1. Que o sector público pague aos seus gestores uma remuneração correspondente à sua competência e ao risco que assumem e concorrente com a que teriam no sector privado parece-me defensável.
2. Mas nada disso justifica a reforma de Mira Amaral, após 21 meses na CGD. O caso é revoltante em si mesmo e mais ainda para quem conhece o valor das pensões de leais servidores da República, no mínimo tão qualificados e esforçados como a pessoa em questão. Para não sair de casa, lembrei-me da do meu Pai, que foi médico num hospital público em Moçambique durante toda a sua vida activa, onde trabalhou sem horário e sempre de serviço pela falta de outro cirurgião (o que, aliás, nos limitava os passeios para fora da cidade à praia de Zalala).
3. Em crescendo de revolta, recordei ainda o que me contou alguém bem informado quando Carvalho da Silva tornou pública tal notícia. Que em Lisboa a coisa nem faria grande escândalo dado outros casos, muito semelhantes, que existem no mesmo meio. Trivial, portanto. O que mais nos faltará saber?
Maria Manuel Leitão Marques