Blogue fundado em 22 de Novembro de 2003 por Ana Gomes, Jorge Wemans, Luís Filipe Borges, Luís Nazaré, Luís Osório, Maria Manuel Leitão Marques, Vicente Jorge Silva e Vital Moreira
segunda-feira, 24 de abril de 2006
Para reduzir o défice das contas públicas (5)
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Vital Moreira
5ª medida: Acabar com os hospitais militares e demais instituições militares que deixaram de ter a justificação que tinham. Mesmo que não tivesse havido a diminuição dos efectivos militares que houve, que sentido faz manter hospitais próprios para os militares?
Gestores públicos
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Vital Moreira
Segundo a imprensa, a administradora da CGD, Celeste Cardona, foi eleita delegada ao congresso do seu partido, o CDS. Talvez não seja caso único, podendo até haver casos de acumulação de cargos de administração em empresas públicas e de cargos de direcção partidária. Não acho bem. Mesmo que não havendo nenhum impedimento legal, penso que a administração de empresas públicas, sobretudo das que estão no mercado, deveria estar imune a esse tipo de ostensiva associação partidária. Tal deveria fazer parte do código de conduta dos seus administradores. O argumento de que tais situações também ocorrem no sector privado não procede, dada a diferença de situações.
A propósito, para quando a prometido novo estatuto dos gestores públicos?
A propósito, para quando a prometido novo estatuto dos gestores públicos?
domingo, 23 de abril de 2006
Para reduzir o défice das contas públicas (4)
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Vital Moreira
4ª medida: rever a lei das finanças regionais e pôr fim aos subsídios orçamentais à Madeira. O Estado tem a obrigação de ajudar o desenvolvimento das regiões mais pobres. Ora, a Madeira é hoje a 2ª região mais rica do País, já não precisando de nenhuma ajuda. Pelo contrário, constitui uma iniquidade manter uma situação em que as regiões mais pobres continuam a subsidiar uma das regiões mais ricas.
Para reduzir o défice das contas públicas (3)
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Vital Moreira
3ª medida: Eliminar as SCUT, ou seja, as auto-estradas "sem custos para os utentes", mas com custos para os contribuintes que as não usam. Uma coisa é admitir isenções em relação aos residentes no caso das auto-estradas situadas nas regiões mais pobres, outra coisa é manter a gratuitidade de auto-estradas para todos, mesmo em regiões ricas. Os casos do Algarve e da auto-estrada litoral entre o Porto e Aveiro, por exemplo, não são somente um atentado contra as finanças públicas mas também contra a equidade social e territorial.
Escola pública e interesses privados
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Vital Moreira
Só hoje coloquei no Aba da Causa o meu artigo da semana que passou no Público, com o título em epígrafe.
sábado, 22 de abril de 2006
Para reduzir o défice das contas públicas (2)
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Vital Moreira
2ª medida: eliminar, ou reduzir drasticamente, as deduções fiscais para despesas de educação e de saúde, salvo nos casos em que os correspondentes sistemas públicos não proporcionam os respectivos serviços em condições aceitáveis. Na verdade, não faz sentido que, havendo serviços públicos de educação e de saúde gratuitos, pagos pelo orçamento do Estado, aqueles que preferem serviços privados sejam beneficiados com o desconto dessas despesas para efeitos de dedução fiscal (com limites bastante generosos), o que se traduz numa considerável "despesa fiscal".
Ainda por cima, trata-se em geral dos titulares de rendimentos acima da média, não poucas vezes caracterizados por uma elevada evasão fiscal (industriais e comerciantes, gestores, profissionais liberais, etc.). Duplo privilégio, portanto.
Ainda por cima, trata-se em geral dos titulares de rendimentos acima da média, não poucas vezes caracterizados por uma elevada evasão fiscal (industriais e comerciantes, gestores, profissionais liberais, etc.). Duplo privilégio, portanto.
sexta-feira, 21 de abril de 2006
Para reduzir o défice das contas públicas (1)
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Vital Moreira
Parece que são necessárias mais medidas para reduzir o défice das contas públicas. Começo neste post com uma série de sugestões concretas para tal efeito.
1ª medida: estabelecer um limite máximo para as novas pensões de reforma. É verdadeiramente iníquo que anualmente sejam concedidas centenas de pensões de reforma acima de 5000 euros, no sector público. Nem se diga que quem delas beneficia "descontou" para elas. Tal não é verdade, na maior parte dos casos. Um desconto para a CGA de 10% do vencimento, ao longo de 36 anos, com base em remunerações que durante boa parte do período contributivo foram bem inferiores ao valor da pensão, nunca dariam para justificar pensões tão elevadas ao longo da média de vida previsível na situação de reformado (10 anos ou mais). Uma parte considerável daquelas pensões é paga pelos impostos.
1ª medida: estabelecer um limite máximo para as novas pensões de reforma. É verdadeiramente iníquo que anualmente sejam concedidas centenas de pensões de reforma acima de 5000 euros, no sector público. Nem se diga que quem delas beneficia "descontou" para elas. Tal não é verdade, na maior parte dos casos. Um desconto para a CGA de 10% do vencimento, ao longo de 36 anos, com base em remunerações que durante boa parte do período contributivo foram bem inferiores ao valor da pensão, nunca dariam para justificar pensões tão elevadas ao longo da média de vida previsível na situação de reformado (10 anos ou mais). Uma parte considerável daquelas pensões é paga pelos impostos.
quinta-feira, 20 de abril de 2006
Direito de resposta
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Vital Moreira
É evidente que nenhuma maioria parlamentar pode admitir que cada dirigente administrativo demitido transforme a AR em sistemática câmara de eco do seu ressentimento contra o Governo. Mas no caso do ex-director da Polícia Judiciária, justificava-se tal audição, no exercício de um direito de resposta, visto ele ter sido directamente acusado no Parlamento (justificadamente ou não, isso é irrelevante para o caso). Na dúvida, deveria prevalecer o interesse da oposição na audição parlamentar (mesmo sabendo-se que ela não seria tão generosa, se fosse Governo...). De resto, não se vê que vantagem política tirou o PS da sua recusa.
quarta-feira, 19 de abril de 2006
Algo de errado
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Vital Moreira
Pelo menos pela terceira vez, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (Estrasburgo) condena Portugal por violação da liberdade de expressão, por causa de uma errada condenação judicial por alegado crime de injúria num caso de disputa de cariz político.
Pelos vistos, se se acrescentar que na maior parte dos casos Portugal tem sido condenado em Estrasburgo por demoras na justiça, temos de concluir que em Portugal os primeiros violadores dos direitos humanos são... os tribunais. Considerando que os tribunais deveriam ser os primeiros garantes dos direitos fundamentais, há evidentemente algo de errado nisto!
Pelos vistos, se se acrescentar que na maior parte dos casos Portugal tem sido condenado em Estrasburgo por demoras na justiça, temos de concluir que em Portugal os primeiros violadores dos direitos humanos são... os tribunais. Considerando que os tribunais deveriam ser os primeiros garantes dos direitos fundamentais, há evidentemente algo de errado nisto!
Não, obrigado!
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Vital Moreira
Na sua coluna regular no New York Times, Thomas L. Friedman, que apoiou a invasão no Iraque, pergunta agora: "If these are our only choices, which would you rather have: a nuclear-armed Iran or an attack on Iran's nuclear sites that is carried out and sold to the world by the Bush national security team, with Don Rumsfeld at the Pentagon's helm?»
No dilema Iraq II or a Nuclear Iran, a resposta do autor é: outro Iraque, com a incompetência de Bush e Rumsfeld --, não, obrigado! Pelos vistos, o Iraque salva a pele do Irão. Ironias da história, ou: os erros pagam-se, estúpido! Ou ainda: uma guerra errada pode precludir a possiblidade de uma guerra justa...
No dilema Iraq II or a Nuclear Iran, a resposta do autor é: outro Iraque, com a incompetência de Bush e Rumsfeld --, não, obrigado! Pelos vistos, o Iraque salva a pele do Irão. Ironias da história, ou: os erros pagam-se, estúpido! Ou ainda: uma guerra errada pode precludir a possiblidade de uma guerra justa...
terça-feira, 18 de abril de 2006
Os militares e a política
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Vital Moreira
Seria a última pessoa a discordar dos generais norte-americanos fora do activo que têm vindo a defender a demissão do ministro da defesa de Bush, Ronald Rumsfeld. Todavia, não posso deixar de discordar, como princípio geral, que os militares se imiscuam na política. Mesmo retirados, os generais continuam generais. O poder político deve responder perante os cidadãos e não perante os generais.
"Fecho" de cadeias
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Vital Moreira
Há quem esteja contra o "fecho de cadeias", ainda que ninguém tenha proposto o encerramento de nenhuma, mas somente a deslocação de três delas (Lisboa, Coimbra e Pinheiro da Cruz). Por mim, aplaudo a mãos ambas a saída da penitenciária de Coimbra do centro da cidade. Antigo local de um colégio universitário (colégio dos freires de Tomar), caído em ruína depois da extinção das ordens religiosas em 1834, a saída da prisão constitui uma excelente ocasião para recuperar para a cidade esse vasto espaço murado (pena que não seja para a Universidade).
segunda-feira, 17 de abril de 2006
Sostiene Prodi
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Vital Moreira
Nas suas primeiras declarações pós-eleitorais Romano Prodi não deixou os seus créditos europeus por mãos alheias, advogando um impulso na integração económica e política da UE. Quanto à Constituição europeia, defendeu que a discussão seja retomada depois das eleições presidenciais francesas de 2007, de modo a que uma versão mais simples da Constituição seja submetida a novo referendo junto com as eleições europeias de 2009.
Para começar, nada mal!
Para começar, nada mal!
Equidade
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Vital Moreira
Em execução do disposto no Orçamento do Estado para o corrente ano, a "dedução específica" para efeitos de IRS aplicável às pensões foi reduzido de 8 283 euros para 7 500 euros, mesmo assim muito acima dos 3 334 euros, que constituem a dedução específica dos rendimentos do trabalho.
A discrepância do regime fiscal das pensões (categoria H) em relação ao dos rendimentos do trabalho (categoria A) não tem justificação, dado que as primeiras constituem rendimentos substitutivos dos segundos. Assim sendo, rendimentos de igual montante pagam impostos diferentes, conforme a sua categoria, de tal modo que nos casos de pensão equivalente ao último vencimento (caso da função pública, até agora), o rendimento líquido após impostos aumenta com a passagem à reforma! Há alguma lógica nisso?
A discrepância do regime fiscal das pensões (categoria H) em relação ao dos rendimentos do trabalho (categoria A) não tem justificação, dado que as primeiras constituem rendimentos substitutivos dos segundos. Assim sendo, rendimentos de igual montante pagam impostos diferentes, conforme a sua categoria, de tal modo que nos casos de pensão equivalente ao último vencimento (caso da função pública, até agora), o rendimento líquido após impostos aumenta com a passagem à reforma! Há alguma lógica nisso?
Manuais escolares
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Vital Moreira
Sem ligar aos interesseiros protestos dos editores, o Governo aprovou o projecto de novo regime dos manuais escolares: certificação independente obrigatória da sua qualidade, aumento da sua vigência temporal (6 anos), gratuitidade para os alunos carenciados. Um módico de rigor na selva em que se tinha tornado o negócio dos livros escolares...
Livro de reclamações (1)
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Vital Moreira
O site electrónico da Direcção-Geral da Contribuições e Impostos indica um telefone de ajuda aos utentes: 707 205 707. Só que... não atende, pelo menos dentro dos primeiros 12 minutos de espera, máximo de espera inglória que suportei na minha mais recente tentativa! Dá para ouvir um andamento das quatro estações de Vivaldi, e para gastar uns euros de ligação telefónica, mas não para obter as necessárias informações.
O contrário de simplex e de disponibilidadex administrativa.
O contrário de simplex e de disponibilidadex administrativa.
Iraque, Irão, Israel, a India, a bomba e...a CIA
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AG
Estão na ABA da CAUSA alguns artigos que escrevi recentemente:
- "Israel-Palestina - não há paz unilateral" (publicado pelo COURRIER INTERNACIONAL24.3.06)
- "Iraque - o deve e o haver" (publicado pelo PÚBLICO,26.3.06)
- "Voos da CIA - é preciso investigar" (para ACÇÃO SOCIALISTA, escrito em 27/3)
- "A India, o Irão e a bomba" (publicado no EXPRESSO, 1.4.06)
- "Israel-Palestina - não há paz unilateral" (publicado pelo COURRIER INTERNACIONAL24.3.06)
- "Iraque - o deve e o haver" (publicado pelo PÚBLICO,26.3.06)
- "Voos da CIA - é preciso investigar" (para ACÇÃO SOCIALISTA, escrito em 27/3)
- "A India, o Irão e a bomba" (publicado no EXPRESSO, 1.4.06)
O xadrez iraniano
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AG
Está na ABA DA CAUSA um artigo que escrevi para o COURRIER INTERNACIONAL (publicado a 7 de Abril), onde aponto para aquilo que o Senador Richard Lugar, Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros do Senado americano, veio ontem sugerir - a necessidade de conversações directas entre os EUA e o Irão para se resolver de forma pacífica a crise sobre a tecnologia nuclear que o regime dos «mollahs» insiste em possuir.
Desafio já os lusos «guerreiros e comentadores de bancada» no "pay-roll", que costumam acusar-me de "wimpism" e anti-americanismo, a dirigir os mesmos mimos ao Senador Lugar.
Desafio já os lusos «guerreiros e comentadores de bancada» no "pay-roll", que costumam acusar-me de "wimpism" e anti-americanismo, a dirigir os mesmos mimos ao Senador Lugar.
O pogrom de 1506
Publicado por
AG
"O pior que pode suceder a uma colectividade nacional é deixar-se embalar pelas suas grandezas e perder a memória das suas misérias"
Subscrevo o Vital e agradeço ao Nuno Guerreiro lembrar-nos.
Subscrevo o Vital e agradeço ao Nuno Guerreiro lembrar-nos.
domingo, 16 de abril de 2006
O pogrom de 1506
Publicado por
Vital Moreira
Apesar do quase silenciamento da historiagrafia oficial, nada pode apagar a página negra da história portuguesa que foi a bárbara matança de judeus em Lisboa, há quinhentos anos, acicatada pela Igreja Católica. O Rua da Judiaria, de Nuno Guerreiro, que tem dedicado uma notável acção ao resgate da memória judaica portuguesa, convoca uma evocação colectiva desse dia nefasto.
O pior que pode suceder a uma colectividade nacional é deixar-se embalar pelas suas grandezas e perder a memória das suas misérias.
O pior que pode suceder a uma colectividade nacional é deixar-se embalar pelas suas grandezas e perder a memória das suas misérias.
sexta-feira, 14 de abril de 2006
75 anos
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Vital Moreira
"6ª-feira santa"
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Vital Moreira
A greve dos funcionários dos museus, por serem obrigados a trabalhar na "6ª-feira santa" (por causa da afluência de visitantes), revela a irresponsabilidade de certas categorias de funcionários públicos. Se os museus não estivessem abertos nos dias feriados, como cumpririam a sua missão?
[revisto]
[revisto]
Lamentável
Publicado por
Vital Moreira
A falta de quórum da AR na 4ª feira passada é condenável sob qualquer ponto de vista, visto que a única explicação está em que a maioria dos deputados resolveu antecipar o fim-de-semana da Páscoa. E é evidente que os deputados do partido governamental têm responsabilides políticas acrescidas.
Para agravar a situação só faltava saber que muitos deputados se limitam a passar pelo parlamento para assinar o ponto e marcar presença.
Depois, queixem-se do avanço do populismo antiparlamentar!
Para agravar a situação só faltava saber que muitos deputados se limitam a passar pelo parlamento para assinar o ponto e marcar presença.
Depois, queixem-se do avanço do populismo antiparlamentar!
quinta-feira, 13 de abril de 2006
Correio dos leitores: Governo das universidades
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Vital Moreira
«Retiro as seguintes frases do seu texto [desta semana] no "Público":
"... os funcionários ... gozam de uma intervenção desmesurada na gestão universitária, sem paralelo em outros países. Assim, se os funcionários públicos não participam em geral na gestão dos respectivos serviços da administração pública, por que é que hão-de ter esse privilégio nas universidades, ainda por cima em alguns casos com poderes decisivos, como sucede em muitas faculdades?" "Afastar os funcionários da gestão universitária...".
Supondo que o Sr. Prof. aplicou a designação de "funcionário" para abranger apenas os trabalhadores das carreiras de regime geral (sempre os mesmos...), restarão para a gestão das universidades os seus docentes. Ora, aplicando à situação uma ideia de alguém de que não me lembra o nome, a gestão das universidades é importante demais para ser entregue apenas aos docentes.
Porque não manter os funcionários na já muitíssimo mitigada "gestão"(?) que actualmente lhes cabe? Sofrerão estes de incapacidade? Não terão uma palavra a dizer nas medidas de governação das instituições do ensino superior de que são objecto muitas das vezes?
Ou quererá o Prof. dizer que a gestão das universidades deve ser atribuida a gestores profissionais (isto no caso de incluir os docentes na classe de funcionários)?»
Fernando Barros
Comentário
Eu também acho que a gestão das universidades é demasiado importante para ser deixada somente aos professores. Por isso é que, além de manter a participação (reduzida) dos estudantes, proponho a participação de elementos externos nos órgãos de gestão, bem como a criação de um "conselho de supervisão" exterior aos "corpos universitários". Quanto aos funcionários administrativos (era só a esses que me referia, bem entendido), não vejo nenhuma razão para a sua participação na gestão das faculdades e universidades, tal como não a têm nos demais serviços públicos (coisa diferente é o direito de serem ouvidos nas questões que lhes dizem respeito). O autogoverno destas justifica-se essencialmente em nome da salvaguarda das liberdades académicas, que só têm a ver com os professores e estudantes.
"... os funcionários ... gozam de uma intervenção desmesurada na gestão universitária, sem paralelo em outros países. Assim, se os funcionários públicos não participam em geral na gestão dos respectivos serviços da administração pública, por que é que hão-de ter esse privilégio nas universidades, ainda por cima em alguns casos com poderes decisivos, como sucede em muitas faculdades?" "Afastar os funcionários da gestão universitária...".
Supondo que o Sr. Prof. aplicou a designação de "funcionário" para abranger apenas os trabalhadores das carreiras de regime geral (sempre os mesmos...), restarão para a gestão das universidades os seus docentes. Ora, aplicando à situação uma ideia de alguém de que não me lembra o nome, a gestão das universidades é importante demais para ser entregue apenas aos docentes.
Porque não manter os funcionários na já muitíssimo mitigada "gestão"(?) que actualmente lhes cabe? Sofrerão estes de incapacidade? Não terão uma palavra a dizer nas medidas de governação das instituições do ensino superior de que são objecto muitas das vezes?
Ou quererá o Prof. dizer que a gestão das universidades deve ser atribuida a gestores profissionais (isto no caso de incluir os docentes na classe de funcionários)?»
Fernando Barros
Comentário
Eu também acho que a gestão das universidades é demasiado importante para ser deixada somente aos professores. Por isso é que, além de manter a participação (reduzida) dos estudantes, proponho a participação de elementos externos nos órgãos de gestão, bem como a criação de um "conselho de supervisão" exterior aos "corpos universitários". Quanto aos funcionários administrativos (era só a esses que me referia, bem entendido), não vejo nenhuma razão para a sua participação na gestão das faculdades e universidades, tal como não a têm nos demais serviços públicos (coisa diferente é o direito de serem ouvidos nas questões que lhes dizem respeito). O autogoverno destas justifica-se essencialmente em nome da salvaguarda das liberdades académicas, que só têm a ver com os professores e estudantes.
"É desta?"
Publicado por
Vital Moreira
Tal é o título da minha coluna desta semana no Público, sobre a reforma do governo das universidades, reproduzida agora na Aba da Causa.
"Desejos de porvir"
Publicado por
Vital Moreira
A pré-campanha presidencial de Ségolène Royal já está no terreno. O Le Monde dá conta do sucesso do seu blogue pessoal e da rede de blogues de apoio que pululam em França. Será que o candidato presidencial do PS francês para 2007 já está antecipadamente auto-escolhido, para desespero de Fabius, de Jack Lang, de Jospin e de... François Hollande?
Simplex 2
Publicado por
Vital Moreira
O blogue Kontratempos resolveu promover a divulgação de actos administrativos que podem ser desburocratizados na função pública, «pequenos obstáculos que surgem na vida de todos os dias e que as medidas mais macro do governo dificilmente conseguirão eliminar».
Aqui fica a divulgação da iniciativa, para eventuais contributos. A UCMA também deve ficar de olho atento...
Aqui fica a divulgação da iniciativa, para eventuais contributos. A UCMA também deve ficar de olho atento...
quarta-feira, 12 de abril de 2006
7 recomendações à moda de um post do Luís Filipe Borges
Publicado por
Anónimo
(dito para o LFB, no dia da apresentação do seu Livro)
1. Só estás autorizado a parar o carro em duas situações: nos sítios onde foste feliz. Ou em Belém, o lugar dos pastéis de nata, sem os quais não há revolta para ninguém;
2. Trabalharás pela «Causa» e escreverás um post por dia. Sim, mesmo que os odeies escrever. Não são e-mails nem tampouco sms. Também não são fotografias, mesmo lindas de morrer! Quando muito serão cartas aos sobrinhos, como aquela que escreveste à Beatriz, ao André, ao Rodrigo, ao Miguel e à Inês.
3. Escreverás 1000 poemas expressamente destinados a seduzir as mulheres da tua vida, as que já se atravessaram no teu caminho, mas sem sucesso. Com muito humor. Garanto que, desta vez, elas não te escapam.
4. E dançarás a noite toda, ao ritmo do samba, com o enlevo da valsa, a sensualidade do tango, a energia do discô, a saudade da morna. Inventarás uma nova paixão que seguramente não resistirá.
5. Não comprarás pão à noite. «O pão deve comer-se antes que endureça. Um pão seco pode estragar um dia e a vida» é demasiado curta para desperdiçar horas preciosas.
6. Não perderás um jogo do Benfica, olha que ainda vamos ganhar ao Barcelona, ao Juventus, ao Real-Madrid, ao Milão, ao Inter, ao Ajax, ao Arsenal ao Lion. Só é pena que o Chelsea já tenha sido eliminado!
7. E sobretudo, não dirás tanto mal dos portugueses. Afinal quem te compra o livro, quem te afaga o ego, quem janta contigo às vezes, quem te ouve em Revolta, quem come os pastéis de nata? Quem é que está nesta sala? Ingleses, espanhóis, chineses, por acaso? Deixa-te dessa distância. De quem tu gostas é de nós.
1. Só estás autorizado a parar o carro em duas situações: nos sítios onde foste feliz. Ou em Belém, o lugar dos pastéis de nata, sem os quais não há revolta para ninguém;
2. Trabalharás pela «Causa» e escreverás um post por dia. Sim, mesmo que os odeies escrever. Não são e-mails nem tampouco sms. Também não são fotografias, mesmo lindas de morrer! Quando muito serão cartas aos sobrinhos, como aquela que escreveste à Beatriz, ao André, ao Rodrigo, ao Miguel e à Inês.
3. Escreverás 1000 poemas expressamente destinados a seduzir as mulheres da tua vida, as que já se atravessaram no teu caminho, mas sem sucesso. Com muito humor. Garanto que, desta vez, elas não te escapam.
4. E dançarás a noite toda, ao ritmo do samba, com o enlevo da valsa, a sensualidade do tango, a energia do discô, a saudade da morna. Inventarás uma nova paixão que seguramente não resistirá.
5. Não comprarás pão à noite. «O pão deve comer-se antes que endureça. Um pão seco pode estragar um dia e a vida» é demasiado curta para desperdiçar horas preciosas.
6. Não perderás um jogo do Benfica, olha que ainda vamos ganhar ao Barcelona, ao Juventus, ao Real-Madrid, ao Milão, ao Inter, ao Ajax, ao Arsenal ao Lion. Só é pena que o Chelsea já tenha sido eliminado!
7. E sobretudo, não dirás tanto mal dos portugueses. Afinal quem te compra o livro, quem te afaga o ego, quem janta contigo às vezes, quem te ouve em Revolta, quem come os pastéis de nata? Quem é que está nesta sala? Ingleses, espanhóis, chineses, por acaso? Deixa-te dessa distância. De quem tu gostas é de nós.
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