Resposta: a injusta distribuição dos sacrificios que estão a ser impostos pelo Governo aos contribuintes, tornando os ricos mais ricos, os pobres mais pobres e arrasando a classe média.
Sobre isso e sobre o que Pedro Passos Coelho foi dizer ao Pontal e o que devia estar a dizer, mas não está, aos seus pares europeus, em dia de conclave Merkel/Sarkozy, falei no Conselho Superior da ANTENA UM, esta manhã.
Blogue fundado em 22 de Novembro de 2003 por Ana Gomes, Jorge Wemans, Luís Filipe Borges, Luís Nazaré, Luís Osório, Maria Manuel Leitão Marques, Vicente Jorge Silva e Vital Moreira
terça-feira, 16 de agosto de 2011
ADSE versus SNS
Publicado por
Vital Moreira
Há quem defenda que vale a pena manter a ADSE -- o sistema privativo de saúde dos funcionários públicos -- porque, sendo ela suportada em parte pelos próprios beneficiários, mercê do desconto de 1,5% das suas remunerações, a ADSE fica assim mais barata ao Estado do que o SNS , que é suportado essencialmente pelo Orçamento do Estado, sem contribuição significativa dos utentes (dado o valor reduzido das "taxas moderadoras" e das muitas isenções). A solução, defendem, deveria ser mesmo a inversa, estendendo a todos os cidadãos o sistema de contribuição especial para a saúde.
Independentemente da garantia constitucional do SNS -- que todavia não exclui modos de financiamento alternativos à tradicional via orçamental --, é evidente que se todos os portugueses pagassem anualmente um contribuição especial para os encargos de saúde equivalente a 1,5% dos seus rendimentos, seriam correspondentemente reduzidas os encargos do orçamento do Estado com a saúde. Nesse sentido, os cuidados de saúde passariam a "custar menos" ao Estado, mesmo que o seu custo absoluto aumentasse relativamente. Mas para os utentes, qual seria a diferença entre pagarem totalmente (ou quase) o SNS por via de impostos, como hoje sucede, ou pagarem-no em parte por meio de uma contribuição especial consignada e na parte restante por meio de impostos? O mais provável é que passassem a pagar a contribuição para o SNS sem qualquer dedução nos impostos...
Independentemente da garantia constitucional do SNS -- que todavia não exclui modos de financiamento alternativos à tradicional via orçamental --, é evidente que se todos os portugueses pagassem anualmente um contribuição especial para os encargos de saúde equivalente a 1,5% dos seus rendimentos, seriam correspondentemente reduzidas os encargos do orçamento do Estado com a saúde. Nesse sentido, os cuidados de saúde passariam a "custar menos" ao Estado, mesmo que o seu custo absoluto aumentasse relativamente. Mas para os utentes, qual seria a diferença entre pagarem totalmente (ou quase) o SNS por via de impostos, como hoje sucede, ou pagarem-no em parte por meio de uma contribuição especial consignada e na parte restante por meio de impostos? O mais provável é que passassem a pagar a contribuição para o SNS sem qualquer dedução nos impostos...
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Factos
Publicado por
Vital Moreira
Na narrativa política da direita que nos governa e da imprensa que a serve (que é quase toda...), os governos de Sócrates não fizerma mais do que "engordar" o Estado, não tendo procedido a nenhuma reforma da Administração Pública.
Agora fica-se a saber, na avaliação de um organismo independente. que
Sócrates eliminou mais de 25% dos cargos dirigentes do Estado e reduziu em 46% o número de organismos públicos.
Aposto que esta notícia não será manchete em nenhum jornal...
Agora fica-se a saber, na avaliação de um organismo independente. que
Sócrates eliminou mais de 25% dos cargos dirigentes do Estado e reduziu em 46% o número de organismos públicos.
Aposto que esta notícia não será manchete em nenhum jornal...
Exasperando...
Publicado por
AG
Não, não é só com as faltas de corrente e a fraqueza da net, que me impedem de blogar a eito sobre os ENKONTRU BAUCAU, como me tinha proposto (quando se restabelecem, noite alta, estou eu morta de sono, incapaz de escrever uma linha...)
É também sobre o que nos vai chegando pela televisão:
O horror na SOMÁLIA - de cínica fabricação americana e europeia, com mãozinha dada pela incapaz União Africana; pela inacção no que importava - ajudar a restabelecer um ou vários Estados na Somalia.E pela acção perversa de encorajar a invasão etíope de 2006, que só deu gaz aos Al Shebab - uma tropa fandanga, apesar das ligações à Al Qaeda, que uma intervenção internacional a sério e devidamente autorizada poderia desarticular. Mas EUA, UE, AU e membros do Conselho de Segurança da ONU preferem gastar dinheiro no impossível combate à pirataria, mesmo fartos de saber que as causas dela nao estão no mar, mas na falta de lei e ordem em terra. E, postos diante de uma tragédia destas dimensões, preferem "brincar" à "ajuda humanitária", ao mesmo tempo que continuam a treinar, no Uganda, soldados para a ficção de governo que é o TFG na Somália, assim dando preparaçao a homens para se juntarem ...aos Al Shebab!
Exaspero também com a complacência em relação ao regime assassino na SIRIA, com todos os membros do Conselho de Seguranca há meses a demitir-se vergonhosamente de fazer o que deviam ( e a condenação do regime de Al Assad era o mínimo dos mínimos), com especiais responsabilidades para China, Russia e ...Brasil! Admoestações piedosas como a que a Rússia está agora a fazer só acrescentam insulto ao ferimento.
Exaspero, finalmente, com o alarmante agravamento da CRISE financeira e económica, por estes líderes da treta, capturados por interesses, continuarem incapazes de aprender nada com a experiência destes últimos três anos e continuarem incapacitantes da regulação que se impõe, a nível europeu e global.
É também sobre o que nos vai chegando pela televisão:
O horror na SOMÁLIA - de cínica fabricação americana e europeia, com mãozinha dada pela incapaz União Africana; pela inacção no que importava - ajudar a restabelecer um ou vários Estados na Somalia.E pela acção perversa de encorajar a invasão etíope de 2006, que só deu gaz aos Al Shebab - uma tropa fandanga, apesar das ligações à Al Qaeda, que uma intervenção internacional a sério e devidamente autorizada poderia desarticular. Mas EUA, UE, AU e membros do Conselho de Segurança da ONU preferem gastar dinheiro no impossível combate à pirataria, mesmo fartos de saber que as causas dela nao estão no mar, mas na falta de lei e ordem em terra. E, postos diante de uma tragédia destas dimensões, preferem "brincar" à "ajuda humanitária", ao mesmo tempo que continuam a treinar, no Uganda, soldados para a ficção de governo que é o TFG na Somália, assim dando preparaçao a homens para se juntarem ...aos Al Shebab!
Exaspero também com a complacência em relação ao regime assassino na SIRIA, com todos os membros do Conselho de Seguranca há meses a demitir-se vergonhosamente de fazer o que deviam ( e a condenação do regime de Al Assad era o mínimo dos mínimos), com especiais responsabilidades para China, Russia e ...Brasil! Admoestações piedosas como a que a Rússia está agora a fazer só acrescentam insulto ao ferimento.
Exaspero, finalmente, com o alarmante agravamento da CRISE financeira e económica, por estes líderes da treta, capturados por interesses, continuarem incapazes de aprender nada com a experiência destes últimos três anos e continuarem incapacitantes da regulação que se impõe, a nível europeu e global.
À descoberta da Índia
Publicado por
AG
Parte a UE e não só Portugal. Com João Gomes como embaixador em New Delhi. UE e Índia ganham um embaixador sério e a sério. Catherine Ashton acertou.
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Takas "ataca"
Publicado por
AG
Ontem à noite continuou o cinema em Dili, no quadro dos ENCONTROS DE BAUCAU, com o filme do Amaury "A oitava cor do arco íris" que, sendo passado em Mato Grosso, Brasil, tem muito a ver com a realidade timorense - como bem evidenciou o interesse e a reacção da assistência.
Mas de dia foi tempo do escritor timorense Takas (Luis Cardoso) "atacar": um bando de meninos e meninas no Centro Juvenil Padre António Vieira ajudaram-no a contar os contos timorenses "A noiva do gigante" e a "Lenda do crocodilo". Para delicia de miúdos e graúdos.
Mas de dia foi tempo do escritor timorense Takas (Luis Cardoso) "atacar": um bando de meninos e meninas no Centro Juvenil Padre António Vieira ajudaram-no a contar os contos timorenses "A noiva do gigante" e a "Lenda do crocodilo". Para delicia de miúdos e graúdos.
domingo, 31 de julho de 2011
Mana Marta em acção
Publicado por
AG
A magia de entregar fotografias a quem nunca teve uma de si próprio!
30.7.2011
30.7.2011
Location:Dili,Timor-Leste
sábado, 30 de julho de 2011
ENCONTROS DE BAUCAU
Publicado por
AG
Começaram já, em Dili. Com cinema ao ar livre, na Praça em frente ao Palácio do Governo.
"Tempos Modernos", "A Quimera do Ouro" - o insubstituível e impagável Chaplin a fazer gargalhar os timorenses.
A servir de aperitivo para a primeira parte da telenovela timorense "Suku Hali" (Aldeia Arvore) que justamente os entusiasma, porque, como lhes disse o António Loja Neves "é boa em qualquer parte do mundo" (só o ignoram as TVs portuguesas, que nunca a passaram...).
Vieram os dois principais actores no final da sessão de hoje, o Simão e o Asabe, recolher os merecidissimos aplausos. Começamos a combinar traze-los a Lisboa.
Quase quarenta anos depois, é gostoso voltar a uma de Cineclube com o António, desta vez em Timor Leste. A causa, dele e a minha, é a mesma de sempre, quaisquer que tenham sido as nuances.
"O que faz falta é animar a malta, o que faz falta!" continua a cantar-nos o velho e imortal Zeca Afonso.
A caminho de Baucau - notas a leituras de viagem -I
Publicado por
AG
Caixa Geral de Depósitos
- administração remodelada e aumentada: o salto à vara continua em grande, agora patrocinado pela coligação PC/P (Passos Coelho/Portas), logo surpreendendo com a proeza de catapultar regulador para regulado, sem escrúpulos nenhuns....
A CGD já se especializou em enterrar depósitos e o Orçamento do Estado nos fundos sem fundo do "caso de polícia" BPN e outras berardices que tais. Em que mais engenharias intoxicantes nos projectará doravante?
Estaleiros de Viana do Castelo
- privatizem, irra! mas sobretudo assegurem que viabilizam.
Porque aquela empresa merece ser salva, seria estúpido perder as capacidades tecnológicas desenvolvidas ao longo de décadas e seria criminoso dispensar os trabalhadores que as adquiriram.
E viabilizar é, sobretudo, pôr na administração quem perceba e se empenhe na comercialização. E quem tenha a coragem de travar / denunciar exigências absurdas de clientes obrigatórios, como a Marinha, cujos fiscais sobrecarregam absurdamente de exigencias os projectos fiscalizados, deixando a suspeita de que assim garantem o prolongamento das respectivas ajudas de custo....
Enfim, decisões sobre a gestão que há muito se impunham e que os governos do PS, lamentavelmente, não tomaram a tempo e horas; à semelhança, de resto, dos governos anteriores, da cor da actual coligação no poder. Tudo a mostrar como convergiram em trabalhar para ... a privatização.
"Golden shares"
- a pressa de as eliminar, em troca de nada para o Estado que as aliena, não pode reconduzir-se apenas ao complexo do "bom aluno" de que sofre, indigentemente, a coligação PC/P. Até porque, como o PUBLICO e outros jornais demonstraram, os "professores" alemães, franceses, ingleses, espanhóis e "turro quanti", ostensivamente não praticam...
O afã eliminador, mais do que ao interesse de dourar as carteiras já douradas de quem, nacional ou estrangeiro, possa querer comandar empresas estratégicas para Portugal, prende-se com o zelo ideológico da direita neo-liberal no poder: já que nao conseguiu ainda "deliver" no apregoado emagrecimento das gorduras do Estado, trata de responder às pressões, atrofiando-lhe os músculos.
- administração remodelada e aumentada: o salto à vara continua em grande, agora patrocinado pela coligação PC/P (Passos Coelho/Portas), logo surpreendendo com a proeza de catapultar regulador para regulado, sem escrúpulos nenhuns....
A CGD já se especializou em enterrar depósitos e o Orçamento do Estado nos fundos sem fundo do "caso de polícia" BPN e outras berardices que tais. Em que mais engenharias intoxicantes nos projectará doravante?
Estaleiros de Viana do Castelo
- privatizem, irra! mas sobretudo assegurem que viabilizam.
Porque aquela empresa merece ser salva, seria estúpido perder as capacidades tecnológicas desenvolvidas ao longo de décadas e seria criminoso dispensar os trabalhadores que as adquiriram.
E viabilizar é, sobretudo, pôr na administração quem perceba e se empenhe na comercialização. E quem tenha a coragem de travar / denunciar exigências absurdas de clientes obrigatórios, como a Marinha, cujos fiscais sobrecarregam absurdamente de exigencias os projectos fiscalizados, deixando a suspeita de que assim garantem o prolongamento das respectivas ajudas de custo....
Enfim, decisões sobre a gestão que há muito se impunham e que os governos do PS, lamentavelmente, não tomaram a tempo e horas; à semelhança, de resto, dos governos anteriores, da cor da actual coligação no poder. Tudo a mostrar como convergiram em trabalhar para ... a privatização.
"Golden shares"
- a pressa de as eliminar, em troca de nada para o Estado que as aliena, não pode reconduzir-se apenas ao complexo do "bom aluno" de que sofre, indigentemente, a coligação PC/P. Até porque, como o PUBLICO e outros jornais demonstraram, os "professores" alemães, franceses, ingleses, espanhóis e "turro quanti", ostensivamente não praticam...
O afã eliminador, mais do que ao interesse de dourar as carteiras já douradas de quem, nacional ou estrangeiro, possa querer comandar empresas estratégicas para Portugal, prende-se com o zelo ideológico da direita neo-liberal no poder: já que nao conseguiu ainda "deliver" no apregoado emagrecimento das gorduras do Estado, trata de responder às pressões, atrofiando-lhe os músculos.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Responsabilidade
Publicado por
MMLM
Todas as vezes que fui à Assembleia da Republica discutir o orçamento nos últimos quatros anos, sempre me surpreendeu que ninguém nos exigisse que poupássemos mais nesta ou naquela rubrica. Pelo contrário , da esquerda e da direita sem excepções, as criticas eram sempre porque é que investem menos aqui ou diminuem a despesa acolá. Tudo isto num contexto exigente de preocupação com o défice orçamental. Espantoso, à primeira vez. Esperado nas seguintes. Irreal até ao fim!
Ao ouvir que Antonio José Seguro acaba de propor que o PS não apresente no Parlamento propostas que não subscreveria se estivesse no Governo, só posso congratular-me com a sua atitude responsável. Ajuda a credibilizar a política e os partidos e além disso previne o ridículo a que assistimos recentemente. De um ápice, os partidos que passaram da oposição para o Governo mudaram de posição quanto às origens desta crise, a intocabilidade das agências de rating e o mais que já se viu.
Ao ouvir que Antonio José Seguro acaba de propor que o PS não apresente no Parlamento propostas que não subscreveria se estivesse no Governo, só posso congratular-me com a sua atitude responsável. Ajuda a credibilizar a política e os partidos e além disso previne o ridículo a que assistimos recentemente. De um ápice, os partidos que passaram da oposição para o Governo mudaram de posição quanto às origens desta crise, a intocabilidade das agências de rating e o mais que já se viu.
A caminho dos ENCONTROS DE BAUCAU
Publicado por
AG
Estou hoje a partir para Timor. O que, apesar da distância, nunca cansa, é sempre um prazer.
Desta vez a dobrar, porque vou para os "ENCONTROS DE BAUCAU".
Trata-se de uma ideia do Rui Tavares em que eu logo embarquei e que se vai concretizar graças ao bom acolhimento dos timorenses, à carolice da Helena e da Marta (que nos assistem, a mim e ao Rui) e do resto da equipa que elas conseguiram mobilizar. Ah, e aos apoios financeiros e em género que recebemos - poucos, mas bons; e ainda mais valiosos em tempos de crise.
Procurarei aqui deixar reportagem diária dos ENCONTROS DE BAUCAU.
Mas entretanto fica, à laia de introdução, um artigo que escrevi há semanas para o ACCÃO SOCIALISTA, em edição que deve estar a ser publicada por estes dias. Sobre o Timor Leste que encontrei em Junho passado.
>"Timor-Leste: dez anos de independência
Xanana vinha descontraidamente em fato de treino, com os três filhos pequenos por perto, quando nos encontramos casualmente, eram umas nove e meia da manhã de sabado, dia 18 de Junho, na Praça em frente ao Palácio do Governo em Dili. Ficamos à conversa, ao som da música rock produzida por uma banda de marinheiros americanos que, à sombra de um palanque, "abrilhantava" a Maratona pela Paz, a decorrer, com mais de 7.000 participantes. Bastou ensaiarmos uns incontrolaveis passos de dança ao ritmo do "Billie Jean, is not my lover..." que os Marines atacavam, para centenas de jovens e menos jovens timorenses perderem a reserva e se lançarem entusiasticamente à improvisada pista.
A escassos metros, o Presidente Ramos Horta procurava repousar da corrida, debaixo de um toldo, assediado por dezenas de cidadãos que se aproximavam para o saudar.
Milhares de pessoas espraiavam-se pela Praça, à espera de ver consagrar os vencedores da Maratona. "Vai um chuto para golo?" desafiou-me o simpático GNR, metendo-me à frente da miudagem que fazia fila para chutar e receber o correspondente diploma.
A eurodeputada alemã do PPE, que comigo integrava uma missão da Assembleia Parlamentar ACP-UE, não queria crer: "E dizem que Timor-Leste é frágil, com esta tranquilidade toda?!"
Dez anos depois da independência, a atmosfera é de serenidade e confiança no futuro, as eleições presidenciais e legislativas de 2O12 estão a ser encaradas sem crispações, muito longe do sentimento de insegurança vivido em 2006 e 2007.
O Governo fez bem em distribuir uma pequena parte do rendimento do petróleo em pensões, salários, bolsas, subsidios, etc. O injectar de dinheiro nas familias e na economia contribuiu para acalmar o ambiente social e politico, embora o desemprego ainda vá permanecer elevado por mais alguns anos, enquanto se forma gente e se semeiam oportunidades de investimento (o que sobra do Fundo do Petroleo ainda dá bem para investir em Obrigações do Tesouro português, como sugere Ramos Horta, em gesto de retribuição solidária que nós deviamos aproveitar e agradecer).
Mas a verdade é que muito já mudou dramaticamente em apenas 12 anos, desde o referendo que fez sair os ocupantes indonésios.
Em 1999 havia apenas um médico timorense, o Dr. Rui Araújo, que foi o primeiro Ministro da Saúde (e muito bom!). Este ano serão distribuidos por todos os distritos 640 jovens médicos timorenses, acabadinhos de formar em Cuba!
Hoje a TVTL e a RTPi chegam a todas as aldeias (claro que a programação de ambas podia ser muito melhor, até para ajudar a consolidar e disseminar a língua portuguesa).
E apesar dos muitos problemas inerentes ao processo de construção do Estado, incluindo os rumores sobre corrupção alastrante e as querelas pessoais herdadas do passado, hoje há diálogo politico institucional em Timor Leste, no Parlamento e fora dele: o Primeiro Ministro Xanana Gusmão tem associado os principais dirigentes da Oposição, incluindo o ex-PM Mari Alkatiri, na tomada de decisão sobre questões nacionais decisivas, como a negociação sobre novas jazidas de petróleo e gaz com a Australia (com precioso aconselhamento técnico e jurídico português, foi-me dito). O objectivo é trazer para a costa sul timorense as instalações de exploração e processamento que poderão transformar o país e assegurar um vertiginoso desenvolvimento (empresários portugueses por que esperam, apesar de tantos apelos caseiros à "diplomacia económica"?)
Claro que só no final do ano a rede eléctrica deve chegar a todo o país. E em Baucau, a segunda maior cidade, não há ainda sequer nenhuma sala de leitura pública, estando a maioria dos seus jovens desempregada e sem acesso a quaisquer actividades culturais.
Essa é uma das razões (a outra é que sou devota do Bispo/governador/salvador local, D. Basilio Nascimento) por que estou a organizar, juntamente com o meu colega e amigo Rui Tavares, uma ideia dele: a iniciativa "Encontros de Baucau", para envolver a juventude da cidade e arredores em actividades culturais e de cidadania activa (teatro, cinema, debates, artes plásticas, feira-de-livros, etc), entre 4 e 7 de Agosto próximo, com patrocinios conseguidos sobretudo em Portugal.
Dar-vos-ei depois mais notícias. Dos dez anos de independência no Timor profundo."
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Proposta controversa
Publicado por
Vital Moreira
Uma das primeiras ideias de A. J. Seguro como secretário-geral do PS foi a da liberdade de voto dos deputados.
Ainda que tenha de haver excepções, a ideia em si mesma é tudo menos incontroversa. Nenhum regime parlamentar, em que o Governo depende do apoio partidário no parlamento, pode prescindir de disciplina de voto parlamentar (ressalvados os casos de objecção de consciência ou de reconhecimento "ad hoc" de liberdade de voto). Uma coisa é a liberdade de defesa de pontos de vista próprios no grupo parlamentar e o direito de os submeter a votação -- que não pode ser recusada --, outra coisa é o princípio da liberdade de voto dissidente em relação à posição do grupo.
Isso deve ser assim por maioria de razão num sistema eleitoral proporcional de lista, onde os deputados não são individualmente eleitos
Ainda que tenha de haver excepções, a ideia em si mesma é tudo menos incontroversa. Nenhum regime parlamentar, em que o Governo depende do apoio partidário no parlamento, pode prescindir de disciplina de voto parlamentar (ressalvados os casos de objecção de consciência ou de reconhecimento "ad hoc" de liberdade de voto). Uma coisa é a liberdade de defesa de pontos de vista próprios no grupo parlamentar e o direito de os submeter a votação -- que não pode ser recusada --, outra coisa é o princípio da liberdade de voto dissidente em relação à posição do grupo.
Isso deve ser assim por maioria de razão num sistema eleitoral proporcional de lista, onde os deputados não são individualmente eleitos
Um pouco mais de rigor, sff
Publicado por
Vital Moreira
«Seguro recusa revisão constitucional (...)».
Na verdade, segundo relato de outros órgãos de informação, A. J. Seguro só recusou uma revisão constitucional que "desvirtuasse" a Constituição, o que não é o mesmo que recusar qualquer revisão. De resto, seria pouco sensato.
Na verdade, segundo relato de outros órgãos de informação, A. J. Seguro só recusou uma revisão constitucional que "desvirtuasse" a Constituição, o que não é o mesmo que recusar qualquer revisão. De resto, seria pouco sensato.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Tudo em família (2)
Publicado por
Vital Moreira
Os regimes constitucionais não se baseiam somente nos textos constitucionais, mas também em costumes, "convenções" e compromissos tácitos.
Julgava-se que existia uma "convenção" dessas entre o PS e o PSD sobre a CGD, nos termos da qual a presidência da instituição deveria ser confiada a um gestor da área do principal partido da oposição. O PSD resolveu agora desrespeitá-la.
Faria de Oliveira, que foi ministro do PSD, foi nomeado para presidente da Caixa pelo primeiro Governo de Sócrates. Agora, no fim do mandato, o Governo do PSD/CDS resolveu promovê-lo a "chairman" do conselho de administração, tendo sido nomeado para vice-director executivo outro dirigente do PSD.
E diziam que os governos PS só nomeavam "boys..."
Julgava-se que existia uma "convenção" dessas entre o PS e o PSD sobre a CGD, nos termos da qual a presidência da instituição deveria ser confiada a um gestor da área do principal partido da oposição. O PSD resolveu agora desrespeitá-la.
Faria de Oliveira, que foi ministro do PSD, foi nomeado para presidente da Caixa pelo primeiro Governo de Sócrates. Agora, no fim do mandato, o Governo do PSD/CDS resolveu promovê-lo a "chairman" do conselho de administração, tendo sido nomeado para vice-director executivo outro dirigente do PSD.
E diziam que os governos PS só nomeavam "boys..."
quinta-feira, 21 de julho de 2011
À bruta
Publicado por
Vital Moreira
Ao longo dos anos fui denunciando sozinho -- por último aqui -- a bomba-relógio financeira dos transportes colectivos de Lisboa e do Porto, com permanentes défices de exploração e a acumulação sistemática de dívida, produto de uma política tarifária irresponsável, de custos incomportáveis e de planos de investimento lunáticos.
Era evidente a necessidade de revisão das tarifas de modo a equilibrar a conta de exploração. Mas também era razoável esperar uma actualização faseada das tarifas. Ao subir as tarifas em 15% de uuma vez, o Governo PSD/CDS segue o lema que já nos habituou: fazer as coisas à bruta. Segue a máxima maquiaveliana de que o mal se deve fazer todo de uma vez...
Aditamento
Apesar da minha insistência ao longo dos anos, nunca consegui convencer nenhum Governo (nomeadamente os de José Sócrates) da insustentabilidade dos verdadeiros cancros financeiros representados pelas SCUT e pelos transportes colectivos de Lisboa e do Porto (mais o descomando financeiro do SNS depois da saída de Correia de Campos). Também é verdade que nunca vi o PSD fazer disso nenhuma questão...
Era evidente a necessidade de revisão das tarifas de modo a equilibrar a conta de exploração. Mas também era razoável esperar uma actualização faseada das tarifas. Ao subir as tarifas em 15% de uuma vez, o Governo PSD/CDS segue o lema que já nos habituou: fazer as coisas à bruta. Segue a máxima maquiaveliana de que o mal se deve fazer todo de uma vez...
Aditamento
Apesar da minha insistência ao longo dos anos, nunca consegui convencer nenhum Governo (nomeadamente os de José Sócrates) da insustentabilidade dos verdadeiros cancros financeiros representados pelas SCUT e pelos transportes colectivos de Lisboa e do Porto (mais o descomando financeiro do SNS depois da saída de Correia de Campos). Também é verdade que nunca vi o PSD fazer disso nenhuma questão...
Um colossal desvio do "desvio colossal"
Publicado por
AG
É certamente aquilo a que vamos assistir no discurso do Primeiro Ministro Passos Coelho nos próximos dias, à luz das revelações das contas públicas de hoje.
Afinal o desvio nem era colossal, nem seria mesmo desvio - como induzia a tentativa de correcção do Ministro das Finanças, embaraçada e malabaristicamente, para gozo e ganho dos separadores humoristicos da SIC Noticias...
Desvie-se e desvie-nos colossal e rapidamente dessa lógica desviante, Senhor Primeiro Ministro! que assim não vai, nem leva o País, a parte nenhuma.
Afinal o desvio nem era colossal, nem seria mesmo desvio - como induzia a tentativa de correcção do Ministro das Finanças, embaraçada e malabaristicamente, para gozo e ganho dos separadores humoristicos da SIC Noticias...
Desvie-se e desvie-nos colossal e rapidamente dessa lógica desviante, Senhor Primeiro Ministro! que assim não vai, nem leva o País, a parte nenhuma.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Merkel nerded (or "merded") it again!
Publicado por
AG
Oh, amigos alemães:
que mal fizemos nós todos, no resto da Europa, para termos de aguentar com a vossa embotada Merkel, que se obstina em refrear o Conselho Europeu, já repleto de abundantes "nerds", encartados em enterrar a Grécia e a Europa por junto!
É que cada dia que Dona Merkel abre a boca, mais se afunda também o resto dos "PIGS" na chafurdice dos merdosos estratagemas que o Conselho Europeu cozinha, com Dona Merkel a aprimorar-se como Chefe.
Com a agravante de que, se este Conselho de "nerds" não cozinhar nada de decisivo e alimentarmente eficaz, amanhã - como agoirou ontem a Chefe Merkel - não estará apenas a mandar Euro e Europa às malvas, pegando fogo à Espanha, Itália e "tutti quanti". Poderá estar a precipitar a humanidade num caldeirão de crise global de incontroláveis consequências.
Merkel fora da cozinha europeia. Às mércolas com ela, rapidamente e em força!
que mal fizemos nós todos, no resto da Europa, para termos de aguentar com a vossa embotada Merkel, que se obstina em refrear o Conselho Europeu, já repleto de abundantes "nerds", encartados em enterrar a Grécia e a Europa por junto!
É que cada dia que Dona Merkel abre a boca, mais se afunda também o resto dos "PIGS" na chafurdice dos merdosos estratagemas que o Conselho Europeu cozinha, com Dona Merkel a aprimorar-se como Chefe.
Com a agravante de que, se este Conselho de "nerds" não cozinhar nada de decisivo e alimentarmente eficaz, amanhã - como agoirou ontem a Chefe Merkel - não estará apenas a mandar Euro e Europa às malvas, pegando fogo à Espanha, Itália e "tutti quanti". Poderá estar a precipitar a humanidade num caldeirão de crise global de incontroláveis consequências.
Merkel fora da cozinha europeia. Às mércolas com ela, rapidamente e em força!
Tudo em família
Publicado por
Vital Moreira
O Presidente da República nomeou Manuela Ferreira Leite como Chanceler das Ordens Nacionais.
Mesmo para cargos de Estado onde se exigiria algum distanciamento político-partidário, Cavaco Silva não revela excessivos pruridos em premiar os seus fiéis dentro do PSD.
À atenção dos que propõem alargar o poder de nomeação de Belém (o que aliás só poderia ocorrer por via de revisão cosnbtitucional)...
Mesmo para cargos de Estado onde se exigiria algum distanciamento político-partidário, Cavaco Silva não revela excessivos pruridos em premiar os seus fiéis dentro do PSD.
À atenção dos que propõem alargar o poder de nomeação de Belém (o que aliás só poderia ocorrer por via de revisão cosnbtitucional)...
A PGR submerge diante de réus alemães?
Publicado por
AG
Os três Pareceres da Procuradoria-Geral da República persistentemente pedidos pelo ex-Ministro da Defesa Nacional, Augusto Santos Silva, sobre o contrato de aquisição de submarinos e correspondente contrato de contrapartidas, foram publicados em Diário da República no dia 7 de Julho, como noticiou o PÚBLICO a 8 de Julho, no artigo "Alemães acusados na venda de submarinos evitarão pena se Estado deixar cair caso", .
Desde final do ano passado que tentei por mais de uma via, obter os referidos Pareceres, até para os juntar à fundamentação da queixa formal que entreguei, em Dezembro de 2010, à Comissão Europeia sobre os dois contratos (queixa que foi aceite e está a seguir o curso de investigação). Nunca tive resposta a pedido escrito que dirigi ao Senhor Procurador Geral da República em 16 de Fevereiro deste ano.
Agora que os Pareceres estão publicados, vou procurar analisá-los com atenção.
Mas, como sublinhava o PÚBLICO, desde logo salta à vista a sugestão da PGR de que o Estado possa vir a desistir das acusações contra os três gestores alemães arguidos no processo das contrapartidas por crime de burla qualificada contra o próprio Estado! Desistência que a PGR admite, em troca de reparação integral do prejuízo que resultar para o Estado até à data do julgamento.
Há já demasiados sinais alarmantes a caracterizar este caso:
- Basta recordar que as duas procuradoras que iniciaram e desenvolveram esta investigação foram dela afastadas há uns meses, a pretexto e com metodologia altamente suspeitos.
- Basta recordar que o Juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal, quando decidiu levar a julgamento o processo das contrapartidas, se sentiu compelido a deixar registo, no seu próprio despacho, das pressões e intimidações que se exerciam para influenciar a decisão.
Agora, atentos os Pareceres da PGR publicados, é alarmante constatar que uma instituição que deve defender o Estado sugira que suspeitos de fraude, burla qualificada e falsificação de documentos possam sair ilibados de crimes que lesaram gravemente o Estado e os contribuintes portugueses, explicitando condições e critérios para os fazer escapar à Justiça. Acresce que, se se ilibam os estrangeiros, a que título se manterão acusações contra nacionais?
A extinção da responsabilidade criminal no processo das contrapartidas, movido pelo Ministério Público contra três gestores alemães e uns tantos portugueses, seria absolutamente intolerável, dados os contornos criminais, económicos e políticos, de âmbito nacional e europeu, que o caso assume.
Os crimes de que os réus são acusados lesaram gravemente o Estado e foram cometidos com o claro intuito de o lesar: se o Estado se demitisse da responsabilidade de perseguir judicialmente os suspeitos, estaria a fazer troça de si próprio. E de nós todos, os contribuintes portugueses a pagar os submarinos.
Na sua curiosa percepção dos interesses da República, o Conselho Consultivo da PGR opina que o Estado não pode valer-se do incumprimento do contrato das contrapartidas para colocar em causa o contrato de aquisição de submarinos (“não há consequências na execução do Contrato de Aquisição decorrentes da execução do Contrato de Contrapartidas”, diz o parecer). Esta opinião, conjugada com o reconhecimento pelo Conselho Consultivo da PGR da legitimidade do Tribunal Arbitral para dirimir qualquer litígio no que respeita a execução do contrato de contrapartidas, conforma-se estranhamente com o facto de os representantes do Estado, à data da celebração dos contratos em 2004, não terem sabido proteger os próprios interesses do Estado e terem colocado o bem público à mercê da prevaricação.
Por todos os sinais alarmantes, que estes Pareceres da PGR só vêm adensar, interpelei já por escrito o Primeiro-Ministro, Dr. Pedro Passos Coelho, no sentido de garantir que Portugal não saia ainda mais lesado de toda a trapalhada da aquisição dos submarinos e fictícias contrapartidas. Designadamente assegurando que o Estado não desiste de julgar todos os reús no processo das contrapartidas e rapidamente conclui a investigação e faz avançar para julgamento o processo relativo à aquisição dos submarinos.
Desde final do ano passado que tentei por mais de uma via, obter os referidos Pareceres, até para os juntar à fundamentação da queixa formal que entreguei, em Dezembro de 2010, à Comissão Europeia sobre os dois contratos (queixa que foi aceite e está a seguir o curso de investigação). Nunca tive resposta a pedido escrito que dirigi ao Senhor Procurador Geral da República em 16 de Fevereiro deste ano.
Agora que os Pareceres estão publicados, vou procurar analisá-los com atenção.
Mas, como sublinhava o PÚBLICO, desde logo salta à vista a sugestão da PGR de que o Estado possa vir a desistir das acusações contra os três gestores alemães arguidos no processo das contrapartidas por crime de burla qualificada contra o próprio Estado! Desistência que a PGR admite, em troca de reparação integral do prejuízo que resultar para o Estado até à data do julgamento.
Há já demasiados sinais alarmantes a caracterizar este caso:
- Basta recordar que as duas procuradoras que iniciaram e desenvolveram esta investigação foram dela afastadas há uns meses, a pretexto e com metodologia altamente suspeitos.
- Basta recordar que o Juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal, quando decidiu levar a julgamento o processo das contrapartidas, se sentiu compelido a deixar registo, no seu próprio despacho, das pressões e intimidações que se exerciam para influenciar a decisão.
Agora, atentos os Pareceres da PGR publicados, é alarmante constatar que uma instituição que deve defender o Estado sugira que suspeitos de fraude, burla qualificada e falsificação de documentos possam sair ilibados de crimes que lesaram gravemente o Estado e os contribuintes portugueses, explicitando condições e critérios para os fazer escapar à Justiça. Acresce que, se se ilibam os estrangeiros, a que título se manterão acusações contra nacionais?
A extinção da responsabilidade criminal no processo das contrapartidas, movido pelo Ministério Público contra três gestores alemães e uns tantos portugueses, seria absolutamente intolerável, dados os contornos criminais, económicos e políticos, de âmbito nacional e europeu, que o caso assume.
Os crimes de que os réus são acusados lesaram gravemente o Estado e foram cometidos com o claro intuito de o lesar: se o Estado se demitisse da responsabilidade de perseguir judicialmente os suspeitos, estaria a fazer troça de si próprio. E de nós todos, os contribuintes portugueses a pagar os submarinos.
Na sua curiosa percepção dos interesses da República, o Conselho Consultivo da PGR opina que o Estado não pode valer-se do incumprimento do contrato das contrapartidas para colocar em causa o contrato de aquisição de submarinos (“não há consequências na execução do Contrato de Aquisição decorrentes da execução do Contrato de Contrapartidas”, diz o parecer). Esta opinião, conjugada com o reconhecimento pelo Conselho Consultivo da PGR da legitimidade do Tribunal Arbitral para dirimir qualquer litígio no que respeita a execução do contrato de contrapartidas, conforma-se estranhamente com o facto de os representantes do Estado, à data da celebração dos contratos em 2004, não terem sabido proteger os próprios interesses do Estado e terem colocado o bem público à mercê da prevaricação.
Por todos os sinais alarmantes, que estes Pareceres da PGR só vêm adensar, interpelei já por escrito o Primeiro-Ministro, Dr. Pedro Passos Coelho, no sentido de garantir que Portugal não saia ainda mais lesado de toda a trapalhada da aquisição dos submarinos e fictícias contrapartidas. Designadamente assegurando que o Estado não desiste de julgar todos os reús no processo das contrapartidas e rapidamente conclui a investigação e faz avançar para julgamento o processo relativo à aquisição dos submarinos.
Uma disposição absurda
Publicado por
Vital Moreira
Lamentavelmente, os presidentes dos governos regionais dos Açores e da Madeira têm razão quando invocam a Constituição para reivindicarem para os cofres regionais a receita do imposto extraordinário que venha a ser cobrada nas duas regiões autónomas.
É certo que em 1983 o Tribunal Cosntitucional, numa interpretação abrogatória da norma constitucional, considerou que ela não abrangia os impostos extraordinários. Todavia, no actual caso, o Governo dificultou a aplicação desse precedente jurisprudencial, ao qualificar o imposto como uma simples "sobretaxa" do IRS do corrente ano, e não como um imposto extraordinário.
Seja como for, a situação revela a irracionalidade da norma constitucional que reserva para as regiões autónomas todos os impostos nelas cobrados, apesar de a República nelas manter vários serviços, aliás onerosos (justiça, forças armadas, forças de segurança) e de as regiões autónomas não contribuírem com um cêntimo para as despesas gerais da República, suportadas exclusivamente pelos contribuinbtes do Continente, o que é uma iniquidade insustentável.
A considerar na próxima revisão constitucional, espera-se!
É certo que em 1983 o Tribunal Cosntitucional, numa interpretação abrogatória da norma constitucional, considerou que ela não abrangia os impostos extraordinários. Todavia, no actual caso, o Governo dificultou a aplicação desse precedente jurisprudencial, ao qualificar o imposto como uma simples "sobretaxa" do IRS do corrente ano, e não como um imposto extraordinário.
Seja como for, a situação revela a irracionalidade da norma constitucional que reserva para as regiões autónomas todos os impostos nelas cobrados, apesar de a República nelas manter vários serviços, aliás onerosos (justiça, forças armadas, forças de segurança) e de as regiões autónomas não contribuírem com um cêntimo para as despesas gerais da República, suportadas exclusivamente pelos contribuinbtes do Continente, o que é uma iniquidade insustentável.
A considerar na próxima revisão constitucional, espera-se!
Antologia do oportunismo político
Publicado por
Vital Moreira
«Bloco contra portagens na Via do Infante».
Coerente com o seu atávico oportunismo político, o Bloco de Esquerda acha que devem ser todos os contribuintes, entre os quais há muitos que não têm automóvel, a financiar o uso gratuito das autoestradas pelos que o têm, incluindo os muitos estrangeiros que nos visitam.
Todos a pagar as benesses de alguns -- eis o lema do Bloco. Uma clara "opção de classe", como se diria na gíria marxista da casa...
Coerente com o seu atávico oportunismo político, o Bloco de Esquerda acha que devem ser todos os contribuintes, entre os quais há muitos que não têm automóvel, a financiar o uso gratuito das autoestradas pelos que o têm, incluindo os muitos estrangeiros que nos visitam.
Todos a pagar as benesses de alguns -- eis o lema do Bloco. Uma clara "opção de classe", como se diria na gíria marxista da casa...
terça-feira, 19 de julho de 2011
Compromisso
Publicado por
Vital Moreira
Ao contrário do que fez o PSD -- que desde a subida de Passos Coelho à liderança fez tudo para fazer a vida negra ao Governo e para finalmente o derrubar, sem ter em conta os prejuízos para o País --, o PS deve empenhar-se responsavelmente no cumprimento do programa acordado com a UE e o FMI (que aliás subscreveu), e se possível ir além dele na recuperação da situação orçamental e da competividade externa da nossa economia. É o futuro do País que está em causa.
Em contrapartida, o PSD deve "oferecer" ao PS a suspensão do seu programa de desconstrução neoliberal do Estado social (tecto nas contribuições para a segurança social, privatização de serviços de saúde e do sistema público de ensino, etc.), desde logo porque qualquer iniciativa nesse sentido só aumenta a despesa pública, contrariando os objectivos de redução do défice orçamental.
Entretanto, poderiam ir negociando os compromissos necessários para a reforma da justiça, das autarquias territoriais, da lei eleitoral, que se contam entre as mais importantes na agenda política, sem esquecer uma revisão constitucional contida e equilibrada.
Quid pro quo, uma coisa por outra, como dizim os antigos. Será que o PSD e o PS estão em condições de assumir reciprocamente um compromisso destes? Ou vão enveredar pelo caminho fácil do revanchismo dos vencedores e do ressentimento dos vencidos da última pugna eleitoral?
Em contrapartida, o PSD deve "oferecer" ao PS a suspensão do seu programa de desconstrução neoliberal do Estado social (tecto nas contribuições para a segurança social, privatização de serviços de saúde e do sistema público de ensino, etc.), desde logo porque qualquer iniciativa nesse sentido só aumenta a despesa pública, contrariando os objectivos de redução do défice orçamental.
Entretanto, poderiam ir negociando os compromissos necessários para a reforma da justiça, das autarquias territoriais, da lei eleitoral, que se contam entre as mais importantes na agenda política, sem esquecer uma revisão constitucional contida e equilibrada.
Quid pro quo, uma coisa por outra, como dizim os antigos. Será que o PSD e o PS estão em condições de assumir reciprocamente um compromisso destes? Ou vão enveredar pelo caminho fácil do revanchismo dos vencedores e do ressentimento dos vencidos da última pugna eleitoral?
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Até quando?
Publicado por
Vital Moreira
É esta a concepção e a prática da liberdade de imprensa que reina na Madeira de Jardim: discriminação e perseguição de jornais independentes, insultos aos seus jornalistas, protecção e benesses para os seus apaniguados.
Até quando é que o PSD nacional vai continuar a tolerar (e a ser cúmplice com) esta reiterada conduta criminosa do seu braço regional? E até quando é que a imprensa nacional vai continuar a considerar como "faits divers" esta atitude sistemática de ataque à liberdade de imprensa na Madeira por parte do Governo de Jardim e do PSD regional?
Até quando é que o PSD nacional vai continuar a tolerar (e a ser cúmplice com) esta reiterada conduta criminosa do seu braço regional? E até quando é que a imprensa nacional vai continuar a considerar como "faits divers" esta atitude sistemática de ataque à liberdade de imprensa na Madeira por parte do Governo de Jardim e do PSD regional?
Incontenção
Publicado por
Vital Moreira
O que menos se espera do Presidente da República são comentários "ad hoc" sobre matérias sérias, que podem ter efeitos inconsiderados. O seu comentário sobre o "euro mais fraco" não devia ter existido, desde logo por não ter nada a ver com as suas funções. O Presidente da República não é um comentador ou opinador comum.
Obviamente se o euro fosse menos forte isso traria vantagens para as exportações europeias, incluindo as nossas, mas provavelmente mais as de outros países, mais competitivos. Mas o Presidente da República sabe bem que a desvalorização do Euro não está na agenda política. Se o euro está "alto" para nós está "baixo" para os alemães. O BCE não se preocupa com a situação de um determinado país mas com a do conjunto da zona euro.
Não faz nenhum sentido culpar agora o euro pela nossa falta de competitividade. Provavelmente entrámos no euro com uma taxa de conversão demasiado alta. Mas agora não podemos chorar sobre o leite derramado. Se queremos continuar na zona euro (e não temos alternativa) e ganhar a competividade que nos falta, temos de fazer a nossa própria "desvalorização interna" (aumento da produtividade, contenção dos custos empresariais, competência de gestão, qualificação do trabalho, etc.). Não podemos esperar soluções fáceis, como a desvalorização do euro.
Obviamente se o euro fosse menos forte isso traria vantagens para as exportações europeias, incluindo as nossas, mas provavelmente mais as de outros países, mais competitivos. Mas o Presidente da República sabe bem que a desvalorização do Euro não está na agenda política. Se o euro está "alto" para nós está "baixo" para os alemães. O BCE não se preocupa com a situação de um determinado país mas com a do conjunto da zona euro.
Não faz nenhum sentido culpar agora o euro pela nossa falta de competitividade. Provavelmente entrámos no euro com uma taxa de conversão demasiado alta. Mas agora não podemos chorar sobre o leite derramado. Se queremos continuar na zona euro (e não temos alternativa) e ganhar a competividade que nos falta, temos de fazer a nossa própria "desvalorização interna" (aumento da produtividade, contenção dos custos empresariais, competência de gestão, qualificação do trabalho, etc.). Não podemos esperar soluções fáceis, como a desvalorização do euro.
Antologia do nonsense político
Publicado por
Vital Moreira
«BE considera portagens em Agosto “mais um sacrifício imposto a quem menos tem” ».
É, em Portugal, "os que menos têm" têm automóvel!
É, em Portugal, "os que menos têm" têm automóvel!
domingo, 17 de julho de 2011
Publicado por
MMLM
Importei para a Aba da Causa o meu artigo sobre a Reforma Administrativa, publicado no Diário As Beiras.
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