao mercado. Ora, a concorrência ajuda a que isso ocorra. Mas também sabemos que nem sempre os novos produtos trazem de facto grandes novidades. Muitas vezes são muito menos novos do que aquilo que parecem. Enfia-se-lhes outra roupagem, diferenciam-se artificialmente e convence-se o consumidor que o que tem em casa é já muito obsoleto. São estas falsas inovações que acho discutíveis (e talvez não sustentáveis) e não aquelas que trazem algum valor acrescentado.
Fica ainda por saber se, do ponto de vista ambiental, mesmo alguns dos ganhos obtidos com os novos electrodomésticos em poupança de água e de energia compensam o lixo que se provoca com uma rotação de equipamentos cada vez mais acelerada a que somos forçados e/ou sobretudo muito incentivados. À cautela, eu só troco quando é mesmo indispensável!
É certo que o ritmo da inovação é hoje muito mais rápido. E que é bom para todos nós que essa inovação chegue depressa ao mercado. Ora, a concorrência ajuda a que isso ocorra. Mas também sabemos que nem sempre os novos produtos trazem de facto grandes novidades. Muitas vezes são muito menos novos do que aquilo que parecem. Enfia-se-lhes outra roupagem, diferenciam-se artificialmente e convence-se o consumidor que o que tem em casa é já muito obsoleto. São estas falsas inovações que acho discutíveis (e talvez não sustentáveis) e não aquelas que trazem algum valor acrescentado.
Fica ainda por saber se, do ponto de vista ambiental, mesmo alguns dos ganhos obtidos com os novos electrodomésticos em poupança de água e de energia compensam o lixo que se provoca com uma rotação de equipamentos cada vez mais acelerada a que somos forçados e/ou sobretudo muito incentivados. À cautela, eu só troco quando é mesmo indispensável!
E se usássemos a imaginação?
Publicado por
Anónimo
Um comentário ao meu post Até quando?
A questão não é nova: já há mais de 20 anos me contaram alguns truques inventados por empresas "espertas" para vender mais: reduzir a vida dos produtos, alargar o orifício do tubo da pasta de dentes, etc.
Problemas estão aí para ser resolvidos. Este, por exemplo, está a pedir uma empresa especializada em sucata de electrodomésticos, usando a internet para vender as peças em toda a Europa.
E depois, às vezes há milagres. Quando residia em Estugarda, pediram-me para ir à sede da Siemens encomendar uma placa não-sei-quê para a central telefónica de uma empresa em Portugal. Na Siemens disseram-me que aquela peça já estava fora do mercado há anos, mas foram procurar aos monos do armazém e encontraram uma placa, que me deram de graça.
Helena Araújo
Weimar, Alemanha
Pois é. A questão não é nova. O problema é que não temos usado a imaginação para encontrar alternativas, como aquela que sugere, por exemplo.
A questão não é nova: já há mais de 20 anos me contaram alguns truques inventados por empresas "espertas" para vender mais: reduzir a vida dos produtos, alargar o orifício do tubo da pasta de dentes, etc.
Problemas estão aí para ser resolvidos. Este, por exemplo, está a pedir uma empresa especializada em sucata de electrodomésticos, usando a internet para vender as peças em toda a Europa.
E depois, às vezes há milagres. Quando residia em Estugarda, pediram-me para ir à sede da Siemens encomendar uma placa não-sei-quê para a central telefónica de uma empresa em Portugal. Na Siemens disseram-me que aquela peça já estava fora do mercado há anos, mas foram procurar aos monos do armazém e encontraram uma placa, que me deram de graça.
Helena Araújo
Weimar, Alemanha
Pois é. A questão não é nova. O problema é que não temos usado a imaginação para encontrar alternativas, como aquela que sugere, por exemplo.
Os tories votam Kerry
Publicado por
Anónimo
Afinal, a grande surpresa britânica sobre as eleições americanas não é a preferência (embora reservada e relutante) do «Financial Times» e do «Economist» por John Kerry. Uma sondagem publicada na bíblia do pensamento «tory» mais radical e snobe, o «Spectator», revela que 45 por cento do eleitorado conservador britânico votaria em Kerry e apenas 19 por cento em Bush. Curiosamente, os conservadores são ainda mais pró-Kerry (ou anti-Bush) do que os próprios trabalhistas (43 por cento a favor do candidato democrata e 21 por cento a favor do actual Presidente, o que parece reflectir as clivagens dentro do Labour e o peso das preferências de Blair relativamente a Bush por causa do envolvimento anglo-americano no Iraque).
Ainda mais esmagador, porém, é o resultado global da sondagem: apenas 11 por cento do eleitorado britânico e só 13 por cento dos membros do Parlamento votariam em Bush. Ora, sendo a Grã-Bretanha o mais incondicional aliado dos Estados Unidos e conhecendo-se o peso histórico dessa relação e da doutrina atlantista de que os dois países são máximos expoentes, os resultados da sondagem do insuspeitíssimo "Spectator" correspondem a um abalo sísmico, sejam quais forem os resultados da eleição presidencial de terça-feira. Em todo o caso, se Bush ganhar, como infelizmente parece mais provável, que futuro estará reservado às relações anglo-americanas (para não falar, claro, da Europa)?
Ainda mais esmagador, porém, é o resultado global da sondagem: apenas 11 por cento do eleitorado britânico e só 13 por cento dos membros do Parlamento votariam em Bush. Ora, sendo a Grã-Bretanha o mais incondicional aliado dos Estados Unidos e conhecendo-se o peso histórico dessa relação e da doutrina atlantista de que os dois países são máximos expoentes, os resultados da sondagem do insuspeitíssimo "Spectator" correspondem a um abalo sísmico, sejam quais forem os resultados da eleição presidencial de terça-feira. Em todo o caso, se Bush ganhar, como infelizmente parece mais provável, que futuro estará reservado às relações anglo-americanas (para não falar, claro, da Europa)?
Até quando?
Publicado por
Anónimo
A minha máquina de lavar louça tinha 20 anos. Parecia nova. Mas falhou uma peça no seu interior. Coisa pequena, uma simples racha, contudo suficiente para deixar sair a água.
«Não há mais peças, é muito antiga a sua máquina», foi o que me disseram quando a mandei arranjar. Mas está tão boa, respondi. «Bastante, é certo, porém a marca só assegura peças sobresselentes durante os 10 anos seguintes à saída do modelo», informaram-me.
E assim, por causa de uma pequena peça, a minha máquina viu-se de repente toda transformada em lixo. E lá comprei uma nova. Até quando aguentará o planeta esta economia orientada para o desperdício?
«Não há mais peças, é muito antiga a sua máquina», foi o que me disseram quando a mandei arranjar. Mas está tão boa, respondi. «Bastante, é certo, porém a marca só assegura peças sobresselentes durante os 10 anos seguintes à saída do modelo», informaram-me.
E assim, por causa de uma pequena peça, a minha máquina viu-se de repente toda transformada em lixo. E lá comprei uma nova. Até quando aguentará o planeta esta economia orientada para o desperdício?
Sobre o dinheiro
Publicado por
Anónimo
No dia da poupança deveríamos aproveitar para falar mais sobre dinheiro. Se perdêssemos alguns dos complexos tão típicos da nossa cultura e religião na sua relação com o dinheiro («o dinheiro é sujo»; «o dinheiro não traz a felicidade»), talvez isso nos ajudasse a saber utilizá-lo de forma mais produtiva. Promover a educação financeira seria, aliás, bem mais útil para a sociedade e para a economia que a choradeira habitual sobre o excesso de endividamento.
O revés do PT
Publicado por
Vital Moreira
Na 2ª volta das eleições municipais brasileiras, o PT do Presidente de Lula da Silva sofre um considerável revés político nas grandes cidades. Entre outras, perde São Paulo e Porto Alegre (Rio Grande do Sul), bem como Belém do Pará. É derrotado também na disputa em Curitiba (Paraná) e em Santos (SP). Um balde de água fria, que esmorece o entusiasmo do triunfo na 1ª volta. O PSDB de Fernando Henriques Cardoso, que triunfa em São Paulo com José Serra (que perdeu a eleição presidencial para Lula), reforça o seu estatuto de grande rival nacional do PT. A vida política brasileira revela uma assinalável polarização nos dois partidos. O grande embate de 2006 (eleições presidenciais, governadores dos Estados, deputados federais e uma parte dos senadores) promete!
domingo, 31 de outubro de 2004
As razões do "Le Monde"
Publicado por
Vital Moreira
Excepcionalmente, o Le Monde toma posição nas eleiçõs presidenciais norte-americanas. Sem surpresa, por Kerry contra Bush. Na sua fundamentação o vespertino francês escreve:
«Car il s'agit bien d'un choix entre deux visions du monde et du droit. (...) La vision du président Bush est celle d'un pays en guerre, (...) une guerre si particulière qu'il faut lui sacrifier des règles de droit sur lesquelles est fondée la démocratie américaine, remplacer la tradition de transparence par l'opacité et la manipulation, et ignorer l'architecture internationale qui est au centre d'un consensus mondial depuis plus d'un demi-siècle.
John Kerry sait que le monde a changé le 11 septembre 2001. Mais il refuse de voir dans le terrorisme quelque force supérieure qui justifie une remise en cause des fondements de la démocratie américaine et de l'ordre international. (...)
Pour la marche du monde, une victoire de John Kerry est préférable le 2 novembre. Pour que l'Europe et les Etats-Unis aient une chance de prendre ensemble un nouveau départ. Et pour qu'à la Maison Blanche s'installe une équipe non plus guidée par le Bien et le Mal, mais par le droit et la justice.» [Sublinhados acrescentados]
Fingimento
Publicado por
Vital Moreira
Imagine-se que o comissário europeu indigitado para a pasta da concorrência proclamava em plena audição parlamentar a sua convicção nas virtudes dos monopólios e dos cartéis. Ou que o comissário escolhido para o pelouro do alargamento manifestava as suas reservas à entrada de novos países, para preservar a coesão da UE. Obviamente teriam de ser afastados, por manifesta incompatibilidade com as suas funções. Seria perfeitamente ridículo que alguém viesse protestar contra uma pretensa violação do seu direito à opinião.
Ora é a esse ridículo que se submetem aqueles que contestam o afastamento de Rocco Buttiglione, que estava indicado para a pasta da Justiça e que defendeu posições claramente discriminatórias por causa de orientação sexual ou entre homens e mulheres na família, em flagrante violação da Carta de Direitos Fundamentais da UE. Os comentadores que continuam a bater a tecla do "saneamento ideológico" do ex-comissário fingem não ver que o que está em causa é uma questão de incompatibilidade política entre as suas posições e o cargo para que Barroso o tinha (mal) indicado.
Ora é a esse ridículo que se submetem aqueles que contestam o afastamento de Rocco Buttiglione, que estava indicado para a pasta da Justiça e que defendeu posições claramente discriminatórias por causa de orientação sexual ou entre homens e mulheres na família, em flagrante violação da Carta de Direitos Fundamentais da UE. Os comentadores que continuam a bater a tecla do "saneamento ideológico" do ex-comissário fingem não ver que o que está em causa é uma questão de incompatibilidade política entre as suas posições e o cargo para que Barroso o tinha (mal) indicado.
Vantagem à esquerda
Publicado por
Vital Moreira
A sondagem de opinião publicada ontem no Expresso sobre o posicionamento político dos portugueses -- somente os quadros estão disponíveis na edição online -- reitera três características relativamente constantes do panorama político nacional desde a consolidação da democracia no nosso País:
a) Uma esmagadora maioria de portugueses adultos (quase 90%) continuam a auto-identificar-se politicamente de acordo com a tradicional "grelha" gradativa esquerda/centro-esquerda/centro-direita/direita (embora uma pequena percentagem admita oscilar entre o centro-esquerda e o centro-direita), contrariando os que, como recentemente J. Pacheco Pereira, no Público, defendem a perda de interesse da contraposição esquerda/direita como instrumento de identificação e de análise política;
b) O conjunto esquerda/centro-esquerda recolhe uma sensível vantagem sobre o conjunto centro-direita/direita, confirmando a existência de uma "maioria sociológica" à esquerda, que anteriores estudos de opinião tinham revelado, a qual neste momento deve aparecer mais reforçada pelo mau estado do actual governo de direita na opinião pública;
c) O quadrante do centro-esquerda supera em muito o quadrante da esquerda (29% contra 19%), o mesmo sucedendo na comparação do centro-direita com a direita (26% contra 15%), o que confirma o predomínio das posições de esquerda moderada e de direita moderada.
Deste modo, em condições normais a chave dos resultados das diversas eleições está essencialmente na opção conjuntural dos eleitores que não se identificam nem à esquerda nem à direita (11%) e daqueles que admitem oscilar entre o centro-esquerda e o centro-direita (cerca de 7%), bem como nas diferentes taxas de abstenção em cada um dos quadrantes.
a) Uma esmagadora maioria de portugueses adultos (quase 90%) continuam a auto-identificar-se politicamente de acordo com a tradicional "grelha" gradativa esquerda/centro-esquerda/centro-direita/direita (embora uma pequena percentagem admita oscilar entre o centro-esquerda e o centro-direita), contrariando os que, como recentemente J. Pacheco Pereira, no Público, defendem a perda de interesse da contraposição esquerda/direita como instrumento de identificação e de análise política;
b) O conjunto esquerda/centro-esquerda recolhe uma sensível vantagem sobre o conjunto centro-direita/direita, confirmando a existência de uma "maioria sociológica" à esquerda, que anteriores estudos de opinião tinham revelado, a qual neste momento deve aparecer mais reforçada pelo mau estado do actual governo de direita na opinião pública;
c) O quadrante do centro-esquerda supera em muito o quadrante da esquerda (29% contra 19%), o mesmo sucedendo na comparação do centro-direita com a direita (26% contra 15%), o que confirma o predomínio das posições de esquerda moderada e de direita moderada.
Deste modo, em condições normais a chave dos resultados das diversas eleições está essencialmente na opção conjuntural dos eleitores que não se identificam nem à esquerda nem à direita (11%) e daqueles que admitem oscilar entre o centro-esquerda e o centro-direita (cerca de 7%), bem como nas diferentes taxas de abstenção em cada um dos quadrantes.
Contraditório sobre o Protocolo de Quioto
Publicado por
Vital Moreira
«(...) O efeito de estufa e o correspondente efeito de aquecimento global não se devem unicamente ao dióxido de carbono e a outros gases resultantes da queima de combustíveis fósseis nas centrais térmicas. Um contributo muito importante provém da poluição provocada por partículas microscópicas de fuligem, suspensas na atmosfera, as quais, além do mal que fazem aos pulmões, revelam também um efeito de estufa considerável.
Muitas dessas partículas são emitidas pelos motores diesel que equipam automóveis e camiões e que não dispõem dos relativamente eficazes dispositivos de retenção que se encontram nas centrais térmicas. Se conseguíssemos acabar com a poluição provocada pelas partículas de fuligem na atmosfera, cerca de metade do efeito de estufa seria atenuado e o Protocolo de Kyoto perderia impacte. (...) Para além disto tudo, muito do que se tem escrito acerca do aquecimento global é pura fraude, de pseudo-cientistas, abrigados no IPCC, no Greenpeace e noutras organizações com forte poder mediático, que massacram o público com alarmismos injustificados, com o propósito, fácil de adivinhar, de se manterem na ribalta e de recolherem os vastos fundos que os governos, à cautela e com receio da opinião publicada, lhes põem à disposição.
Na verdade, o principal factor de alteração climática na Terra continua a ser o Sol e as variações da respectiva radiação. (...)»
(Jorge Oliveira, Engenheiro electrotécnico)
Muitas dessas partículas são emitidas pelos motores diesel que equipam automóveis e camiões e que não dispõem dos relativamente eficazes dispositivos de retenção que se encontram nas centrais térmicas. Se conseguíssemos acabar com a poluição provocada pelas partículas de fuligem na atmosfera, cerca de metade do efeito de estufa seria atenuado e o Protocolo de Kyoto perderia impacte. (...) Para além disto tudo, muito do que se tem escrito acerca do aquecimento global é pura fraude, de pseudo-cientistas, abrigados no IPCC, no Greenpeace e noutras organizações com forte poder mediático, que massacram o público com alarmismos injustificados, com o propósito, fácil de adivinhar, de se manterem na ribalta e de recolherem os vastos fundos que os governos, à cautela e com receio da opinião publicada, lhes põem à disposição.
Na verdade, o principal factor de alteração climática na Terra continua a ser o Sol e as variações da respectiva radiação. (...)»
(Jorge Oliveira, Engenheiro electrotécnico)
sábado, 30 de outubro de 2004
Gente perigosa
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Vital Moreira
Nem o ex-director do "Diário de Notícias", Fernando Lima -- que foi o último a saber, por notícia pública, que ia ser despedido -- nem a escritora Clara Ferreira Alves -- de cuja nomeação para o mesmo lugar o "Expresso" ficou a saber por «fontes governamentais» -- merecem o vexame de que foram vítimas. Manifestamente esta parceria PT-PSD que manda no Lusomundo não tem escrúpulos na desconsideração das pessoas. Esta gente não é confiável!
Já não podem passar um sem o outro
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Vital Moreira
Segundo o "Público", com a sua ameaça televisiva de fazer novos atentados terroristas nos Estados Unidos Bin Laden «entra na campanha americana contra Bush». Mas parece-me evidente que este só pode agradecer a ameaça, que dá razão à sua campanha de medo e de segurança. Um excelente apoio nas vésperas das eleições. Por outro lado, como mostra a situação no Iraque, a política de Bush só tem reforçado o apoio da Al-Qaeda no mundo árabe.
Verdadeiramente já não podem passar um sem o outro...
Verdadeiramente já não podem passar um sem o outro...
Afinal o problema não era somente português
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Vital Moreira
Logo após a assinatura do Tratado constitucional da UE Jacques Chirac anunciou que o Conselho Constitucional francês irá ser chamado a pronunciar-se sobre se a Constituição francesa precisa de ser revista para que a Constituição europeia possa ser ratificada pela França. Entrevistado pelo Le Monde sobre os aspectos que podem suscitar problemas constitucionais, o constitucionalista Olivier Duhamel, que também foi membro da Convenção constitucional europeia, menciona especialmente a primazia do direito comunitário sobre o direito interno (incluindo as constituições nacionais), que agora consta explicitamente no Tratado constitucional europeu (embora já decorresse desde há muito da jurisprudência do Tribunal de Justiça europeu).
Como se sabe, foi essa uma das razões que entre nós justificou a revisão constitucional no primeiro semestre do corrente ano, introduzindo na CRP o referido princípio da primazia do direito comunitário. Desse modo, Portugal removeu oportunamente os obstáculos constitucionais que poderiam impedir a aprovação da Constituição europeia. Pelos vistos outros países só agora vão resolver tal problema.
Como se sabe, foi essa uma das razões que entre nós justificou a revisão constitucional no primeiro semestre do corrente ano, introduzindo na CRP o referido princípio da primazia do direito comunitário. Desse modo, Portugal removeu oportunamente os obstáculos constitucionais que poderiam impedir a aprovação da Constituição europeia. Pelos vistos outros países só agora vão resolver tal problema.
Qualidade de vida a termo certo
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Vital Moreira
«O Departamento de Ambiente e Qualidade de Vida da Câmara Municipal de Coimbra pôs a concurso dois lugares de coveiro com contrato de trabalho "a termo certo", pelo prazo de seis meses. Excelente termo para este tipo de tarefa.
É requisito obrigatório ter a escolaridade obrigatória. Dá-se preferência a quem tenha experiência profissional no desempenho efectivo de funções na área para que é aberto o concurso. Sublinha-se que é preciso ter desempenhado tais funções; não basta ter formação.
Haverá avaliação curricular e entrevista profissional em data a anunciar; não está indicado o horário, mas é de presumir seja pelas horas da morte. Da grelha da análise curricular constará seguramente um item sobre a satisfação dos utentes -- os candidatos terão 3 dias úteis para o fazer, dado ser esse o prazo de candidatura ("3 dias úteis contados da data de publicação do presente aviso"). R.I.P.»
(Carolina e HC Mota)
É requisito obrigatório ter a escolaridade obrigatória. Dá-se preferência a quem tenha experiência profissional no desempenho efectivo de funções na área para que é aberto o concurso. Sublinha-se que é preciso ter desempenhado tais funções; não basta ter formação.
Haverá avaliação curricular e entrevista profissional em data a anunciar; não está indicado o horário, mas é de presumir seja pelas horas da morte. Da grelha da análise curricular constará seguramente um item sobre a satisfação dos utentes -- os candidatos terão 3 dias úteis para o fazer, dado ser esse o prazo de candidatura ("3 dias úteis contados da data de publicação do presente aviso"). R.I.P.»
(Carolina e HC Mota)
Até o Economist!
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Vital Moreira
Era o que faltava na imprensa europeia de referência contra Bush. Depois do apoio do Finantial Times à candidatura de Kerry, até esse baluarte conservador que é o The Economist britânico apela aos seus eleitores norte-americanos (quase meio milhão de exemplares vendidos nos Estados Unidos) que impeçam um novo mandato de Bush votando em John Kerry. A mensagem do editorial desta semana é:
PS - Em contrapartida, como informa o Expresso Online, o grande capital financeiro e industrial suíço com interesses nos Estados Unidos financia generosamente a campanha de Bush. São racionais: as políticas de Bush favorecem fortemente os seus interesses, designadamente pela redução dos impostos dos mais ricos.
«(...) as Mr Bush has often said, there is a need in life for accountability. He has refused to impose it himself, and so voters should, in our view, impose it on him, given a viable alternative. John Kerry, for all the doubts about him, would be in a better position to carry on with America's great tasks.»Esta tomada de posição é tanto mais importante quanto é certo que o semanário apoiou Bush há quatro anos, bem como a guerra no Iraque. Mas agora, embora sem excessivo entusiasmo em relação a Kerry, não conseguiu ignorar a incompetência de Bush na ocupação do Iraque nem as maciças violações dos direitos humanos em Guantánamo e em Abu Grahib, que mancham a autoridade moral dos Estados Unidos. A opção era inevitável:
«With a heavy heart, we think American readers should vote for John Kerry on November 2nd».Mais um golpe profundo na credibilidade europeia do actual inquilino da Casa Branca.
PS - Em contrapartida, como informa o Expresso Online, o grande capital financeiro e industrial suíço com interesses nos Estados Unidos financia generosamente a campanha de Bush. São racionais: as políticas de Bush favorecem fortemente os seus interesses, designadamente pela redução dos impostos dos mais ricos.
sexta-feira, 29 de outubro de 2004
Medo e liberdade ...
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Vital Moreira
... na América e em Portugal, eis o tema da coluna de Vicente Jorge Silva no Diário Económico de hoje (também recolhido no Aba da Causa, com link aqui ao lado).
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