Gostaria de compartilhar algumas das minhas leituras preferidas dos últimos dias.
No website britânico Opendemocracy (já o tem nos seus "favoritos"?) a antiga presidente da Irlanda e Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Mary Robinson, expende numa cativante entrevista a sua visão sobre os direitos humanos na actualidade. A não perder por quem se interessa pela sorte do mundo.
No "New York Review of Books" Henry Siegman analisa as manigâncias de Sharon na guerra de Israel contra os palestinianos e o papel que incumbe aos Estados Unidos na matéria. Essencial para perceber o que está em jogo. Do melhor que se tem escrito sobre o assunto.
No "Público" de sábado passado o Professor Jorge Miranda critica o processo de revisão constitucional recentemente desencadeado e analisa criticamente o conteúdo dos vários projectos. Uma voz autorizada e independente. Imprescindível.
Ainda no "Público" de domingo António Barreto analisa e condena a "semi-privatização" do notariado entre nós, não pela privatização da função mas sim pela incongruência da operação, que só beneficia os notários, sem qualquer vantagem para os utentes, além de lesar as finanças públicas. Impiedoso retrato de uma «operação absurda». Digno de aplauso.
No "Diário de Notícias" de 2ª feira, grande entrevista de Eduardo Lourenço sobre ele mesmo, Portugal, a Europa e o resto.
Uma amostra: «Quais os tempos de que Eduardo Lourenço tem mais saudades?
Os que hão-de vir e onde eu não estarei».
Eduardo Lourenço nunca é banal. Leia o resto!
Nos intervalos dos seus artigos beatos e/ou ideologicamente arqueológicos no "Diário de Notícias", João César das Neves, pode produzir textos clarividentes e bem-humorados. É o caso do artigo de 2ª feira, a propósito do recente Congresso da Justiça, uma bem conseguida "charge" sobre os congressos profissionais, nos quais se exalta sistematicamente a importância das profissões, o zelo público dos profissionais e a culpa dos governos e dos utentes pelo mau estado do respectivo sector.
Bom proveito! E bom ano novo!
Vital Moreira