Com a devida vénia, segue a transcrição sem comentários de um post do Post Scriptum sobre Ana Gomes, para efeitos de registo aqui no CN:
«A chegada à política de Ana Gomes não trouxe uma lufada de ar fresco, trouxe o vento quente da polémica, a coragem frontal dos excessos, o tempo incómodo das controvérsias. O paquidérmico consenso na política externa não parece compatível com uma Ana Gomes que diz a coisa certa no tempo errado, que põe a coragem à frente da oportunidade. O que, muitas vezes, nos irrita, nos causa um arrepio, porque não diz a bota com a perdigota do "politicamente correcto". Ana Gomes tem a capacidade de se indignar indignando frequentemente os outros, porque ela não se fica na soleira do conveniente, porque diz alto, e em voz estridente, aquilo que alguns sussurram a medo. Ela é a afirmação do primado da estratégia sobre a táctica. Ana Gomes veio para a política para "fracturar", não veio para alimentar "blocos centrais", laterais ou outros. Às vezes parece ser do Bloco de Esquerda, às vezes até parece do PS. O PS é que, frequentemente, se não parece consigo próprio, melhor, com o que deveria parecer se quer manter o nome. Dizem: ela quer é ser deputada europeia, ela o que quer é um tacho ! Mas ele há lá melhor tacho do que o de embaixador - que ganha mais, com mordomias múltiplas - e ela desistiu disso quando ninguém lho não pedia, quando nem o "regime" em que vamos vivendo se podia dar ao luxo de lhe tocar. Ana Gomes é, apenas, a verdade na política e a verdade, às vezes, dói. Não dói, Ana ?»