Blogue fundado em 22 de Novembro de 2003 por Ana Gomes, Jorge Wemans, Luís Filipe Borges, Luís Nazaré, Luís Osório, Maria Manuel Leitão Marques, Vicente Jorge Silva e Vital Moreira
quinta-feira, 20 de julho de 2006
Timor Leste - a crise, ainda
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AG
Está na ABA DA CAUSA o artigo "Ainda a crise timorense" que escrevi na semana passada para o COURRIER INTERACIONAL (publicado a 14/7).
Entretanto estive em Timor Leste e conversei com todos os principais actores. Incluindo com o ex-Primeiro Ministro Mari Alkatiri.
E não tenho nem uma vírgula a modificar naquele meu texto.
Posso, em vez disso, acrescentar:
Mari Alkatiri pode continuar a ser muito importante, determinante mesmo, no processo de construção do Estado em Timor Leste. Naturalmente que é agora sua prioridade ver esclarecidas integralmente na Justiça as responsabilidades criminais que lhe são imputadas. Mas mal possa investir no trabalho parlamentar e partidário pode até tornar-se mais eficazmente influente do que era no Governo, valendo-se da experiência que adquiriu e mais ninguém possui e das competências que lhe são reconhecidas.
Mari Alkatiri pode, pela sua acção no Parlamento, na FRETILIN e nos bastidores contribuir decisivamente para o sucesso do actual governo, chefiado por Ramos Horta. Mas também pode obstaculizar a acção do Governo ou pelo menos dificultar o seu funcionamento.
Só que, se o actual Governo falhar, não será só Ramos Horta que falha. Nem o Presidente Xanana Gusmão que forçou a demissão do anterior Governo e nomeou este. Falha a FRETILIN que o indicou, o integra e o domina. E falhará, sobretudo, a independência de Timor Leste. Pela qual Mari Alkatiri sempre lutou e tantos e tantos timorenses deram a vida.
Entretanto estive em Timor Leste e conversei com todos os principais actores. Incluindo com o ex-Primeiro Ministro Mari Alkatiri.
E não tenho nem uma vírgula a modificar naquele meu texto.
Posso, em vez disso, acrescentar:
Mari Alkatiri pode continuar a ser muito importante, determinante mesmo, no processo de construção do Estado em Timor Leste. Naturalmente que é agora sua prioridade ver esclarecidas integralmente na Justiça as responsabilidades criminais que lhe são imputadas. Mas mal possa investir no trabalho parlamentar e partidário pode até tornar-se mais eficazmente influente do que era no Governo, valendo-se da experiência que adquiriu e mais ninguém possui e das competências que lhe são reconhecidas.
Mari Alkatiri pode, pela sua acção no Parlamento, na FRETILIN e nos bastidores contribuir decisivamente para o sucesso do actual governo, chefiado por Ramos Horta. Mas também pode obstaculizar a acção do Governo ou pelo menos dificultar o seu funcionamento.
Só que, se o actual Governo falhar, não será só Ramos Horta que falha. Nem o Presidente Xanana Gusmão que forçou a demissão do anterior Governo e nomeou este. Falha a FRETILIN que o indicou, o integra e o domina. E falhará, sobretudo, a independência de Timor Leste. Pela qual Mari Alkatiri sempre lutou e tantos e tantos timorenses deram a vida.
quarta-feira, 19 de julho de 2006
Médio Oriente - a barbárie à solta
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AG
Eu persisto em acreditar na Humanidade. Persisto em crer que razão e emoção nos distinguem no universo animal. E com elas disciplinamos sentimentos, identificamos valores, destrinçamos o bem do mal, comandamos acções e, em sociedade, gerimos interesses contraditórios, com leis e sanções para quem as viole. Por sermos humanos e não animais.
E, nos dias que correm, bem preciso é persistir em acreditar.
Para não nos deixarmos descontrolar pela indignação, a raiva, a impotência, o desespero, a vergonha gerados pela escalada da guerra no Médio Oriente e a destruição crua, cruel de Gaza e do Líbano.
Para não nos deixarmos contaminar pela bestialidade de uma guerra cobarde, centrada no ataque distante, desproporcionado e injustificável contra populações civis indefesas.
Para não nos deixarmos petrificar pela insanidade desumana da super-potência que se proclama fora-da-lei e podia fazer parar a guerra, mas antes a incentiva, recusando-se a exigir o cessar-fogo.
Para afirmarmos que uma tal guerra não serve, não pode servir, Israel. Porque reforça animicamente o Hezbollah e multiplica os ataques contra o povo israelita. Porque reforça e faz o jogo dos seus manipuladores em Teerão e da hidra terrorista por todo o mundo.Mas sobretudo, porque desonra Israel. E desonrando, deslegitima.
E, nos dias que correm, bem preciso é persistir em acreditar.
Para não nos deixarmos descontrolar pela indignação, a raiva, a impotência, o desespero, a vergonha gerados pela escalada da guerra no Médio Oriente e a destruição crua, cruel de Gaza e do Líbano.
Para não nos deixarmos contaminar pela bestialidade de uma guerra cobarde, centrada no ataque distante, desproporcionado e injustificável contra populações civis indefesas.
Para não nos deixarmos petrificar pela insanidade desumana da super-potência que se proclama fora-da-lei e podia fazer parar a guerra, mas antes a incentiva, recusando-se a exigir o cessar-fogo.
Para afirmarmos que uma tal guerra não serve, não pode servir, Israel. Porque reforça animicamente o Hezbollah e multiplica os ataques contra o povo israelita. Porque reforça e faz o jogo dos seus manipuladores em Teerão e da hidra terrorista por todo o mundo.Mas sobretudo, porque desonra Israel. E desonrando, deslegitima.
Vizinhos do país errado
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Vital Moreira
«UNICEF estima que haja meio milhão de deslocados no Líbano». Que importa, devem ser todos apoiantes do Hezbollah! E se não são, são apenas vítimas dos "efeitos colaterais" da justa represália de Israel. Azar deles, terem "escolhido" viver no Líbano, sítio perigoso...
Despeito
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Vital Moreira
Desde que no ano passado o Governo inscreveu no orçamento para o corrente ano a previsão de crescimento do PIB em 1,1%, não faltaram os que ridicularizaram como megalómano tal cenário, aliás "confortados" nas previsões do BP e das instituições internacionais, sempe abaixo de 1%. Agora que o BP, com base nos dados económicos do primeiro semestre, veio rever em alta a previsão, apontando para 1,2%, acima da previsão governamental, reina nas hostes dos críticos o silêncio do despeito.
Bom sentido
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Vital Moreira
Segundo os números relativos ao investimento em "conhecimento" (investigação, software e educação), colhidos no jornal italiano La Repubblica, os primeiros lugares são ocupados, sem surpresa, pela Suécia, seguida dos Estados Unidos e da Finlândia), todos acima dos 4% do PIB. A correlação entre tais investimentos e o desempenho económico é evidente. Portugal vem muito abaixo, atrás da Grécia e da Itália, com menos de 2%. A diferença está à vista e explica muita coisa. Por isso, o reforço dos investimentos nas referidas áreas só pode ser bem-vindo.
terça-feira, 18 de julho de 2006
Livro de reclamações (2)
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Vital Moreira
As ligações da Carris para o aeroporto de Lisboa são em geral más. Mas à noite desaparecem, deixando os viajantes à mercê exclusiva dos táxis. Não havendo ligações ferroviárias nem de metropolitano directas (deve haver poucos aeroportos europeus de importância nessa situação), não se compreende o défice de ligações por autocarro. Por exemplo, não se justificaria um "shuttle" entre o aeroporto e a Gare do Oriente, dando acesso rápido a comboios, ao metro e a carreiras rodoviárias suburbanas? Ou será que a Carris tem um acordo secreto com a associação de taxistas?
Livro de reclamações (1)
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Vital Moreira
Por várias vezes, nos últimos tempos (ainda ontem, segunda-feira à noite), verifiquei a enorme demora da disponibilização das bagagens no aeroporto de Lisboa, em particular nos voos da TAP. Já não se tolera! Era altura de a companhia aérea verificar o desempenho da empresa responsável por tal serviço.
O massacre de um país
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Vital Moreira
Ecoando a propaganda israelita, alguns meios de comunicação de hoje noticiavam que Israel continuou a "destruir as infra-estruturas do Hezbollah". Na verdade, o que Israel está a fazer é a destruir as infra-estruturas do Líbano, arrasando pontes e estradas, bairros urbanos, centrais eléctricas e outros equipoamentos colectivos, etc. E a matar e a deslocar muita gente, lançando todo o país no caos (as agências internacionais falam em quase duas cenetnas de mortos e centenas de milhares de deslocados).
Aliás, no final desta orgia sádica de violência bélica contra um país indefeso, que deixará o Líbano em ruínas, a única coisa que Israel não conseguirá destruir é justamente o Hezbollah (que, como todos os movimentos elusivos, não precisa de infra-estruturas próprias).
Gostaria de ter escrito isto
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Vital Moreira
«As políticas de educação postas em prática ao longo das últimas décadas tiveram efeitos que só podem qualificar-se de desastrosos.
A eliminação, durante anos, dos exames nacionais no final de cada grau de ensino não democratizou a educação, mas eliminou a noção de mérito e de esforço e acabou por pôr o ensino básico, obrigatório, em concorrência com formas de entretenimento, numa luta desigual que só podia ditar a derrota da escola.» (Teodora Cardoso, "A educação e a política", Jornal de Negócios de hoje)
A eliminação, durante anos, dos exames nacionais no final de cada grau de ensino não democratizou a educação, mas eliminou a noção de mérito e de esforço e acabou por pôr o ensino básico, obrigatório, em concorrência com formas de entretenimento, numa luta desigual que só podia ditar a derrota da escola.» (Teodora Cardoso, "A educação e a política", Jornal de Negócios de hoje)
domingo, 16 de julho de 2006
"Nem Fidel Castro se esquivou"
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Vital Moreira
O meu artigo desta semana no Público, com o título em epígrafe, está agora disponível na Aba da Causa.
Gostaria de ter escrito isto
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Vital Moreira
«O caso [do anúncio da jornalista Maria João Avilez] não é "excessivamente grrrave", num país em que jornalistas apresentam reality shows, em que manequins são actores ou apresentam notícias, em que apresentadores saem directamente dos noticiários para empresas de "comunicação", em que magazines são apresentados por pessoas que fazem publicidade, em que talk-shows são mostruários de produtos e serviços dos amigos dos apresentadores. Sobre isto nem a Comissão da Carteira nem os papas da deontologia têm uma palavra a dizer. Ao pé da promiscuidade generalizada e da submissão do jornalismo à economia, o caso do anúncio do BPP é uma ninharia.» (Eduardo Cintra Torres, Público de hoje; link só para assinantes)
sexta-feira, 14 de julho de 2006
Dois pesos, duas medidas
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Vital Moreira
Os países da União Europeia lamentam em palavras os excessos da ofensiva militar israelita contra a faixa de Gaza e o Líbano (destruição de inúmeros objectivos civis, morte de dezenas de pessoas inocentes, ataque a um Estado soberano, etc.), em resposta à provocação de grupos extremistas palestinianos, que capturaram dois ou três militares israelitas. Mas quando se trata de forçar Israel a pôr fim ao uso desproporcionado da força e ao ataque ilícito a objectivos civis, a UE fica-se... pelas palavras.
Será dessa maneira, tomando ostensivamente o partido de Israel, sem a mínima equanimidade em relação aos palestinianos, que a UE quer desempenhar um papel imparcial e construtivo no conflito israelo-palestiniano, como é seu dever e interesse?
Será dessa maneira, tomando ostensivamente o partido de Israel, sem a mínima equanimidade em relação aos palestinianos, que a UE quer desempenhar um papel imparcial e construtivo no conflito israelo-palestiniano, como é seu dever e interesse?
A política das palavras
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Vital Moreira
Seguindo a qualificação israelita, a captura dos soldados israelitas pelos movimentos radiciais palestinianos é geralmente qualificada como "rapto" pelos media. Ora, num regime de ocupação as tropas do ocupante são um alvo legítimo da resistência armada nos territórios ocupados, sobretudo quando a potência ocupante não respeita os mais elementares direitos das populações dos territórios ocupados.
Já a morte de dezenas de civis inocentes em Gaza e no Líbano em consequência da retaliação israelita só pode ter o nome que tem: assassínios de Estado.
Já a morte de dezenas de civis inocentes em Gaza e no Líbano em consequência da retaliação israelita só pode ter o nome que tem: assassínios de Estado.
quarta-feira, 12 de julho de 2006
Sempre há uma explicação
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Vital Moreira
«O PSD fez um pacto secreto com o governo e o PS. Apenas esta realidade pode explicar a inexistência de uma oposição capaz por parte do partido de Marques Mendes.» (A. A. Amaral, no Insurgente).
Radicalismo retórico
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Vital Moreira
Uma deputada do BE acusava hoje o Governo de ser "rufia" (sic), por ser "forte com os fracos e fraco com os fortes". A deputada não deve viver neste país, visto que se há coisa de que o Governo não pode ser acusado com razão é de complacência perante os grupos privilegiados, bastando recordar o fim dos regimes especiais e as regalias dos políticos, dos militares, dos juízes, dos professores, dos grandes agricultores, etc. (ainda hoje foi anunciado o fim do regime especial de pensões de reforma do Banco de Portugal e da CGD). Mesmo na reforma da segurança social, quem sai com posições mais salvaguardadas são os titulares de pensões mais baixas, com sacrifício das mais altas.
Uma das razões da boa imagem do Governo na opinião pública (apesar de algumas medidas realmente criticáveis) está justamente em fazer questão de mostrar que, desta vez, a austeridade toca a todos e não somente aos mesmos de sempre.
Com "boutades" daquelas, como é que a oposição quer credibilizar a sua contestação do Governo, mesmo quando há razões para isso? O radicalismo retórico só serve para esconder a falta de ideias e de projectos.
Uma das razões da boa imagem do Governo na opinião pública (apesar de algumas medidas realmente criticáveis) está justamente em fazer questão de mostrar que, desta vez, a austeridade toca a todos e não somente aos mesmos de sempre.
Com "boutades" daquelas, como é que a oposição quer credibilizar a sua contestação do Governo, mesmo quando há razões para isso? O radicalismo retórico só serve para esconder a falta de ideias e de projectos.
Já se sabe para onde vai o dinheiro ....
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Vital Moreira
... da Câmara Municipal de Lisboa. Segundo o Correio da Manhã, «a Câmara de Lisboa tem nos gabinetes do executivo quase 100 assessores com contratos de prestação de serviços e avenças, com os quais gasta mais de 3,1 milhões de euros por ano».
Um dos grandes mistérios financeiros do País é o do sugadouro de fundos no município de Lisboa. Sendo o município mais rico do país, não tendo despesas importantes que outros têm, porque os Estado (ou seja, o resto do país) as suporta (por exemplo, os transportes públicos), intrigava a sua permanente situação de dificuldade financeira. Agora, a confirmarem-se as notícias do diário lisboeta, começamos a ter um princípio de explicação.
Um dos grandes mistérios financeiros do País é o do sugadouro de fundos no município de Lisboa. Sendo o município mais rico do país, não tendo despesas importantes que outros têm, porque os Estado (ou seja, o resto do país) as suporta (por exemplo, os transportes públicos), intrigava a sua permanente situação de dificuldade financeira. Agora, a confirmarem-se as notícias do diário lisboeta, começamos a ter um princípio de explicação.
terça-feira, 11 de julho de 2006
Mas é que deve ser mesmo
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Vital Moreira
«Caso GM tem de ser exemplar, diz ministro da Economia». Ai do Governo, se consentisse a mínima complacência face a esta violação grosseira das obrigações contratuais da empresa. Portugal não pode ser uma República das bananas, muito menos de bananas.
Fatalidade
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Vital Moreira
"GM Europe: fecho da Azambuja é definitivo". Fatalidade dos pequenos países periféricos, que já perderam a vantagem dos custos de trabalho comparativamente baixos (de resto, os salários crescem acima da produtividade), mas que mantêm todos os factores negativos: distância e custos de transporte, défice de qualificação profissional, baixa produtividade, falta de fornecedores domésticos qualificados, elevados custos de energia, falta de competividade fiscal, etc.
Temos de fazer melhor em todos esses aspectos.
Temos de fazer melhor em todos esses aspectos.
Para o caso de alguém se ter esquecido
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Vital Moreira
«Aperto do cinto é para continuar, diz Governo». Ponto é que valha para todos, incluindo os que se habituaram há muito a viver à conta do orçamento alheio (como a região autónoma da Madeira...).
Correio dos leitores: Simplex
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Vital Moreira
«Quantos professores dos ensinos básico e secundário se encontram a trabalhar nos serviços centrais e regionais do Ministério da Educação? Desejando tentar obter uma pergunta a esta simples questão decidi contactar a Direcção Regional de Educação do Norte e, com enorme rapidez, ligaram-me a um Director de Serviços que simpaticamente me disse que esta informação deveria ser obtida na Secretaria Geral do Ministério. Liguei para este organismo e durante muito tempo andei a ser desviado de serviço para serviço. Ao fim de quase entrar em desespero alguém me comunicou que deveria contactar o Departamento de Recursos Humanos do ME. Também aqui fui tratado como uma bola de "pinball" até que, de outro lado da linha, alguém me diz: "Nós não tratamos disto. Nós só tratamos de informação estatística." "Mas o que eu quero é uma informação estatística", retorqui. Mandaram-me aguardar. Ao fim de algum tempo fui informado de que a informação pretendida deveria ser solicitada por escrito em carta dirigida à Senhora Ministra da Educação. É por isso que foi criado o Simplex não foi?»
Paulo S.
Paulo S.
Nem mais um tostão para a Madeira
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Vital Moreira
O líder regional da Madeira escreveu recentemente ao Primeiro-Ministro (cuja demissão imediata pediu ha pouco tempo ao Presidente da República...) a pedir ajuda para a grave crise financeira da região. Mas a resposta só pode ser um rotundo NÃO; e deveria haver rapidamente uma investigação do Tribunal de Contas aos despautérios financeiros no arquipélago. Em qualquer País onde a ideia de responsabilidade financeira quisesse dizer alguma coisa, Jardim já estaria destituído por dolosa irresponsabilidade (suborçamentação de despesas, realização de despesas sem dotação orçamental, endividamento acima do permitido, compromissos financeiros a longo prazo sem qualquer garantia de cobertura, empresas públicas fictícias, subsídios a rodos para os amigos políticos, serviços públicos gratuitos à labúrdia, como no caso da saúde, etc. etc.).
A Madeira beneficia de um regime de privilégio financeiro. Fica com todas as receitas fiscais nela geradas; não contribui um cêntimo para as despesas gerais da República (forças armadas, tribunais, relações externas, etc.); apesar de se ter tornado uma das regiões mais ricas do País, continua a receber anualmente milhões e milhões adicionais do orçamento do Estado, ou seja, dos impostos do Continente, com regiões muito mais pobres; o Estado continua a suportar várias despesas de investimento (por exemplo, o aeroporto) e vários serviços públicos na Madeira (por exemplo, a Universidade).
E depois desta cornucópia, ainda falta dinheiro? Nem mais um cêntimo, para além dos milhões previstos no orçamento do Estado, cumprindo a generosa Lei de Finanças Regionais. Quando o Estado faz sacrifícios para disciplinar as finanças públicas, seria um verdadeiro crime contra os contribuintes do Continente alimentar o saco sem fundo do destrambelhamento financeiro do Governo regional da Madeira. Se não tem dinheiro para cumprir os compromissos financeiros, que aperte o cinto, aumente os impostos (muito mais baixos do que no Continente) ou... declare falência!
A Madeira beneficia de um regime de privilégio financeiro. Fica com todas as receitas fiscais nela geradas; não contribui um cêntimo para as despesas gerais da República (forças armadas, tribunais, relações externas, etc.); apesar de se ter tornado uma das regiões mais ricas do País, continua a receber anualmente milhões e milhões adicionais do orçamento do Estado, ou seja, dos impostos do Continente, com regiões muito mais pobres; o Estado continua a suportar várias despesas de investimento (por exemplo, o aeroporto) e vários serviços públicos na Madeira (por exemplo, a Universidade).
E depois desta cornucópia, ainda falta dinheiro? Nem mais um cêntimo, para além dos milhões previstos no orçamento do Estado, cumprindo a generosa Lei de Finanças Regionais. Quando o Estado faz sacrifícios para disciplinar as finanças públicas, seria um verdadeiro crime contra os contribuintes do Continente alimentar o saco sem fundo do destrambelhamento financeiro do Governo regional da Madeira. Se não tem dinheiro para cumprir os compromissos financeiros, que aperte o cinto, aumente os impostos (muito mais baixos do que no Continente) ou... declare falência!
segunda-feira, 10 de julho de 2006
É só por perguntar
Publicado por
Vital Moreira
Desculpem a pergunta de leigo: e se, em vez do fantasma de Pauleta (a selecção portuguesa pareceu jogar sempre só com 10 jogadores...), tivesse entrado mais vezes o Nuno Gomes (como aconteceu nos minutos finais do derradeiro jogo), a sorte da selecção nacional de futebol na Alemanha não poderia ter sido diferente, para melhor?
Desfeita
Publicado por
Vital Moreira
Segundo noticia o Diário de Notícias, citando a imprensa italiana, o Vaticano condenou duramente o chefe do Governo espanhol, Rodríguez Zapatero, por não este não ter ido à missa celebrada pelo Papa em Valência, por ocasião de um "Encontro Mundial da Família", organizado por círculos religiosos e políticos conservadores.
Segundo o porta-voz papal, esta é uma "desfeita" sem precedentes na história das visitas do sumo pontífice romano: "Quando fomos à Nicarágua, [o Presidente] Daniel Ortega foi à missa. Em Varsóvia, durante o período comunista, [o primeiro-ministro] Wojciech Jaruzelski fez o mesmo." Até em Cuba, concluiu, "Fidel [Castro] não se esquivou à missa".
Com efeito, com tão convincentes exemplos, como é que há um governante, ainda por cima da Espanha "fidelíssima", que ousa desacatar a universal obediência devida pelo poder temporal ao poder espiritual do Papa? Decididamente, nestes tempos ímpios, já não há respeito pelas hierarquias tradicionais do poder!
Segundo o porta-voz papal, esta é uma "desfeita" sem precedentes na história das visitas do sumo pontífice romano: "Quando fomos à Nicarágua, [o Presidente] Daniel Ortega foi à missa. Em Varsóvia, durante o período comunista, [o primeiro-ministro] Wojciech Jaruzelski fez o mesmo." Até em Cuba, concluiu, "Fidel [Castro] não se esquivou à missa".
Com efeito, com tão convincentes exemplos, como é que há um governante, ainda por cima da Espanha "fidelíssima", que ousa desacatar a universal obediência devida pelo poder temporal ao poder espiritual do Papa? Decididamente, nestes tempos ímpios, já não há respeito pelas hierarquias tradicionais do poder!
Regalias
Publicado por
Vital Moreira
«Segundo apurou o CM junto de fonte do Ministério da Justiça, 3573 magistrados (80 por cento do total) optaram por receber o subsídio de compensação previsto na lei pelo não uso das casas de função, mais conhecidas por casas dos juízes, no valor de 700 euros por mês. Este subsídio de compensação acumula ao vencimento dos magistrados e não está sujeito a impostos.» (Correio da Manhã, via Câmara Corporativa).
Ora, aí está uma regalia que os demais encarregados de funções públicas (e privadas!) não se importavam de ter. Não valerá aqui um princípio de universalidade quanto à "casa de função" e seu sucedâneo pecuniário?
Ora, aí está uma regalia que os demais encarregados de funções públicas (e privadas!) não se importavam de ter. Não valerá aqui um princípio de universalidade quanto à "casa de função" e seu sucedâneo pecuniário?
domingo, 9 de julho de 2006
A tempestade perfeita
Publicado por
AG
Vale a pena ler o artigo de Michael Abramowitz e Robin Wright "A Driven President Faces a World of Crises" , publicado no Washington Post, dia 6 de Julho.
O artigo cita Madeleine Albright, a ex-Secretária de Estado da era Clinton, a propósito das graves crises a estourar por todo o lado na cena internacional, designadamente as últimas provocações vindas da Coreia do Norte: «OS EUA estão a enfrentar a "tempestade perfeita" na política externa... Não temos prestado atenção a uma série de problemas... O Afeganistão está fora de controle porque não lhe foi prestada suficiente atenção".
«Este é um governo distraído que tem que tomar conta de muitas coisas ao mesmo tempo e se deixou consumir pela guerra no Iraque» diz Moisés Naím, editor da revista "Foreign Policy".
As preocupações já transpõem fronteiras partidárias ou ideológicas e exasperam mesmo os falcões:
Richard Hass, que serviu na Administração Bush e agora preside ao Council on Foreign Relations, afirma: "Não consigo pensar num outro momento nos tempos modernos com tantos desafios confrontando este país ao mesmo tempo (... O perigo é que o Sr. Bush entregue a Casa Branca a um sucessor que tenhe de fazer face a um muito mais caótico mundo, com muito menos recursos para lhe fazer face".
O guru neo-conservador William Kristol, editor do "Weekly Standard" diz:"A Coreia do Norte dispara mísseis. O Irão caminha para o nuclear. A Somália é controlada por radicais islamistas. O Iraque não está a melhorar e o Afeganistão está a piorar. Dou crédito ao Presidente por se manter forte em relação ao Iraque. Mas estou preocupado que isso o tenha tornado excessivamente passivo no confronto dos outros perigos".
Zbigniew Brzezinski, que foi National Security Adviser na Administração Carter observa: "É como o malabarista: tem de se manter todas as bolas a girar. Qualquer uma que saia fora da trajectória, ameaça todas as outras..."
O comentário da Sra. Albright faz alusão apropriada ao filme "The perfect storm". De facto, quem semeia ventos, colhe tempestades. Por nós todos, esperemos é que o final seja diferente. É que em «Staying the course»,o filme com título igual ao mantra de Bush, Clooney foi ao fundo...
O artigo cita Madeleine Albright, a ex-Secretária de Estado da era Clinton, a propósito das graves crises a estourar por todo o lado na cena internacional, designadamente as últimas provocações vindas da Coreia do Norte: «OS EUA estão a enfrentar a "tempestade perfeita" na política externa... Não temos prestado atenção a uma série de problemas... O Afeganistão está fora de controle porque não lhe foi prestada suficiente atenção".
«Este é um governo distraído que tem que tomar conta de muitas coisas ao mesmo tempo e se deixou consumir pela guerra no Iraque» diz Moisés Naím, editor da revista "Foreign Policy".
As preocupações já transpõem fronteiras partidárias ou ideológicas e exasperam mesmo os falcões:
Richard Hass, que serviu na Administração Bush e agora preside ao Council on Foreign Relations, afirma: "Não consigo pensar num outro momento nos tempos modernos com tantos desafios confrontando este país ao mesmo tempo (... O perigo é que o Sr. Bush entregue a Casa Branca a um sucessor que tenhe de fazer face a um muito mais caótico mundo, com muito menos recursos para lhe fazer face".
O guru neo-conservador William Kristol, editor do "Weekly Standard" diz:"A Coreia do Norte dispara mísseis. O Irão caminha para o nuclear. A Somália é controlada por radicais islamistas. O Iraque não está a melhorar e o Afeganistão está a piorar. Dou crédito ao Presidente por se manter forte em relação ao Iraque. Mas estou preocupado que isso o tenha tornado excessivamente passivo no confronto dos outros perigos".
Zbigniew Brzezinski, que foi National Security Adviser na Administração Carter observa: "É como o malabarista: tem de se manter todas as bolas a girar. Qualquer uma que saia fora da trajectória, ameaça todas as outras..."
O comentário da Sra. Albright faz alusão apropriada ao filme "The perfect storm". De facto, quem semeia ventos, colhe tempestades. Por nós todos, esperemos é que o final seja diferente. É que em «Staying the course»,o filme com título igual ao mantra de Bush, Clooney foi ao fundo...
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