sábado, 13 de novembro de 2004

Patrocínio pouco recomendável

Durante anos, Santana Lopes andou a vender proselitamente o velho elixir de «uma maioria, um governo, um presidente». Autocandidatou-se mesmo para ser a componente presidencial do tal três-em-um. Ontem, porém, ao anunciar o apoio do PSD a uma eventual candidatura presidencial de Cavaco Silva (solução que antes considerara desastrosa), SL acrescentou -- no que pode ser uma declaração combinada -- que isso depende de uma decisão pessoal do antigo primeiro-ministro e que se trata de uma «candidatura acima dos partidos» --, o que manifestamente não condiz com a famosa palavra de ordem.
O que é que mudou? Mudou o essencial, ou seja, o agora desejado candidato (à falta de outro com algumas chances eleitorais) nunca aceitaria disputar as eleições presidenciais numa "santíssima trindade" com esta maioria e com este governo, sob pena de alijar à partida qualquer hipótese de chegar a Belém. Esta maioria e este governo não são parceria recomendável para ninguém...