Vinte anos atrás, num daqueles finais de tarde mágicos do Mindelo, Ilha de São Vicente, amigos nossos, sabendo da nossa admiração por Cesária Évora, propuseram um copo num bar fora da cidade onde ela poderia estar. E lá estava ela, no bar ainda vazio, cantando sozinha para ninguém salvo ela mesma, sem acompanhamento instrumental, descalça como sempre, com a sua voz cálida e acariciadora. Um momento inesquecível.
Voltámos a escutá-la alguns dias depois na Baía da Gatas, numa das primeiras edições do festival que depois se tornou famoso. E nunca mais deixei de admirar esta fabulosa cabo-verdiana que como ninguém deu expressão, pela sua música, à alma crioula.
Cesária partiu. A sua música, essa, fica.
Blogue fundado em 22 de Novembro de 2003 por Ana Gomes, Jorge Wemans, Luís Filipe Borges, Luís Nazaré, Luís Osório, Maria Manuel Leitão Marques, Vicente Jorge Silva e Vital Moreira
sábado, 17 de dezembro de 2011
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Hollande
Publicado por
Vital Moreira
É de prever que o candidato socialista, François Hollande, venha a ganhar as próximas eleições presidenciais francesas, desde logo pela hostilidade generalizada contra o Presidente cessante e recandidato da direita, Nicolas Sarkozy.
Todavia, as propostas do provável futuro Presidente são tudo menos entusiasmantes. Por exemplo, esta ideia de renegociar o minitratado em preparação para a "união orçamental" da zona euro, que provavelmente já estará concluído e até ratificado à data da eleição presidencial francesa, não faz muito sentido. E só acrescenta incerteza política à incerteza já existente, que é o que a União menos precisa.
Todavia, as propostas do provável futuro Presidente são tudo menos entusiasmantes. Por exemplo, esta ideia de renegociar o minitratado em preparação para a "união orçamental" da zona euro, que provavelmente já estará concluído e até ratificado à data da eleição presidencial francesa, não faz muito sentido. E só acrescenta incerteza política à incerteza já existente, que é o que a União menos precisa.
Justíssimo
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Vital Moreira
«Eduardo Lourenço distinguido com Prémio Pessoa».
Mais do que merecido. Depois de António Sérgio, ninguém como Lourenço meditou tão profundamente sobre o que fomos e o que somos. Todos lhe devemos alguma coisa, e não pequena coisa.
Mais do que merecido. Depois de António Sérgio, ninguém como Lourenço meditou tão profundamente sobre o que fomos e o que somos. Todos lhe devemos alguma coisa, e não pequena coisa.
Nem todos os gatos são pardos
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Vital Moreira
É evidente que o novo critério de disciplina orçamental aprovado na última cimeira europeia -- 0,5% de défice orçamental "estrutural" -- é mais exigente do que o actual critério, que permite défices orçamentais efectivos de 3%, em qualquer circunstâncias. Mas só uma crassa ignorância ou uma infrene demagogia é que pode comparar os dois parâmetros pelo seu valor facial.
O défice estrutural de 0,5% será sempre calculado em referência à hipótese de uma economia em plena expansão (receitas pública no seu melhor e reduzidos gastos de protecção social), o que pode porém coabitar com défices efectivos muito superiores em situações de recessão económica (baixa da receita pública e aumento dos gastos sociais), ao passo que o actual limite de 3% se refere sempre ao défice efectivo, independentemente do ciclo económico, o que pode alimentar pressões inflacionistas numa economia em pleno emprego e ser insuficiente em situações de recessão económica.
Por isso o critério do "défice estrutural" é muito mais razoável, não agravando os efeitos financeiros do ciclo económico, ou seja reduzindo o défice efectivo na fase alta da economia e permitindo um défice maior na fase baixa.
O défice estrutural de 0,5% será sempre calculado em referência à hipótese de uma economia em plena expansão (receitas pública no seu melhor e reduzidos gastos de protecção social), o que pode porém coabitar com défices efectivos muito superiores em situações de recessão económica (baixa da receita pública e aumento dos gastos sociais), ao passo que o actual limite de 3% se refere sempre ao défice efectivo, independentemente do ciclo económico, o que pode alimentar pressões inflacionistas numa economia em pleno emprego e ser insuficiente em situações de recessão económica.
Por isso o critério do "défice estrutural" é muito mais razoável, não agravando os efeitos financeiros do ciclo económico, ou seja reduzindo o défice efectivo na fase alta da economia e permitindo um défice maior na fase baixa.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
E a rebelião contra a corrupção já chega ... à China!
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AG
Vejam, que vale a pena ver e ler, a reportagem da BBC World "INSIDE CHINA'S LAND REVOLT" sobre como o PCC perdeu controlo sobre os pescadores da aldeia WUKAN, no Sul da China, em rebelião contra autoridades corruptas que confiscaram terras para a especulação imobiliária.
Quem disse que o povo chinês continuará a deixar-se amordaçar?
Quem disse que o povo chinês continuará a deixar-se amordaçar?
Brincar com o fogo
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Vital Moreira
A simples ameaça de deixar de pagar a dívida pública é brincar com o fogo.
Há coisas que nem a brincar se podem dizer. A ser levada a sério, quem é que continuaria a emprestar dinheiro a Portugal? E a que preço?
Há coisas que nem a brincar se podem dizer. A ser levada a sério, quem é que continuaria a emprestar dinheiro a Portugal? E a que preço?
UE-Marrocos:quem é que é leviano com os pescadores?
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AG
Rejeito acusações de leviandade relativamente às razões por que determinei o meu voto contra a extensão do Acordo de Pescas UE-Marrocos, em sessão plenária do Parlamento Europeu ontem, 14 de Dezembro de 2011.
E devolvo-as à procedência:comportamento leviano é o de governantes ou agentes políticos que permitem que pescadores e empresas portuguesas de pesca possam servir de joguete num conflito político em que está em causa a violação do direito internacional e, em especial, o direito à autodeterminação de um povo: o do Sahara Ocidental.
Será que não aprenderam nada com o caso de Timor Leste?
Quanto aos méritos jurídico-políticos da questão, considerei os seguintes aspectos:
. O Acordo de Pescas assinado pela UE com Marrocos viola o direito internacional, ao permitir que embarcações europeias pesquem nas águas do Sahara Ocidental sem assegurar que o povo saharawi tenha sido consultado e seja beneficiário do Acordo. Tal como Timor-Leste antes de ser independente, o Sahara Ocidental está na lista dos Territórios Não Autónomos da ONU. Marrocos, como potência ocupante e com obrigações como potência administrante de facto, não tem autoridade para dispor sobre a exploração dos recursos das águas do Sahara Ocidental em tratados internacionais, visto que não detém soberania legítima sobre aquele território. Esta opinião foi confirmada pelo Serviço Jurídico do PE e por dezenas de especialistas em direito internacional, incluindo Hans Correll, antigo e reputado Conselheiro Jurídico da ONU.
. Ainda assim, o direito internacional admite a possibilidade de um acordo deste tipo ser conforme à legalidade, se a potência ocupante provar detalhadamente que o acordo beneficia economicamente a população do território em causa e se esta população for consultada sobre o acordo através de autoridades representativas. Ora, o povo do Sahara Ocidental nunca foi consultado sobre este Acordo por via nenhuma, a Polisário - reconhecida pela União Africana como representativa do povo saharawi - rejeita-o explicitamente e Marrocos não proporcionou à Comissão Europeia provas de que o Acordo beneficia a população do Sahara Ocidental, nem facultou ao PE certificá-lo localmente.
. Em conformidade com o Tratado de Lisboa, qualquer Acordo vinculativo para a UE deve respeitar os direitos humanos e contribuir para a sua efectiva aplicação – o que obviamente não acontece no território não-autónomo do Sahara Ocidental, onde o exercício do direito de auto-determinação do povo continua a ser obstruído por Marrocos. A ser endossado pelo PE, este Acordo de Pescas consubstanciaria um assentir da UE à colonização do Sahara Ocidental por Marrocos e às repetidas violações de direitos humanos cometidas contra o povo saharawi, que aspira há décadas por exercer o seu legítimo direito à auto-determinação e ao respeito pelos outros direitos humanos fundamentais.
Por outro lado, considerei a avaliação de um relatório independente sobre o Acordo, elaborado para a Comissão Europeia e disponibilizado aos eurodeputados. Segundo ele:
. O Acordo não alcançou dois dos principais objectivos: a estabilização do mercado da UE e o desenvolvimento do sector das pescas. No tocante à procura global anual de produtos da pesca e da aquacultura no mercado europeu, a contribuição do Acordo foi "no mínimo, irrelevante". O Acordo "não contribuiu de forma eficaz para o desenvolvimento do sector das pescas em Marrocos."
. A relação custo-benefício é limitada, devido à fraca utilização das possibilidades de pesca negociadas. O relatório de avaliação conclui que, em termos de vantagens económicas da relação custo-eficácia, este Acordo é, de todos os acordos de parceria bilaterais no domínio das pescas, o menos bem sucedido.
. O Acordo tem implicações ecológicas preocupantes. Das onze espécies demersais pescadas em águas marroquinas, cinco são consideradas como sobre-exploradas (a pescada europeia, o besugo, o polvo, a lula e a gamba rosada), quatro são dadas como totalmente exploradas (o pargo, o cachucho, a dourada e o pargo mulato), ao passo que duas unidades populacionais não puderam ser suficientemente analisadas devido à falta de dados (a pescada negra e a lula). A exploração quase total destas unidades populacionais levanta dúvidas sobre como aplicar o princípio de que os barcos de pesca da UE apenas pesquem stocks excedentes.
. "Os problemas de ordem económica, ecológica, ambiental e processual do Acordo acima referidos são de tal forma graves, que se sobrepõem ao possível contra-argumento a favor da prorrogação do Protocolo", considera o relatório de avaliação.
Endosso, claro, o apelo já emitido pelo meu Grupo Político no Parlamento Europeu, no sentido de que os Ministros de Pescas e a Comissão Europeia disponibilizem imediatamente apoio financeiro aos pescadores e armadores afastados das águas marroquinas, em consequência da retaliação de Rabat face à decisão do Parlamento Europeu de não prorrogar o Acordo de Pescas ilegal.
Esclareço não ser contra a negociação de um acordo de pescas entre a UE e Marrocos que corresponda aos interesses do sector pesqueiro português, desde que se assegurem os requisitos ecológicos e que, fundamentalmente, se respeite o direito internacional, garantindo que o povo saharawi é beneficiário do Acordo e consultado sobre ele.
Sublinho ainda que, tendo em atenção riscos e ameaças de terrorismo hoje presentes no Norte de África, é contrário aos interesses de segurança dos portugueses e dos europeus continuar a escamotear o conflito não resolvido sobre a auto-determinação do Sahara Ocidental, sob pena de estarmos a fornecer argumentos e recrutas para desestabilizar mais a região do Sahel. Por isso considero que é leviandade indesculpável deixar portugueses ir pescar para as águas de Marrocos e do Sahara Ocidental na base de um acordo ilegal, sujeitando-os a tornar-se reféns numa zona de conflito em que actuam grupos terroristas.
E devolvo-as à procedência:comportamento leviano é o de governantes ou agentes políticos que permitem que pescadores e empresas portuguesas de pesca possam servir de joguete num conflito político em que está em causa a violação do direito internacional e, em especial, o direito à autodeterminação de um povo: o do Sahara Ocidental.
Será que não aprenderam nada com o caso de Timor Leste?
Quanto aos méritos jurídico-políticos da questão, considerei os seguintes aspectos:
. O Acordo de Pescas assinado pela UE com Marrocos viola o direito internacional, ao permitir que embarcações europeias pesquem nas águas do Sahara Ocidental sem assegurar que o povo saharawi tenha sido consultado e seja beneficiário do Acordo. Tal como Timor-Leste antes de ser independente, o Sahara Ocidental está na lista dos Territórios Não Autónomos da ONU. Marrocos, como potência ocupante e com obrigações como potência administrante de facto, não tem autoridade para dispor sobre a exploração dos recursos das águas do Sahara Ocidental em tratados internacionais, visto que não detém soberania legítima sobre aquele território. Esta opinião foi confirmada pelo Serviço Jurídico do PE e por dezenas de especialistas em direito internacional, incluindo Hans Correll, antigo e reputado Conselheiro Jurídico da ONU.
. Ainda assim, o direito internacional admite a possibilidade de um acordo deste tipo ser conforme à legalidade, se a potência ocupante provar detalhadamente que o acordo beneficia economicamente a população do território em causa e se esta população for consultada sobre o acordo através de autoridades representativas. Ora, o povo do Sahara Ocidental nunca foi consultado sobre este Acordo por via nenhuma, a Polisário - reconhecida pela União Africana como representativa do povo saharawi - rejeita-o explicitamente e Marrocos não proporcionou à Comissão Europeia provas de que o Acordo beneficia a população do Sahara Ocidental, nem facultou ao PE certificá-lo localmente.
. Em conformidade com o Tratado de Lisboa, qualquer Acordo vinculativo para a UE deve respeitar os direitos humanos e contribuir para a sua efectiva aplicação – o que obviamente não acontece no território não-autónomo do Sahara Ocidental, onde o exercício do direito de auto-determinação do povo continua a ser obstruído por Marrocos. A ser endossado pelo PE, este Acordo de Pescas consubstanciaria um assentir da UE à colonização do Sahara Ocidental por Marrocos e às repetidas violações de direitos humanos cometidas contra o povo saharawi, que aspira há décadas por exercer o seu legítimo direito à auto-determinação e ao respeito pelos outros direitos humanos fundamentais.
Por outro lado, considerei a avaliação de um relatório independente sobre o Acordo, elaborado para a Comissão Europeia e disponibilizado aos eurodeputados. Segundo ele:
. O Acordo não alcançou dois dos principais objectivos: a estabilização do mercado da UE e o desenvolvimento do sector das pescas. No tocante à procura global anual de produtos da pesca e da aquacultura no mercado europeu, a contribuição do Acordo foi "no mínimo, irrelevante". O Acordo "não contribuiu de forma eficaz para o desenvolvimento do sector das pescas em Marrocos."
. A relação custo-benefício é limitada, devido à fraca utilização das possibilidades de pesca negociadas. O relatório de avaliação conclui que, em termos de vantagens económicas da relação custo-eficácia, este Acordo é, de todos os acordos de parceria bilaterais no domínio das pescas, o menos bem sucedido.
. O Acordo tem implicações ecológicas preocupantes. Das onze espécies demersais pescadas em águas marroquinas, cinco são consideradas como sobre-exploradas (a pescada europeia, o besugo, o polvo, a lula e a gamba rosada), quatro são dadas como totalmente exploradas (o pargo, o cachucho, a dourada e o pargo mulato), ao passo que duas unidades populacionais não puderam ser suficientemente analisadas devido à falta de dados (a pescada negra e a lula). A exploração quase total destas unidades populacionais levanta dúvidas sobre como aplicar o princípio de que os barcos de pesca da UE apenas pesquem stocks excedentes.
. "Os problemas de ordem económica, ecológica, ambiental e processual do Acordo acima referidos são de tal forma graves, que se sobrepõem ao possível contra-argumento a favor da prorrogação do Protocolo", considera o relatório de avaliação.
Endosso, claro, o apelo já emitido pelo meu Grupo Político no Parlamento Europeu, no sentido de que os Ministros de Pescas e a Comissão Europeia disponibilizem imediatamente apoio financeiro aos pescadores e armadores afastados das águas marroquinas, em consequência da retaliação de Rabat face à decisão do Parlamento Europeu de não prorrogar o Acordo de Pescas ilegal.
Esclareço não ser contra a negociação de um acordo de pescas entre a UE e Marrocos que corresponda aos interesses do sector pesqueiro português, desde que se assegurem os requisitos ecológicos e que, fundamentalmente, se respeite o direito internacional, garantindo que o povo saharawi é beneficiário do Acordo e consultado sobre ele.
Sublinho ainda que, tendo em atenção riscos e ameaças de terrorismo hoje presentes no Norte de África, é contrário aos interesses de segurança dos portugueses e dos europeus continuar a escamotear o conflito não resolvido sobre a auto-determinação do Sahara Ocidental, sob pena de estarmos a fornecer argumentos e recrutas para desestabilizar mais a região do Sahel. Por isso considero que é leviandade indesculpável deixar portugueses ir pescar para as águas de Marrocos e do Sahara Ocidental na base de um acordo ilegal, sujeitando-os a tornar-se reféns numa zona de conflito em que actuam grupos terroristas.
Cimeira Europeia: cume de desapontamento
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AG
No Conselho Superior da ANTENA UM, no passado dia 13, pude explicar com mais detalhe do que na intervenção de um minuto no PE do mesmo dia, por que razões considero que a Cimeira Europeia da semana passada representou, de facto, um novo cume de incapacidade e desapontamento.
Cimeira Europeia: cume de incapacidade
Publicado por
AG
Nenhuma das medidas de solidariedade europeia prementes para travar a especulação contra o euro foi tomada nesta Cimeira, que apostou na fuga para a frente de um novo Tratado por uma via anti-democrática - que este Parlamento não deixará passar.
A ideia de reforçar os Fundos do FMI é a mais patética confissão de incapacidade da Europa Merkozy.
No meu e seu país, Senhor Barroso, idosos que eram classe média estão a engrossar as filas da sopa dos pobres, milhares de crianças aparecem nas escolas de barriga vazia, milhares de famílias estão a perder as casas em que investiram as economias de toda a vida e os jovens partem aos milhares para Angola, Brasil, Austrália, Alemanha, por falta de emprego, porque as empresas fecham e despedem todos os dias mais gente.
Em contrapartida, os ricos estão cada vez mais ricos e com a vida fácil para continuarem a pôr o dinheiro em paraísos fiscais como a City de Londres, com o apoio dos nossos bancos, apoiados pelo empréstimo da Troika, que os contribuintes portugueses pagarão com língua de palmo.
Com a obsessão da austeridade recessiva do tandem Merkozy, o Conselho Europeu não está apenas a impedir a Europa do crescimento e do emprego e a destruir a Europa social: está a devastar o europeismo dos cidadãos europeus e a semear o caos social na União Europeia.
Texto da intervenção que fiz no debate em plenário do PE, esta semana, perante Barroso e Van Rompuy, sobre a última Cimeira europeia.
A ideia de reforçar os Fundos do FMI é a mais patética confissão de incapacidade da Europa Merkozy.
No meu e seu país, Senhor Barroso, idosos que eram classe média estão a engrossar as filas da sopa dos pobres, milhares de crianças aparecem nas escolas de barriga vazia, milhares de famílias estão a perder as casas em que investiram as economias de toda a vida e os jovens partem aos milhares para Angola, Brasil, Austrália, Alemanha, por falta de emprego, porque as empresas fecham e despedem todos os dias mais gente.
Em contrapartida, os ricos estão cada vez mais ricos e com a vida fácil para continuarem a pôr o dinheiro em paraísos fiscais como a City de Londres, com o apoio dos nossos bancos, apoiados pelo empréstimo da Troika, que os contribuintes portugueses pagarão com língua de palmo.
Com a obsessão da austeridade recessiva do tandem Merkozy, o Conselho Europeu não está apenas a impedir a Europa do crescimento e do emprego e a destruir a Europa social: está a devastar o europeismo dos cidadãos europeus e a semear o caos social na União Europeia.
Texto da intervenção que fiz no debate em plenário do PE, esta semana, perante Barroso e Van Rompuy, sobre a última Cimeira europeia.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Osso constitucional
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Vital Moreira
O veto do Reino Unido à revisão dos Tratados da União Europeia obrigou os demais Estados-membros a enveredar por um tratado intergovernamental à margem dos Tratados existentes, a fim de aprofundar a integração orçamental e económica da zona euro.
Na verdade, o que se pretende de facto é alterar, embora pontualmente, as actuais competências da União e os poderes das instituições da União, e fazê-lo utilizando as mesmas instituições. Tudo passa por alterar substantivamente os Tratados sem os alterar formalmente, fazendo-o indirectamente, mediante um tratado paralelo.
O problema está em saber se um tratado que não vinculará todos os Estados-membros (o Reino Unido já se pôs de fora) pode vincular as instituições da União, que obedecem aos Tratados existentes. Os constitucionalistas europeus vão ter um osso duro de roer...
Na verdade, o que se pretende de facto é alterar, embora pontualmente, as actuais competências da União e os poderes das instituições da União, e fazê-lo utilizando as mesmas instituições. Tudo passa por alterar substantivamente os Tratados sem os alterar formalmente, fazendo-o indirectamente, mediante um tratado paralelo.
O problema está em saber se um tratado que não vinculará todos os Estados-membros (o Reino Unido já se pôs de fora) pode vincular as instituições da União, que obedecem aos Tratados existentes. Os constitucionalistas europeus vão ter um osso duro de roer...
Na direcção certa
Publicado por
Vital Moreira
Mesmo que não tenha resolvido todos os problemas, como alguns esperavam -- longe disso --, a cimeira europeia do fim de semana passado deu mais uns passos na direcção certa, de forma a dar uma resposta duradoura e sustentada à crise da dívida pública.
Só a miopia do efémero e do curto prazo é que pode querer soluções salvíficas imediatas para a crise da zona euro. Não existe uma "bala de prata" nem uma solução instantânea. A cura dos males de que padece a zona euro, que a crise financeira de 2008 revelou de forma dramática, vai demorar anos de paciência e determinação.
Mas o diagnóstico está feito e os remédios estão a ser administrados, mesmo que alguns saibam a óleo de fígado de bacalhau...
Só a miopia do efémero e do curto prazo é que pode querer soluções salvíficas imediatas para a crise da zona euro. Não existe uma "bala de prata" nem uma solução instantânea. A cura dos males de que padece a zona euro, que a crise financeira de 2008 revelou de forma dramática, vai demorar anos de paciência e determinação.
Mas o diagnóstico está feito e os remédios estão a ser administrados, mesmo que alguns saibam a óleo de fígado de bacalhau...
Be part of it or leave it
Publicado por
Vital Moreira
Depois de falhada a sua chantagem sobre os demais Estados-membros para obter uma derrogação da regulação financeira europeia em favor da City, o Reino Unido decidiu vetar a revisão dos Tratados da UE destinada a reforçar a integração orçamental e económica da zona euro.
O Reino Unida nunca esteve whole-heartedly na intregração europeia. Já tinha ficado de fora do Euro, do espaço Schengen, da Europa social, da Carta de Direitos Fundamentais da União Europeia. Um pé dentro, o resto do corpo fora. Só lhe interessa o mercado interno, mesmo assim desde que não fira os seus interesses específicos, como no caso dos serviços financeiros.
É tempo de dizer ao Reino Unido: devem decidir-se de uma vez por todas, não podem ter só o que querem. A UE não é um buffet, onde cada um escolhe o que quer.
O Reino Unida nunca esteve whole-heartedly na intregração europeia. Já tinha ficado de fora do Euro, do espaço Schengen, da Europa social, da Carta de Direitos Fundamentais da União Europeia. Um pé dentro, o resto do corpo fora. Só lhe interessa o mercado interno, mesmo assim desde que não fira os seus interesses específicos, como no caso dos serviços financeiros.
É tempo de dizer ao Reino Unido: devem decidir-se de uma vez por todas, não podem ter só o que querem. A UE não é um buffet, onde cada um escolhe o que quer.
sábado, 3 de dezembro de 2011
Concordo
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Vital Moreira
"Cavaco: «Dentro de um ano, dentro de 20 anos, o euro estará aqui»."
De facto, está por provar que os responsáveis europeus tenham ensandecido ou tenham pulsões suicidárias. O fim do euro não é simplesmente uma opção racional.
De facto, está por provar que os responsáveis europeus tenham ensandecido ou tenham pulsões suicidárias. O fim do euro não é simplesmente uma opção racional.
Culpas próprias
Publicado por
Vital Moreira
Junto-me obviamente aos que exigem da Alemanha -- como principal economia da União e como principal beneficiária da integração europeia e da moeda única -- mais empenho e solidariedade na superação da crise da zona euro, que continua a agravar-se e que ameaça transformar-se em crise sistémica.
Todavia, não posso deixar de lembrar que:
a) a crise existe por causa dos países que não cuidaram de controlar o seu endividamento e o desequilíbrio das suas contas externas, vivendo duradouramente muito acima das suas possibilidades;
b) os Tratados da União são explícitos quanto à responsabilidade de cada País pela sua dívida e quanto à exclusão de partilha de responsabilidades pelas dívidas alheias; a moeda comum não implicou "comunitarização" da dívida soberana, pelo que nenhum país pode pedir que os outros paguem ou garantam a sua própria dívida;
c) Apesar disso, os mecanismos de ajuda financeira postos em acção para assistir os países que beneficiam de programas de ajuda externa (Grécia, Irlanda e Portugal) só existem porque a Alemanha os aprovou e é o seu principal financiador ou fiador.
A união monetária não é sustentável com défices orçamentais ou défices externos estruturais de alguns países. Temos pelo menos de mostrar que queremos e somos capazes de os superar em tempo útil e de mudar de vida quanto à gestão económica e financeira. É isso que a Alemanha e outros países nos exigem -- e com razão. A única maneira de exigir mais da Alemanha é sermos mais exigentes connosco mesmos, agora!
Todavia, não posso deixar de lembrar que:
a) a crise existe por causa dos países que não cuidaram de controlar o seu endividamento e o desequilíbrio das suas contas externas, vivendo duradouramente muito acima das suas possibilidades;
b) os Tratados da União são explícitos quanto à responsabilidade de cada País pela sua dívida e quanto à exclusão de partilha de responsabilidades pelas dívidas alheias; a moeda comum não implicou "comunitarização" da dívida soberana, pelo que nenhum país pode pedir que os outros paguem ou garantam a sua própria dívida;
c) Apesar disso, os mecanismos de ajuda financeira postos em acção para assistir os países que beneficiam de programas de ajuda externa (Grécia, Irlanda e Portugal) só existem porque a Alemanha os aprovou e é o seu principal financiador ou fiador.
A união monetária não é sustentável com défices orçamentais ou défices externos estruturais de alguns países. Temos pelo menos de mostrar que queremos e somos capazes de os superar em tempo útil e de mudar de vida quanto à gestão económica e financeira. É isso que a Alemanha e outros países nos exigem -- e com razão. A única maneira de exigir mais da Alemanha é sermos mais exigentes connosco mesmos, agora!
Mau jornalismo
Publicado por
Vital Moreira
Se houvesse um prémio para o pior jornalismo político, a peça da Sábado desta semana sobre o desempenho dos eurodeputados portugueses seria um candidato sério.
Que sentido faz dar o mesmo peso a intervenções de um minuto ou dois minutos no plenário ou a declarações de voto, que custam uns minutos de trabalho e pouco ou nada valem, e a relatórios, especialmente os relatórios legislativos, pelos quais passa todo o trabalho do Parlamento e que podem implicar dias, semanas ou meses de trabalho e de negociação com os outros grupos políticos ou com o Conselho? E o que é que pode explicar esquecer tarefas paralementares tão importantes, influentes e exigentes como ser presidente de comissão parlamentar ou de delegação parlamentar ou de "steering group"?
Que sentido faz dar o mesmo peso a intervenções de um minuto ou dois minutos no plenário ou a declarações de voto, que custam uns minutos de trabalho e pouco ou nada valem, e a relatórios, especialmente os relatórios legislativos, pelos quais passa todo o trabalho do Parlamento e que podem implicar dias, semanas ou meses de trabalho e de negociação com os outros grupos políticos ou com o Conselho? E o que é que pode explicar esquecer tarefas paralementares tão importantes, influentes e exigentes como ser presidente de comissão parlamentar ou de delegação parlamentar ou de "steering group"?
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
A face Merkozy
Publicado por
AG
Crise do euro: obrigações e responsabilidades
Publicado por
AG
A coligação governamental desdenha a diplomacia europeia e quer lá saber da crise na Europa....
Mas alguém em Portugal e de Portugal tem de dizer algumas verdades aos alemães, a vários níveis e em todos os decibéis. Em salões atapetados e pelos megafones alcançáveis.
Por isso escrevi aos nossos "Queridos amigos alemães", em português, num artigo que o "PÚBLICO" publicou no passado dia 23.
E por isso lhes escrevi também em inglês, através do artigo "Obligations and responsibilities", publicado hoje pelo jornal "EUROPEAN VOICE", que aproveitou a deixa para também os alertar em editorial.
Anda esquecido o meu alemão, na base do velhinho sétimo ano liceal alínea e), com alguma prática em tempos idos. Mas ainda dá para algumas diatribes, apicantadas com inevitáveis asneiras. Esperemos não precisar.
Mas alguém em Portugal e de Portugal tem de dizer algumas verdades aos alemães, a vários níveis e em todos os decibéis. Em salões atapetados e pelos megafones alcançáveis.
Por isso escrevi aos nossos "Queridos amigos alemães", em português, num artigo que o "PÚBLICO" publicou no passado dia 23.
E por isso lhes escrevi também em inglês, através do artigo "Obligations and responsibilities", publicado hoje pelo jornal "EUROPEAN VOICE", que aproveitou a deixa para também os alertar em editorial.
Anda esquecido o meu alemão, na base do velhinho sétimo ano liceal alínea e), com alguma prática em tempos idos. Mas ainda dá para algumas diatribes, apicantadas com inevitáveis asneiras. Esperemos não precisar.
Crise europeia? E a Portugal, o que interessa isso?
Publicado por
AG
O governo de Passos Coelho/Portas continua a não fazer o trabalho de casa básico em matéria de diplomacia europeia:
O PM continua a recitar a cartilha de D. Merkel, como se viu ainda na entrevista televisiva de ontem, com uns ligeirissimos arrebicamentos, para não deixar ao PR Cavaco mais espaço para ir escavacando a direcção PSD...
Paulo Portas não desperdiça pretextos para abrilhantar o Conselho de Segurança exibindo garbosa capacidade de ler discursos (as escapadas novaiorquinas, além de outros ensejos, permitem deixar para o PSD, e poupar-se o mais possível, a sarrafada resultante da austeridade cavalar imposta aos portugueses).
Ao guru do governo, Vitor Gaspar, já bem lhe basta ter de dar cavaco à AR e aos media em Portugal - vai a Bruxelas ao Eurogrupo e ao Ecofin e entra mudo e sai calado, junto de jornalistas portugueses ou estrangeiros. Não, não é que o homem não fale inglês: fala melhor do que o antecessor. É que de narrativa sobre Portugal para o exterior, nickles, não cuida, não quer cuidar, não precisa de cuidar: uma fézada cega e uma convicção ideológica arreigada sopram-lhe que é pela inclemência da austeridade que mostrará ao mundo como salva o país, mesmo que os portugueses estrebuchem de desemprego e fome, o Euro colapse e a Europa se esfrangalhe...
Um Secretário de Estado dos Assuntos Europeus, ao menos, podia andar por aí de caixeiro-viajante discreto, a deixar cair umas dicas sobre rigores gasparais, ardores coelhais, sacrificios portugalenses, monstruosidades alemãs, inanidades merkozistas e outros perigos para a Europa. Qual carapuça! o Estado precisa de contenção nos gastos, nem de trotinete põe pé em Bruxelas. Por exemplo, há dias houve reunião de conciliação PE/Conselho/Comissão para decidir sobre o orçamento comunitário para 2012; tema despiciendo, apesar de lá poderem vir mais fundos para Portugal...: basta mandar o Reper, que é pago para nos representar nas reuniões em Bruxelas.
Portugal, o Euro, a Europa bem podem estar à beira do precipício que este Governo nada tem a dizer, a opinar, a mexer um dedo, em Bruxelas, Polónia, Paris ou Berlim. Portugal amestrado, estrangulado e caladinho que nem um coelho é que é!
O PM continua a recitar a cartilha de D. Merkel, como se viu ainda na entrevista televisiva de ontem, com uns ligeirissimos arrebicamentos, para não deixar ao PR Cavaco mais espaço para ir escavacando a direcção PSD...
Paulo Portas não desperdiça pretextos para abrilhantar o Conselho de Segurança exibindo garbosa capacidade de ler discursos (as escapadas novaiorquinas, além de outros ensejos, permitem deixar para o PSD, e poupar-se o mais possível, a sarrafada resultante da austeridade cavalar imposta aos portugueses).
Ao guru do governo, Vitor Gaspar, já bem lhe basta ter de dar cavaco à AR e aos media em Portugal - vai a Bruxelas ao Eurogrupo e ao Ecofin e entra mudo e sai calado, junto de jornalistas portugueses ou estrangeiros. Não, não é que o homem não fale inglês: fala melhor do que o antecessor. É que de narrativa sobre Portugal para o exterior, nickles, não cuida, não quer cuidar, não precisa de cuidar: uma fézada cega e uma convicção ideológica arreigada sopram-lhe que é pela inclemência da austeridade que mostrará ao mundo como salva o país, mesmo que os portugueses estrebuchem de desemprego e fome, o Euro colapse e a Europa se esfrangalhe...
Um Secretário de Estado dos Assuntos Europeus, ao menos, podia andar por aí de caixeiro-viajante discreto, a deixar cair umas dicas sobre rigores gasparais, ardores coelhais, sacrificios portugalenses, monstruosidades alemãs, inanidades merkozistas e outros perigos para a Europa. Qual carapuça! o Estado precisa de contenção nos gastos, nem de trotinete põe pé em Bruxelas. Por exemplo, há dias houve reunião de conciliação PE/Conselho/Comissão para decidir sobre o orçamento comunitário para 2012; tema despiciendo, apesar de lá poderem vir mais fundos para Portugal...: basta mandar o Reper, que é pago para nos representar nas reuniões em Bruxelas.
Portugal, o Euro, a Europa bem podem estar à beira do precipício que este Governo nada tem a dizer, a opinar, a mexer um dedo, em Bruxelas, Polónia, Paris ou Berlim. Portugal amestrado, estrangulado e caladinho que nem um coelho é que é!
terça-feira, 29 de novembro de 2011
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Um pouco menos injusta
Publicado por
Vital Moreira
Com a "modelação" dos cortes nos subsídios de férias e de natal de funcionários públicos e dos pensionistas, compensada com um agravamento do IRS sobre os rendimentos de capital, a repartição social da austeridade torna-se um pouco menos injusta.
A "abstenção construtiva" do PS produziu alguns resultados tangíveis..
A "abstenção construtiva" do PS produziu alguns resultados tangíveis..
domingo, 27 de novembro de 2011
Fado é património da humanidade
Publicado por
MMLM
Neste caso não "Foi Deus" Foram todas as mulheres e homens que o compõem, que o escrevem, que o cantam. Foram todos os que prepararam a sua candidatura, com qualidade e rigor, como deve ser, como vale a pena. A todos os meus parabéns, muito em especial à Câmara de Lisboa que patrocinou a candidatura, e obrigada.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
UE: o destino do "Titanic"?
Publicado por
AG
Na Al Jazeera comenta-se que «a Alemanha é o único passageiro de primeira classe que resta no "Titanic"», a propósito da incapacidade da Alemanha arranjar compradores ontem no mercado para a totalidade das obrigações de tesouro que queria vender.
E a propósito da desconfiança que começa a chegar à principal e mais rica potência europeia. Que não parece ouvir as sirenes de alarme.
Como os passageiros "Titanic" embrenhados na sua música nos decks superiores...
E a propósito da desconfiança que começa a chegar à principal e mais rica potência europeia. Que não parece ouvir as sirenes de alarme.
Como os passageiros "Titanic" embrenhados na sua música nos decks superiores...
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Passos passa
Publicado por
AG
Somando coelhices em que se há-de engasgar.
Os eurobonds eram úteis, mas deixaram de o ser mal dona Merkel lhe abriu os olhos.
O BCE, se der à máquina impressora, nada resolve, até pode dar azar. Porque dona Merkel assim o diz e, se a dona diz, é para se escrever (Cavaco que se dane!).
Austeridade empobrecedora é que é, a doer, esmagando salários e a proteger ricos e castigar remediados e pobres, para purgar vícios, regenerar costumes e o brasão nacional: dona Merkel assim o determina, cabe obedecer sem pestanejar.
Esperem pela próxima: dona Merkel prepara-se para mandar reescrever o Tratado já, para lá decretar como os coelhos passam a ser esfolados. Como tratará Passos de justificar que é premente tratar do Tratado, estando a coelheira a tratar de sobreviver?
Os eurobonds eram úteis, mas deixaram de o ser mal dona Merkel lhe abriu os olhos.
O BCE, se der à máquina impressora, nada resolve, até pode dar azar. Porque dona Merkel assim o diz e, se a dona diz, é para se escrever (Cavaco que se dane!).
Austeridade empobrecedora é que é, a doer, esmagando salários e a proteger ricos e castigar remediados e pobres, para purgar vícios, regenerar costumes e o brasão nacional: dona Merkel assim o determina, cabe obedecer sem pestanejar.
Esperem pela próxima: dona Merkel prepara-se para mandar reescrever o Tratado já, para lá decretar como os coelhos passam a ser esfolados. Como tratará Passos de justificar que é premente tratar do Tratado, estando a coelheira a tratar de sobreviver?
The tale of Peter Rabbit
Publicado por
AG
Fishy Fitch and Peter Rabbit
Publicado por
AG
É fresca esta Fitch que hoje baixou a notação a Portugal! Não passa cartão a coelhices.
Aproveitou a greve geral, mas explicou que era pela fossa recessiva em que Portugal está a ser afundado.
Pela receita autista, iníqua e ultra-troikista da coligação orquestrada por Pedro P. Coelho.
"Bye baby bunting, daddy's gone a-hunting, gone to get a rabbit skin..."
Aproveitou a greve geral, mas explicou que era pela fossa recessiva em que Portugal está a ser afundado.
Pela receita autista, iníqua e ultra-troikista da coligação orquestrada por Pedro P. Coelho.
"Bye baby bunting, daddy's gone a-hunting, gone to get a rabbit skin..."
Europa: estamos na Merkel!
Publicado por
AG
Cala-te boca, para manter o mínimo de decoro.
Digamos apenas que foi enfurecedor assistir pela TV à conferência de imprensa conjunta que Merkel,Monti e Sarko deram em Estrasburgo. Digamos que, se fosse ao vivo, teria pensado em amandar-lhes os sapatos, pelo menos...
A chanceler superou-se na hipocrisia: começou por descredibilizar Monti, sublinhando que ele não tinha sido eleito. Como se ela não tivesse nada a ver com a pressão para a Itália mudar de Primeiro Ministro! (e eu aliviada por Berlusconi ter sido posto na rua finalmente).
E no final, a montanha - as três maiores economias da zona euro - pariu mais um rato: a casa está a arder, mas mandam-se vir as mangueiras lá para a próxima Cimeira Europeia de Dezembro.
Os mercados, como é óbvio, deram logo sinal negativo - mas que confiança inspiram estes pândegos?
Estamos mesmo na Merkel!
Digamos apenas que foi enfurecedor assistir pela TV à conferência de imprensa conjunta que Merkel,Monti e Sarko deram em Estrasburgo. Digamos que, se fosse ao vivo, teria pensado em amandar-lhes os sapatos, pelo menos...
A chanceler superou-se na hipocrisia: começou por descredibilizar Monti, sublinhando que ele não tinha sido eleito. Como se ela não tivesse nada a ver com a pressão para a Itália mudar de Primeiro Ministro! (e eu aliviada por Berlusconi ter sido posto na rua finalmente).
E no final, a montanha - as três maiores economias da zona euro - pariu mais um rato: a casa está a arder, mas mandam-se vir as mangueiras lá para a próxima Cimeira Europeia de Dezembro.
Os mercados, como é óbvio, deram logo sinal negativo - mas que confiança inspiram estes pândegos?
Estamos mesmo na Merkel!
GREVE GERAL - eu apoio.
Publicado por
AG
Pelo que a justifica.
E para o que possa servir.
Para confrontar a coligação PSD/CDS com a recusa da iniquidade das suas receitas fiscais, esmagando os pobres e a classe média e protegendo a banca e todos os que alimentaram a corrupção e fabricaram a crise, enriquecendo à conta dela.
Para travar a força destruidora dos preconceitos neo-liberais com que a direita no poder nos arrasa a economia e nos desarma o Estado.
Para contrapor humana revolta à desumanidade de quem desmantela elementares direitos de quem trabalha ou trabalhou toda a vida.
E, sobretudo, para reacender a esperança em Portugal. A que vem com a revolta.
Não basta indignarmo-nos. Organizemo-nos, portanto.
E para o que possa servir.
Para confrontar a coligação PSD/CDS com a recusa da iniquidade das suas receitas fiscais, esmagando os pobres e a classe média e protegendo a banca e todos os que alimentaram a corrupção e fabricaram a crise, enriquecendo à conta dela.
Para travar a força destruidora dos preconceitos neo-liberais com que a direita no poder nos arrasa a economia e nos desarma o Estado.
Para contrapor humana revolta à desumanidade de quem desmantela elementares direitos de quem trabalha ou trabalhou toda a vida.
E, sobretudo, para reacender a esperança em Portugal. A que vem com a revolta.
Não basta indignarmo-nos. Organizemo-nos, portanto.
Madeira - cada vez mais grave, a brincadeira...
Publicado por
AG
Não bastava o buracão orçamental. Jardim continua a gozar com os portugueses, à conta da sua linda brincadeira...
3 milhões parece ser quanto vai gastar o desgoverno jardinicio a iluminar nataliciamente o défice e a falcatrua nas suas contas regionais.
1 vale por 25, inventa o PSD-M, decerto para a sua rapaziada na Assembleia Regional poder andar regaladamente a tratar de negociatas, em vez de perder tempo em votações legislativas. Irritei-me ao ouvir na Antena UM, esta manhã, um marmanjo jardinista que clamava normalidade para a golpaça, sustentando que no PE também seria assim. Mentira, digo-lhe eu, sem saber quem se faz de palhaço, como os outros que votaram com ele esta proposta. Que, além inconstitucional, é absolutamente ofensiva da democracia. E do bom nome dos madeirenses.
Quem toma a inconstitucionalidade em mãos, para não deixar arrasar ainda mais a imagem da Madeira?
3 milhões parece ser quanto vai gastar o desgoverno jardinicio a iluminar nataliciamente o défice e a falcatrua nas suas contas regionais.
1 vale por 25, inventa o PSD-M, decerto para a sua rapaziada na Assembleia Regional poder andar regaladamente a tratar de negociatas, em vez de perder tempo em votações legislativas. Irritei-me ao ouvir na Antena UM, esta manhã, um marmanjo jardinista que clamava normalidade para a golpaça, sustentando que no PE também seria assim. Mentira, digo-lhe eu, sem saber quem se faz de palhaço, como os outros que votaram com ele esta proposta. Que, além inconstitucional, é absolutamente ofensiva da democracia. E do bom nome dos madeirenses.
Quem toma a inconstitucionalidade em mãos, para não deixar arrasar ainda mais a imagem da Madeira?
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