«Três meses depois das eleições, a Bélgica aproxima-se a passos largos da partição» - titula hoje o Público.
Mas que mal virá ao mundo, à Europa e aos belgas, se a Bélgica se partir entre flamengos e valões? (Podiam deixar de lado Bruxelas, para "distrito federal da UE"...). Mais vale separados a bem do que mal-casados à força. Afinal, a Europa já está cheia de mini-Estados, aliás prósperos.
Blogue fundado em 22 de Novembro de 2003 por Ana Gomes, Jorge Wemans, Luís Filipe Borges, Luís Nazaré, Luís Osório, Maria Manuel Leitão Marques, Vicente Jorge Silva e Vital Moreira
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
RJIES
Publicado por
Vital Moreira
Foi publicada a lei que aprova o novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior.
A lei entra em vigor daqui a um mês (embora tenha alguns efeitos imediatos, como a caducidade automática dos processos pendentes de reconhecimento de instituições de ensino privadas). Depois há três meses para eventual opção pelo regime fundacional por parte das universidades ou faculdades que o desejem desde já e pelo menos um ano para todas as instituições montarem o novo sistema de governo institucional (aprovação de novos estatutos e eleição dos novos órgãos). Lá para o fim de de 2008 (contando com o tempo de o ministério analisar e homologar os estatutos), o novo regime deve estar inteiramente em vigor.
Juntamente com a entrada em funcionamento efectivo da reforma de Bolonha na maior parte das instituições, este ano lectivo vai ser um ano cheio de mudanças no ensino superior em Portugal.
(revisto)
A lei entra em vigor daqui a um mês (embora tenha alguns efeitos imediatos, como a caducidade automática dos processos pendentes de reconhecimento de instituições de ensino privadas). Depois há três meses para eventual opção pelo regime fundacional por parte das universidades ou faculdades que o desejem desde já e pelo menos um ano para todas as instituições montarem o novo sistema de governo institucional (aprovação de novos estatutos e eleição dos novos órgãos). Lá para o fim de de 2008 (contando com o tempo de o ministério analisar e homologar os estatutos), o novo regime deve estar inteiramente em vigor.
Juntamente com a entrada em funcionamento efectivo da reforma de Bolonha na maior parte das instituições, este ano lectivo vai ser um ano cheio de mudanças no ensino superior em Portugal.
(revisto)
Manipulação linguística
Publicado por
Vital Moreira
Houve quem condenasse como "despedimento colectivo" o facto de muitos candidatos não terem sido colocados no recente concurso complementar de professor, por excederem em muito as vagas postas a concurso (o que, aliás, sucede em muitos outros concursos, públicos ou privados).
É evidente a impropriedade do conceito. Só é despedido quem tem um contrato de trabalho, e não quem se candidata a um concurso e excede as vagas (como era o caso). Mas há quem se arrogue o poder de fazer as palavras dizerem coisa diferente do que elas significam para toda a gente...
É evidente a impropriedade do conceito. Só é despedido quem tem um contrato de trabalho, e não quem se candidata a um concurso e excede as vagas (como era o caso). Mas há quem se arrogue o poder de fazer as palavras dizerem coisa diferente do que elas significam para toda a gente...
Banal e recorrente
Publicado por
Vital Moreira
Houve algum governo que o PCP não tenha qualificado como «o mais à direita desde o 25 de Abril»? Ou que não tenha acusado de «destruir as conquistas do 25 de Abril»? Ou que não tenha denunciado, mesmo, por «pôr em causa a liberdade e a democracia»?
Demasiado intrigante
Publicado por
Vital Moreira
Esta história da manutenção em funções de um cônsul honorário envolvido em manigâncias penais graves é demasiado intrigante (a ser verdadeira). Um cônsul "honorário" fora-da-lei é um verdadeiro oximoro. António Braga deve uma explicação clara sobre o caso.
Azares desportivos
Publicado por
Vital Moreira
Se em Inglês a modalidade se chama "Rugby" (cuja pronúncia soa algo como rágbi) e se em Português se escreve usualmente "Râguebi", por que bula é que a generalidade das pessoas pronuncia "reiguebi"?
domingo, 9 de setembro de 2007
Valha-nos o Dalai Gama!
Publicado por
AG
Leio no "Público" de hoje que o MENE, Dr. Luis Amado, declarou que "oficialmente, o Dalai Lama não é recebido por responsáveis do Governo português, como é óbvio". E instado a explicar porquê, explicou-se: "pelas razões que são conhecidas".
Antecipava, por certo, o Ministro o desprazer que um encontro oficial em Portugal e com algum membro do Governo que está na Presidência da UE não deixaria de causar ao regime de Beijing - tremeriam os negócios da China que a diplomacia portuguesa estará, diligentemente, pacientemente, a tecer (sem que ninguém veja nada, o que releva da mística oriental...).
O Ministro estava a ser consequente com o que tem sido a diplomacia leve-leve em que vai especializando Portugal: nada de incomodar mandarins com conversas parvas sobre direitos humanos; importa é adulá-los e acenar-lhes até com o levantamento do embargo de armas decretado pela UE à conta desse episódio "pré-histórico" do massacre de Tien An Men.
Mas como na "fellowship" em Georgetown (que, de resto, o irmana a Durão Barroso) o Dr. Luís Amado deve ter apurado o paradigma de "nunca correr o risco de desagradar a ricos e poderosos" que vem exercitando, seja a propósito do Iraque, de Guantanamo, da Rússia ou de África, e sendo o Dalai Lama figura cada dia mais bem recebida em Washington (onde acaba de receber a Medalha de Ouro do Congresso), é de esperar que o MENE se empenhe numa saída tão equilibrada, como equilibrista: proporcionando encontros "não oficiais" de Cavaco Silva, José Sócrates, o próprio MENE e outros dignatários portugueses com o Dalai Lama - que até oferece essa conveniente cobertura de ser "líder religioso".
Para dar uma ajudinha e sobretudo tranquilizar outros governantes receosos pelos seus negócios da China, aqui deixo um link da lista dos representantes oficiais de vários países com que o Dalai Lama se encontrou nos últimos anos, incluindo Primeiros-Ministros no exercício de presidências europeias. E não consta que do PM belga ao austríaco, do norueguês ao australiano, algum tenha sido comido por Pequim ao pequeno-almoço; pelo contrário, qualquer dos seus países tem (porque soube construir) muito mais visíveis e rentáveis relações económicas com a China do que Portugal... e sem "pied à terre" em Macau ...
O esforço não exige nada de especial ao MENE: basta esgravatar no saco da velha "esperteza saloia".
Em caso de dúvida, é ligar ao Dalai. Ao Dalai Gama, claro!
Antecipava, por certo, o Ministro o desprazer que um encontro oficial em Portugal e com algum membro do Governo que está na Presidência da UE não deixaria de causar ao regime de Beijing - tremeriam os negócios da China que a diplomacia portuguesa estará, diligentemente, pacientemente, a tecer (sem que ninguém veja nada, o que releva da mística oriental...).
O Ministro estava a ser consequente com o que tem sido a diplomacia leve-leve em que vai especializando Portugal: nada de incomodar mandarins com conversas parvas sobre direitos humanos; importa é adulá-los e acenar-lhes até com o levantamento do embargo de armas decretado pela UE à conta desse episódio "pré-histórico" do massacre de Tien An Men.
Mas como na "fellowship" em Georgetown (que, de resto, o irmana a Durão Barroso) o Dr. Luís Amado deve ter apurado o paradigma de "nunca correr o risco de desagradar a ricos e poderosos" que vem exercitando, seja a propósito do Iraque, de Guantanamo, da Rússia ou de África, e sendo o Dalai Lama figura cada dia mais bem recebida em Washington (onde acaba de receber a Medalha de Ouro do Congresso), é de esperar que o MENE se empenhe numa saída tão equilibrada, como equilibrista: proporcionando encontros "não oficiais" de Cavaco Silva, José Sócrates, o próprio MENE e outros dignatários portugueses com o Dalai Lama - que até oferece essa conveniente cobertura de ser "líder religioso".
Para dar uma ajudinha e sobretudo tranquilizar outros governantes receosos pelos seus negócios da China, aqui deixo um link da lista dos representantes oficiais de vários países com que o Dalai Lama se encontrou nos últimos anos, incluindo Primeiros-Ministros no exercício de presidências europeias. E não consta que do PM belga ao austríaco, do norueguês ao australiano, algum tenha sido comido por Pequim ao pequeno-almoço; pelo contrário, qualquer dos seus países tem (porque soube construir) muito mais visíveis e rentáveis relações económicas com a China do que Portugal... e sem "pied à terre" em Macau ...
O esforço não exige nada de especial ao MENE: basta esgravatar no saco da velha "esperteza saloia".
Em caso de dúvida, é ligar ao Dalai. Ao Dalai Gama, claro!
Barbaridades
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Vital Moreira
Como era de prever, atrás da oportunista legalização da "excepção de Barrancos" outras se perfilam, como Monsaraz. A barbaridade dos touros de morte, mesmo quando "tradicional" (real ou pretensamente), não deixa de o ser.
Escutas telefónicas
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Vital Moreira
Na sua coluna do Expresso, Miguel Sousa Tavares cita-me como se eu considerasse em geral desproporcionada a proibição de publivação de escutas telefónicas constantes de processos penais não protegidos pelo segredo de justiça.
Ora, não é bem assim. Para começar, o problema só se põe em relação a escutas lícitas, constantes de processos penais, validades por um juiz e depois de expurgadas as escutas ou passagens irrelevantes, como impõe a lei. O que eu sustentei (e mantenho) é que é excessiva uma proibição de publicação «automática, geral e permanente», ou seja, absoluta. Entendo que devia ser dada ao juiz uma margem de decisão nesta matéria.
Compreendo bem que a defesa da privacidade possa impor muitas vezes a proibição de publicação (por exemplo, conversas íntimas); mas não vejo por que é que não pode ser publicada uma conversa entre, por exemplo, um autarca e um empreiteiro que prova um acto de corrupção ou uma conversa entre dois terroristas a combinar um atentado.
Não conheço nenhum direito fundamental que goze de protecção absoluta...
Ora, não é bem assim. Para começar, o problema só se põe em relação a escutas lícitas, constantes de processos penais, validades por um juiz e depois de expurgadas as escutas ou passagens irrelevantes, como impõe a lei. O que eu sustentei (e mantenho) é que é excessiva uma proibição de publicação «automática, geral e permanente», ou seja, absoluta. Entendo que devia ser dada ao juiz uma margem de decisão nesta matéria.
Compreendo bem que a defesa da privacidade possa impor muitas vezes a proibição de publicação (por exemplo, conversas íntimas); mas não vejo por que é que não pode ser publicada uma conversa entre, por exemplo, um autarca e um empreiteiro que prova um acto de corrupção ou uma conversa entre dois terroristas a combinar um atentado.
Não conheço nenhum direito fundamental que goze de protecção absoluta...
Finanças partidárias
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Vital Moreira
«Marques Mendes defende fiscalização das campanhas internas dos partidos». Estou de acordo: a lei deveria estatuir esse controlo.
Por exemplo, sendo proibidos (e bem) os financiamentos de empresas aos partidos, por que é que hão-de ser admitidos os financiamentos aos candidatos à liderança dos mesmos, influenciando assim essa escolha e podendo depois vir "cobrar" tal apoio? Faz algum sentido que, digamos, a Somague, depois de financiar ilicitamente uma campanha eleitoral do PSD, possa agora financiar licitamente a campanha de um candidato à presidência desse partido?
Por exemplo, sendo proibidos (e bem) os financiamentos de empresas aos partidos, por que é que hão-de ser admitidos os financiamentos aos candidatos à liderança dos mesmos, influenciando assim essa escolha e podendo depois vir "cobrar" tal apoio? Faz algum sentido que, digamos, a Somague, depois de financiar ilicitamente uma campanha eleitoral do PSD, possa agora financiar licitamente a campanha de um candidato à presidência desse partido?
Diz o roto ao nu
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Vital Moreira
«Marques Mendes acusa Menezes de falta de credibilidade». A luta pela liderança do PSD endurece.
Manipulação governamental
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Vital Moreira
«Sondagem: PS voltava a conquistar maioria absoluta». Mas uma prova evidente de que o Governo manipula a informação e anda a lavar o cérebro aos portugueses...
Um pouco mais de seriedade, sff.
Publicado por
Vital Moreira
Falar de «trelas, mordaças e canga», título da tréplica de Francisco Teixeira da Mota hoje no Público, a propósito da institucionalização da responsabilidade deontológica dos jornalistas, não é somente descabido e ridículo.
Numa discussão decente, é pouco sério!
Numa discussão decente, é pouco sério!
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
Regionalização
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Vital Moreira
Embora conste do programa do Governo a criação das autarquias regionais, através da realização de um novo referendo na próxima legislatura, não é supérfluo que tal objectivo seja reafirmado de vez em quando.
São de registar os passos dados recentemente para aplanar o caminho, designadamente a homogeneização do mapa territorial da administração regional do Estado em torno das cinco NUTS II (regiões-plano). Mas isso não basta. Torna-se necessário rever a actual divisão distrital (acabando a sua discrepância com os limites das NUTS III e NUTS II) e esvaziar a relevância política e administrativa do distrito. Enquanto os distritos continuarem a ser círculos eleitorais, pelo menos com a sua actual divisão territorial, haverá uma dificuldade insuperável em fazer vingar a ideia da regionalização.
Adenda
E o que se passa com as regiões de turismo, em banho-maria desde há mais de um ano? Se vingar uma divisão territorial discrepante com as NUTS II, que o projecto dado a público continha, isso significa que todo o discurso regionalizador carece de consistência (e de sinceridade).
São de registar os passos dados recentemente para aplanar o caminho, designadamente a homogeneização do mapa territorial da administração regional do Estado em torno das cinco NUTS II (regiões-plano). Mas isso não basta. Torna-se necessário rever a actual divisão distrital (acabando a sua discrepância com os limites das NUTS III e NUTS II) e esvaziar a relevância política e administrativa do distrito. Enquanto os distritos continuarem a ser círculos eleitorais, pelo menos com a sua actual divisão territorial, haverá uma dificuldade insuperável em fazer vingar a ideia da regionalização.
Adenda
E o que se passa com as regiões de turismo, em banho-maria desde há mais de um ano? Se vingar uma divisão territorial discrepante com as NUTS II, que o projecto dado a público continha, isso significa que todo o discurso regionalizador carece de consistência (e de sinceridade).
Terra da liberdade (vigiada)
Publicado por
Vital Moreira
Um juiz federal dos Estados Unidos considerou inconstitucionais os preceitos do Patriot Act (a lei antiterrorista norte-americana) na parte em que permite às autoridades policiais obterem das companhias telefónicas e fornecedoras de serviços de Internet dados sobre as comunicações privadas (listas de chamadas telefónicas, de e-mails, de sites visitados, etc.) sem autorização de um juiz.
Limpeza étnica
Publicado por
Vital Moreira
«Baghdad is undergoing ethnic cleansing, with Shiite militias driving Sunnis out of much of the city. And guess what? When a Sunni enclave is eliminated and the death toll in that district falls because there’s nobody left to kill, that counts as progress by the Pentagon’s metric.» (Paul Krugmann, New York Times de hoje).
O inimigo principal
Publicado por
Vital Moreira
No seu habitual combate aos governos do PS, o PCP não poupa nas palavras, mesmo quando isso passa as marcas do dislate (para não dizer do insulto) político.
"A caminho da servidão"...
Publicado por
Vital Moreira
Um instituto norte-americano dedicado à promoção da liberdade económica atribuiu a Portugal uma acentuada baixa no índice mundial da liberdade económica, relativo a 2005. Aparentemente, sem nos darmos conta, estamos a caminho da servidão...
Quem se possa intrigar, com toda a razão, com essa estranha "desclassificação" encontra neste "post" de Helena Garrido (saúdo o novo blogue) uma demonstração da arbitrariedade da dita. O radical agravamento de nota no que respeita ao mercado de trabalho mostra o fundamentalismo ideológico que preside ao exercício.
Aquela gente, incluindo os seus "peritos" em Portugal, parecem ser bem melhores no zelo doutrinário do que na consistência dos critérios...
Quem se possa intrigar, com toda a razão, com essa estranha "desclassificação" encontra neste "post" de Helena Garrido (saúdo o novo blogue) uma demonstração da arbitrariedade da dita. O radical agravamento de nota no que respeita ao mercado de trabalho mostra o fundamentalismo ideológico que preside ao exercício.
Aquela gente, incluindo os seus "peritos" em Portugal, parecem ser bem melhores no zelo doutrinário do que na consistência dos critérios...
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
Portucaliptal
Publicado por
Vital Moreira
Um bombeiro hoje, na rádio, a comentar a difusão de um incêndio florestal: «As folhas de eucalipto a arder espalham-se facilmente com o vento, acendendo novos fogos».
O muro e o roubo
Publicado por
Vital Moreira
O Supremo Tribunal de Israel condenou o Governo a demolir e mudar o traçado de uma secção do muro de separação com a Cisjordânia, dando razão às queixas de uma aldeia palestina que ficou separada dos seus campos de cultivo.
Todavia, o tribunal israelita não foi ao ponto de declarar a ilegalidade do muro em si mesmo, como decidiu o Tribunal Internacional de Justiça da Haia, pela simples razão de ter sido construído em grande parte dos sesu quase 700 quilómetros dentro do território ocupado, privando os palestinos das suas terras.
Todavia, o tribunal israelita não foi ao ponto de declarar a ilegalidade do muro em si mesmo, como decidiu o Tribunal Internacional de Justiça da Haia, pela simples razão de ter sido construído em grande parte dos sesu quase 700 quilómetros dentro do território ocupado, privando os palestinos das suas terras.
Punição colectiva
Publicado por
Vital Moreira
Israel ameaça cortar o fornecimento de energia eléctrica ao território de Gaza em resposta ao lançamento de rockets contra o território israelita.
A punição colectiva e indiscriminada das populações civis pertence às mais cruéis formas de repressão em situações de beligerância. Tendo em conta os sofisticados meios de detecção e de acção militar de Israel, o corte de energia eléctrica a toda a população configura uma forma de terrorismo de Estado.
A punição colectiva e indiscriminada das populações civis pertence às mais cruéis formas de repressão em situações de beligerância. Tendo em conta os sofisticados meios de detecção e de acção militar de Israel, o corte de energia eléctrica a toda a população configura uma forma de terrorismo de Estado.
"Taking social rights seriously"
Publicado por
Vital Moreira
Os que, em nome do neoliberalismo, anunciaram o fim próximo dos direitos económicos, sociais e culturais (DESC), tomaram os desejos por realidades. Pelo contrário.
Se, entre os DESC, o direito à educação e aos cuidados de saúde estão efectivamente garantidos no "modelo social europeu", o mesmo não sucedia em muitos países quanto ao direito à habitação. Mas há progressos.
Para assegurar esse direito como "direito constitucional exigível à Administração", o governo (socialista) da comunidade autónoma da Andaluzia acaba de anunciar uma lei a garantir uma habitação condigna, por arrendamento ou aquisição, a todas as famílias que tenham rendimentos inferiores a certo montante (cerca de 3000 euros mensais), a troco de uma contribuição com o máximo de 25% ou 30% do rendimento, conforme o nível de rendimentos.
Parafraseando um célebre livro de Ronald Dworkin (Taking Rights seriously, 1977), importa levar a sério os direitos sociais.
Se, entre os DESC, o direito à educação e aos cuidados de saúde estão efectivamente garantidos no "modelo social europeu", o mesmo não sucedia em muitos países quanto ao direito à habitação. Mas há progressos.
Para assegurar esse direito como "direito constitucional exigível à Administração", o governo (socialista) da comunidade autónoma da Andaluzia acaba de anunciar uma lei a garantir uma habitação condigna, por arrendamento ou aquisição, a todas as famílias que tenham rendimentos inferiores a certo montante (cerca de 3000 euros mensais), a troco de uma contribuição com o máximo de 25% ou 30% do rendimento, conforme o nível de rendimentos.
Parafraseando um célebre livro de Ronald Dworkin (Taking Rights seriously, 1977), importa levar a sério os direitos sociais.
Não há financiamentos grátis (11)
Publicado por
Vital Moreira
«PSD e Somague ilibados no caso do financiamento das eleições de 2001»- diz o Diário Económico de hoje.
Mas não é verdade. O que não vai haver é investigação, para efeitos penais, de algum favor que tenha sido proporcionado à Somague em contrapartida do financiamento. Mas o pagamento da Somague constitui um ilícito administrativo, sendo punido com sanção pecuniária pelo Tribunal Constitucional.
Um pouco mais de rigor, sff.
Mas não é verdade. O que não vai haver é investigação, para efeitos penais, de algum favor que tenha sido proporcionado à Somague em contrapartida do financiamento. Mas o pagamento da Somague constitui um ilícito administrativo, sendo punido com sanção pecuniária pelo Tribunal Constitucional.
Um pouco mais de rigor, sff.
Modelos de governo no ensino superior
Publicado por
Vital Moreira
Respondendo a um desafio de J. Vasconcelos Costa, escrevi umas notas sobre os modelos de governo das instituições de ensino superior (ainda a propósito do RJIES), que pode ser consultado na página de educação superior do mesmo autor (e que vou importar também para a Aba da Causa, para efeitos de arquivo dos meus escritos).
"Irresponsabilidade profissional"
Publicado por
Vital Moreira
Incluí na Aba da Causa o meu artigo desta semana no Público (com a correcção de uma imprecisão do texto publicado), em defesa da responsabilização dos jornalistas por certas infracções deontológicas, estabelecida no novo Estatuto dos Jornalistas.
Importa dizer que a oposição que esta matéria encontrou na classe jornalística tem duas origens muito distintas. Há, por um lado, os liberais radicais, contrários a qualquer institucionalização de uma responsabilidade deontológica, para quem esta constitui uma ingerência intolerável na liberdade profissional; e há, por outro lado, os "corporativistas", que são favoráveis à disciplina deontológica, desde que feita por uma ordem dos jornalistas, e que sentem que a solução adoptada afasta definitivamente esse projecto (não sei se não havia já potenciais candidatos a bastonário da Ordem...).
O que é estranho é que duas correntes tão radicalmente divergentes se tenham unido na contestação do regime legal agora estabelecido.
(Revisto)
Importa dizer que a oposição que esta matéria encontrou na classe jornalística tem duas origens muito distintas. Há, por um lado, os liberais radicais, contrários a qualquer institucionalização de uma responsabilidade deontológica, para quem esta constitui uma ingerência intolerável na liberdade profissional; e há, por outro lado, os "corporativistas", que são favoráveis à disciplina deontológica, desde que feita por uma ordem dos jornalistas, e que sentem que a solução adoptada afasta definitivamente esse projecto (não sei se não havia já potenciais candidatos a bastonário da Ordem...).
O que é estranho é que duas correntes tão radicalmente divergentes se tenham unido na contestação do regime legal agora estabelecido.
(Revisto)
"Mensalão"
Publicado por
Vital Moreira
Coincidindo com a acusação judicial dos implicados no caso do "mensalão" (esquema de pagamento a deputados para apoiarem o Governo), o Presidente Lula da Silva exalta a «autoridade moral e ética do PT» e o Congresso do Partido aprova um código de ética para os seus militantes.
Mas se os acusados -- entre os quais se conta o antigo presidente do PT, José Genoíno, e o antigo chefe da casa civil presidencial, José Dirceu -- vierem a ser condenados, como parece provável, isso significará um profundo golpe na reputação política e moral do PT, bem como do próprio Presidente, o qual, embora protestando sempre desconhecer os factos da acusação (e não havendo nenhuma prova comprometedora), não pode deixar de ser politicamente afectado pela condenação de alguns do seus mais dilectos companheiros de acção política.
E a reputação política é como a honra pessoal: facilmente se perde, dificilmente se recupera.
Mas se os acusados -- entre os quais se conta o antigo presidente do PT, José Genoíno, e o antigo chefe da casa civil presidencial, José Dirceu -- vierem a ser condenados, como parece provável, isso significará um profundo golpe na reputação política e moral do PT, bem como do próprio Presidente, o qual, embora protestando sempre desconhecer os factos da acusação (e não havendo nenhuma prova comprometedora), não pode deixar de ser politicamente afectado pela condenação de alguns do seus mais dilectos companheiros de acção política.
E a reputação política é como a honra pessoal: facilmente se perde, dificilmente se recupera.
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Não há financiamentos grátis (10)
Publicado por
Vital Moreira
Ao decidir não abrir um inquérito para efeitos penais a eventuais favorecimentos da Somague em sequência do comprovado financiamento ilícito ao PSD em 2003, a PGR renunciou a fazer qualquer investigação. (Saber-se-á porventura quando o procedimento penal estiver prescrito...)
Mas alguém acredita mesmo que há financiamentos grátis de uma grande empresa de construção a um partido que tinha ganho o município de Lisboa (e muitas outras autarquias) e estava à beira de se tornar Governo?
Mas alguém acredita mesmo que há financiamentos grátis de uma grande empresa de construção a um partido que tinha ganho o município de Lisboa (e muitas outras autarquias) e estava à beira de se tornar Governo?
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