Em Goa, no centro da cidade de Margão, debaixo de uma arcada, trabalham os escritores. Não de romances, ensaios ou blogs. Escritores a feitio, à medida do cliente. Escrevem o que for preciso: cartas de amor, requerimentos, convites. Uma pequena mesa, uma velha máquina de escrever, uma pilha de papéis (os modelos, as amostras) e alguma sabedoria fazem a profissão. Aquele com quem falei fez questão de me mostrar uma carta do PM (António Guterres, então) em resposta a um requerimento que Macário Thomaz Salvador Gomes Mendes lhe havia antes enviado (presumo que em português, não sei a pedir o quê). A questão iria ser estudada.
Mais a sul, em Palolem, há uma praia deslumbrante. Entre palmeiras, proliferam as palhotas (pequenas casas de palha, exactamente). Numa delas, uma placa anuncia: Internet, e-mail, telefone, printers entre outras modernices. Fui espreitar. A procura são turistas, ávidos de conexão. Mas o dono do bar ao lado faz lá cópias de CDs.
O mundo info-dividido, que esta semana se discutiu em Genéve, aqui está no seu esplendor, surpreendente e tão próximo um do outro.
PS Erro meu, má fortuna... não consigo incluir a prova fotográfica. Fica para a próxima.
Maria Manuel Leitão Marques