terça-feira, 9 de dezembro de 2003

Ilusão?

Caro Manuel Pedroso de Lima
O sentido do meu texto sobre o futuro da RTP e, sobretudo, a forma como vejo o meu contributo nos trabalhos da comissão gerou certamente alguns equívocos. Obviamente, que o meu empenho é proporcional ao desagrado perante as opções tomadas ou que se avizinham no horizonte. Mas, em todo o processo, nunca me senti usado. Se nos conhecessemos saberia que, apesar de continuar a esforçar-me por criar ilusões, assumindo e esperando as inevitáveis desilusões, nunca tive grandes ou pequenas esperanças.
Agora, de forma nenhuma o meu texto significa uma desistência. É, antes de tudo, um contributo para a discussão. Uma discussão que, paradoxalmente, morreu no espaço mediático. Quando falei da privatização fi-lo de uma forma não absoluta. Mas, convenhamos, nesta altura todas as hipóteses me parecem passíveis de ser discutidas. Se o Estado não consegue definir e concretizar um serviço público de televisão porque não assumir a ruptura e procurar soluções dentro de um quadro alternativo?
Luís Osório