Blogue fundado em 22 de Novembro de 2003 por Ana Gomes, Jorge Wemans, Luís Filipe Borges, Luís Nazaré, Luís Osório, Maria Manuel Leitão Marques, Vicente Jorge Silva e Vital Moreira
terça-feira, 14 de setembro de 2004
Funerais civis
Nem tudo são direitos adquiridos
O controlo
Mais um passo no controlo do poder económico e político sobre a comunicação social.
(revisto)
segunda-feira, 13 de setembro de 2004
A "parceria presidencial", segundo Morais Sarmento
«Um Presidente não é um controleiro, não é um polícia da actuação do Governo. Pode ser um parceiro na definição de prioridades, no ajudar a marcar as reformas quando elas são difíceis, nos alertas que lança aqui e ali. É dessa forma positiva que eu vejo a actuação do Presidente da República e só ajuda este governo.»Só há um problema nesta tentativa de redefinição da função do PR: no nosso sistema constitucional ele pode e deve ser um polícia do Governo, não tanto quanto ao cumprimento do seu programa (isso é assunto do executivo e do Parlamento), mas sim quanto ao respeito da Constituição e aos direitos da oposição e das regras democráticas em geral. A original teoria do "Presidente-parceiro-do-Governo" pode de facto «ajudar o Governo», mas tem o pequeno defeito de neutralizar a função de vigilância daquele e de o tornar corresponsável pela política governativa.
Não seria conveniente Sampaio lembrar o Governo de que ainda é Presidente?
O anátema da função pública
"(...) sempre que se fala em que o número de funcionários públicos é superior a 700 000, tenho a tentação de chamar a atenção para o seguinte: haverá muita gente que (...) desconhece que neste avantajado número se incluem funcionários que exercem actividades nos seguintes sectores:
- defesa nacional (militares, portanto: GNR, BT, exército, marinha , força aérea, etc.),
- juizes e outros magistrados,
- professores dos vários sistemas de ensino,
- médicos , enfermeiros, etc,
- polícias,
- trabalhadores das autarquias locais.
Já agora, a curiosidade de que na função Reforma do Estado e Administração Pública trabalham 716 pessoas.
Ora, (...) sempre que nos canais televisivos se quer evidenciar o desmesurado número de funcionários, aparecem invariavelmente imagens de funcionários do "regime geral" (herdeiros dos antigos mangas de alpaca) de preferência com um carimbo na mão. Nunca um cirurgião e restante pessoal a fazer uma operação; jamais um professor na sua cátedra, nem muito menos um grupo de militares a rastejar por baixo de arame farpado. Daí que algum do menosprezo que se vai instalando na sociedade relativamente aos funcionários públicos recaia sobretudo naqueles que estão por detrás de um balcão a atender, bem ou mal, os utentes. Nunca a ira recai em qualquer outro sector. Sinónimo de funcionário público, para a generalidade do país, é só mesmo aquele 'antipático' e 'pouco trabalhador' que nos atazana a vida.
Há tempos assistia eu a um jogo de futebol aqui na minha terra (3ª divisão) quando um daqueles tontinhos que há por todo o lado, depois de ultrajar o árbitro com todos os nomes e já não sabendo de nenhum mais ofensivo, lhe gritou a plenos pulmões: "FUNCIONÁRIO PÚBLICO".
Não resisti a estas linhas."
JKO e as eleições no PS
Li a tua peça de hoje no Público sobre as eleições no PS e o teu apoio a Manuel Alegre. Como é óbvio, respeito o teu posicionamento e as tuas razões, embore discorde do fundamento de algumas. O que me deixou confundido foi a tua alusão a Juscelino Kubitschek de Oliveira (JKO). Citas uma famosa - e deliciosa, convenhamos - frase sua sobre a esquerda e a direita, sugerindo que Sócrates não passa de um JKO, desprovido de convicções políticas firmes. Ora bem, descontando o processo de intenções para fins internos, não consigo descortinar quais os exemplos bondosos em que te inspiras na história contemporânea do Brasil. O que há de mais próximo do registo da esquerda tradicional é Jango Goulart. Será ele a inspiração? Ou, talvez, Leonel Brizzola? JKO é, pura e simplesmente, o homem político mais lembrado pelas elites e pelo povo desde o Tiradentes. A justo título. Não se desdenhe de quem deixa uma marca de governação tão forte e tão progressiva como a que ele deixou, por mais sul-americana que seja. Sugiro-te que deixemos os exemplos estrangeiros de lado (porque não se nos aplicam) e a semântica ideológica para os doutorandos em filosofia política, porque do que precisamos é de política para o nosso tempo.
Saudações amigas.
Luís Nazaré
"Fim da gratuitidade do SNS" - comentários dos leitores
(J. P. Pessoa e Costa)
«(...) Creio que a inconstitucionalidade da medida anunciada pelo actual Primeiro-Ministro advém (também) de outra ordem de factores: a distinção (basilar em matéria fiscal) entre taxa e imposto. A ser praticada tal medida, teríamos uma total afronta à jurisprudência constante (e no meu modesto entender, correcta) do Tribunal Constitucional: aplicar taxas diferenciadas (lato sensu) a um serviço cujo preço de execução é sempre o mesmo, mais não é do que um imposto indirecto. Sendo ainda mais explícto: "imposto encoberto" (...).
Não que eu discorde da medida. Acontece que para ser praticada seriam necessárias duas coisas: I - uma total alteração da Constituição em matéria fiscal; II - um volta-face do TC na sua jurisprudência (...).
Obviamente, a este pequeno-grande problema acresce o da evasão fiscal, como muito bem realçou.»
(Hugo R. Alves)
Mais "touros de morte"
Quem julgou que a excepção legalmente estabelecida para os "touros de morte" de Barrancos acabaria com essa questão em Portugal enganou-se redondamente (como era de esperar infelizmente). Agora foi a vez de Monsaraz , de novo invocando uma "tradição popular" (na foto vê-se a praça do castelo onde se desenrolam as touradas locais).
Só é de esperar que o precedente de Barrancos não se repita: primeiro, a impunidade para os infractores; depois, a reiteração da cena nos próximos anos; e finalmente a intervenção do Presidente da República a sugerir o alargamento da excepção. De excepção em excepção, não tardaria a legalização geral da barbárie do touricídio público para gáudio da plebe. Dá vontade de fugir!
(Pode ver a foto em tamanho maior clicando sobre ela.)
Fim da gratuitidade do SNS?
Mas, para além de questões de filosofia do SNS, tal ideia defronta pelo menos duas dificuldades sérias: (i) não se afigura ser compatível com a Constituição, que estipula que o SNS é "tendencialmente gratuito", o que não deixa grande margem para contrapartidas financeiramente significativas; (ii) com a opacidade e iniquidade do sistema fiscal que temos, a consequência seria termos muitos titulares de altos rendimentos (rendimentos de capital, profissões liberais, etc.) a beneficiarem de taxas ínfimas, dada a enorme evasão fiscal existente, enquanto os titulares de rendimentos por conta de outrem seriam onerados com taxas mais elevadas.
Adenda
Vou desenvolver esta temática no meu artigo de amanhã no Público.
domingo, 12 de setembro de 2004
Tema da semana: a "Basílica de Estado"
Esta situação suscita algumas perplexidades. Existe alguma incompatibilidade entre os funerais de figuras de Estado e um templo maçónico? Existe alguma razão para a preferência oficial por um templo católico, mesmo quando se trata manifestamente de personalidades que não professam a religião católica? E se se tratar de alguém de outra religião (protestantismo, judaísmo, islamismo, budismo, etc.), também deverá ir para a Basílica da Estrela?
A meu ver, não existe nenhuma razão para optar por uma igreja como lugar "oficial" de funerais de Estado. Pelo contrário. A não ser que se conheça outra disposição feita em vida pelo próprio ou que seja preferida pela respectiva família, as cerimónias fúnebres de figuras de Estado deveriam ocorrer num edifício público, dotado do espaço e da dignidade necessária para essa função. As diferentes confissões religiosas, conforme a religião do falecido (se alguma), teriam obviamente acesso a esse local para procederem às exéquias fúnebres correspondentes.
Uma solução destas seria mais conforme com o princípio da separação entre o Estado e as igrejas e evitaria as situações desconfortáveis de realização de homenagem fúnebres em templos religiosos a pessoas que não professavam nenhuma religião (ou que eram crentes de uma religião diferente).
Adenda
Sobre este assunto ver também o post de Carlos Esperança, intitulado "Funeral de Estado" no blogue Diário Ateísta, novo nome do antigo Diário de Uns Ateus (actualização já efectuada na nossa coluna de links, ao lado).
Rupturas ou continuidades?
Este sábado, no Público, Augusto Santos Silva tratou de uma das questões mais relevantes para o futuro do PS. Demarcando-se de qualquer diabolização de autarcas ou de dirigentes partidários intermédios, interroga-se, no entanto, sobre a determinação e capacidade que poderá ter, ou não, o futuro secretário-geral para promover o funcionamento democrático do partido e, em especial, a sua indispensável abertura social e política ao exterior, modernizando-o efectivamente. Vale a pena ler (infelizmente, não se encontra online).
Maria Manuel Leitão Marques
O outro 11 de Setembro
Ainda a propósito do terrível atentado terrorista de N. York, teria ele o mesmo impacto que teve e continuará a ter, se as suas vítimas fossem por exemplo a cidade de Bombaim ou de Bangkok, mesmo que causassem ainda mais mortos? Porque é que as desgraças suscitam muito mais comoção e horror no mundo, quando ocorrem no hemisfério Norte e nos países mais ricos?»
(MTQ, Porto)
sábado, 11 de setembro de 2004
Fotografia à procura de personagens ....
À tua esquerda, de óculos escuros, a modos que a falar com a mão que está sem dono, sou eu. E a seguir é o falecido Humberto Soeiro, também advogado aqui em Braga. Se não me engano a cabeleira em primeiro plano, à direita, é a do José Manuel Mendes. Mas pergunta-lhe, que esse tem memória de elefante. (...)»
(Alberto Jorge Silva, Braga)
O "11 do 9"
Memórias acidentais
1. Um ano antes da revolução
O excelente Manuel Miranda, que conheci em Coimbra há muitos anos, nos Encontros de Fotografia, enviou-me recentemente de Braga esta fotografia feita por Abel Resende (assim me informa MM) no final de 1972 ou princípio de 1973, num hotel em Aveiro, numa das reuniões preparatórias do Congresso da Oposição Democrática, realizado nesse ano na mesma cidade.
Sou o segundo a contar da esquerda, de óculos grandes e bigode e de cigarro na mão direita. Devido à minha pobre memória fisionómica, dos presentes só consegui reconhecer o Alberto Januário, o primeiro a contar da esquerda, a meu lado, que era militante comunista (tal como o eram seguramente muitas outras das pessoas que ali se encontravam), sendo desde há muito o secretário da redacção da Vértice, uma revista de esquerda marxista dirigida por Joaquim Namorado, editada em Coimbra, a cuja redacção eu pertencia desde 1969. Januário era filho de um famoso militante anarco-sindicalista, Arnaldo Simões Januário, um dos primeiros a ser deportado para a prisão do Tarrafal (Cabo Verde), onde viria a morrer.
O ambiente que a foto revela era grave, os semblantes compenetrados. Estávamos a pouco mais de um ano do fim da ditadura. Mas não o sabíamos...
2. "Português Suave"
Para além do vestuário e do corte de cabelo característicos da época, uma das marcas do tempo encontra-se nos cinzeiros cheios de pontas de cigarro e no maço de tabaco sobre a mesa. Salvo quando no estrangeiro, nunca fumei outros cigarros que não esses, "Português Suave" sem filtro, num maço mole, azul e branco com riscas douradas, bem visível na fotografia, à minha frente.
Quando deixei de fumar, uns anos mais tarde, consumia habitualmente nada menos do que três maços por dia, por vezes mais. Curiosamente tomei essa heróica decisão nessa mesma cidade de Aveiro, em 1980, em plena campanha eleitoral para as eleições parlamentares desse ano, em que fui candidato por esse distrito (aliás o meu distrito natal).
Ainda devo ter guardado algures, entre as recordações pessoais, o resto do maço e a carteira de fósforos que tinha comigo nessa altura...
(Pode ver a foto em tamanho maior clicando sobre ela.)
Utente pagador
É evidente que não tardaram os protestos dos autarcas das regiões em causa, especialmente os do Algarve, apesar de o Governo prometer dispensar de pagamento o trânsito local.
Um coisa é certa: o fim das SCUT e a introdução do princípio do utente pagador (em vez do contribuinte, como agora) só tem sentido se for uma medida geral, sem excepções nem regalias regionais. Deixar de fora o Algarve, a segunda região mais rica do País, seria uma verdadeira iniquidade. Resta saber se a determinação do novo ministro é suficientemente forte para resistir aos clamores, quando se aproximam tempos eleitorais. Por minha parte sou assaz céptico.
sexta-feira, 10 de setembro de 2004
100 anos da sinagoga de Lisboa
Razões para celebrar
Aditamento
Por distracção não foi aqui assinalado no momento próprio o aniversário da Grande Loja do Queijo Limiano, outro caso de merecido êxito. Ainda que com atraso, aqui fica registado o voto de felicidades bloguísticas.
Parceiros desconfortáveis
Eis as conclusões:
«The degree of integration of the Spanish and Portuguese economies is already high and is bound to increase, particularly in an enlarged EU of 25 countries which will continue to add new members (Bulgaria and Rumania in 2007 and possibly Turkey in 2015). The enlargement has put Spain and Portugal back on the periphery of Europe; the two countries need each other in order to counterbalance the EU?s expansion to the East. The entry of former communist nations with much lower labour costs is eroding one of the previous competitive advantages of the two countries for multinationals, and Spanish and Portuguese companies are also beginning to relocate. Economically, at least, it would make sense for Spanish and Portuguese companies to forge closer links, either through outright mergers or more indirectly through crossed-shareholding agreements. Spain and Portugal are ripe, for example, for a cross-border merger of banks. Politically, however, it is another matter.»
Vale a pena ler o resto.
Atestados médicos
(José Batalha)
Os juízes de Bush
Aqui (http://saveourcourts.civilrights.org/ad_text.html) podem encontrar-se verdadeiras "pérolas" de alguns dos juizes propostos por Bush para os tribunais federais americanos que ilustram o que deixei dito.»
(Filipa Gonçalves)
Fraude profissional e cegueira corporativa
Quando será que a colectividade dos médicos e a sua Ordem se dão conta de que, enquanto pactuarem com esta vigarice deontológica e criminal de uma parte dos seus, todos são coniventes e responsáveis pela perda de crédito público da profissão? E quando será que o Governo se convencerá que não pode continuar a permitir que tais vigarices fiquem impunes?
Reclamemos sufrágio universal ...
Bush pode estar a ganhar nas sondagens de opinião domésticas, mas perde esmagadoramente na opinião pública mundial, em geral, e europeia, em especial. Poucas vezes terá havido tanto consenso fora dos Estados Unidos sobre umas eleições presidenciais.
Eu sei que os impérios não costumam envolver os seus súbditos externos na escolha dos seus dirigentes. Mas, tratando-se de um império que definiu como missão levar a democracia a todo o mundo, mesmo pela força das armas, era tempo de os Estados Unidos darem direito de voto a todos aqueles a quem eles governam directa ou indirectamente...
Divisão transatlântica
A estrela norte-americana na era de Bush perde brilho na Europa, ao mesmo tempo que os europeus desejam uma UE mais protagonista no plano internacional. Um dos virtuosos efeitos colaterais da política de Bush é o reforço da identidade e da coesão europeia. A Europa afirma-se em confronto com os Estados Unidos...
quinta-feira, 9 de setembro de 2004
A derrota do interesse público
Luís Nazaré
Desaparecido
Actualização (10 de Setembro) - O website já dá sinais de vida, mas disponibilizando somente algumas secções do jornal...
Homenagem
Uma revolução cultural
Resta saber se se tratou de um acaso sem continuidade no futuro ou de sinal de uma política de aproximação entre as duas organizações espirituais...
Benesses esconsas e manhosas?
«(...) Os impostos que os portugueses pagam não correspondem necessariamente ao que está na lei. Em Portugal há duas políticas fiscais: a que resulta da lei e a que é consequência da forma como a lei é aplicada ou, como sucede por vezes, da forma como a lei fica por aplicar.Dada a conhecida autoridade do autor nesta matéria, quem pode duvidar desta informação?
Por exemplo, sabemos quais os benefícios fiscais que estão na lei, são os que se aplicam aos contribuintes que quando têm um problema com o fisco recorrem ao seu serviço de finanças. Mas há também os benefícios fiscais que se encontram nas zonas translúcidas da lei, e são concedidos manhosamente por despachos "interpretativos" cujos processos vão direitinhos para os arquivos; para estes contribuintes especiais parece haver uma repartição privativa no Terreiro do Paço. (...).»
Estado e mercado
«(...) Esquerda e direita são as etiquetas clássicas cuja crise não resulta apenas do crescente consenso quanto à necessidade de compatibilizar eficiência e crescimento económicos com critérios de justiça social e de redistribuição da riqueza. A sua crise é anterior e provém da tradicional associação entre Estado e interesse público, de um lado, e mercado e liberdade, do outro. Tal associação é falsa mas teima em contaminar, adulterando-o, o debate político.
É claro, hoje em dia, que o Estado nem sempre prossegue o interesse público (refiro-me aqui ao Estado no sentido de aparelho burocrático e legislativo e não no sentido, mais lato, de comunidade política). O Estado assenta num processo de decisão centralizado (o processo político) que pode sofrer de dois problemas fundamentais. Primeiro, nem sempre o processo político representa os interesses de todos de forma igual (...). (...) Segundo, a prossecução do interesse público através do Estado assenta numa lógica causal e omnipotente largamente artificial: ela presume que é possível, não apenas agregar e ponderar de forma completa e centralizada as preferências de todos os indivíduos mas, igualmente, comandá-los de acordo com as decisões centralmente adoptadas.
Mas se se reivindica que o Estado está parcialmente "morto", também se pode argumentar que o mercado nunca existiu! Idealmente, o mercado seria o espaço da liberdade pois as decisões sociais seriam aí produto de decisões individuais voluntárias (no mercado tudo teria de ter o nosso acordo). Mas tal mercado não existe: como o demonstrou há muitos anos Coase (Nobel da Economia), a primeira derrogação ao mercado são as próprias empresas. Elas são, de certa forma mini-Estados: centralizam processos de decisão e de organização de forma vertical na sua esfera de actividade e de organização do trabalho. (...) É assim natural que o próprio mercado vá criando centros de poder que restringem a liberdade e a concorrência. Neste casos, o mercado já não protege a liberdade e é antes o Estado que tem de intervir para assegurar a liberdade no mercado.
Estado e mercado não coincidem, assim, com os ideais que lhes são normalmente atribuídos. A ignorância da assimetria existente entre estas instituições e os valores que lhes são normalmente associados é uma das principais causas da actual confusão ideológica. É o resultado de se confundir instituições com ideologias. (...)»