Para além do vulgar (embora indispensável) desejo de bem-estar, tendo em conta que entraremos no dia 2 em campanha eleitoral, eu espero que este seja o ano da verdade financeira. Que nas eleições não se prometa o impossível e se apontem as dificuldades (numa espécie de "anti-campanha" pensada para cidadãos que não são estúpidos!); que se expliquem os sacrifícios incontornáveis, mas se mostrem também os seus objectivos, de tal modo que se perceba a coerência entre uns e outros; que as reformas e mudanças indispensáveis sejam pensadas com competência e rigor, para as pessoas e com as pessoas, sem dogmas nem preconceitos que nos amarrem a modelos já ultrapassados.
E já agora que tudo isso nos torne capazes de olhar para o futuro com mais confiança e determinação, sem um falso optimismo, mas também sem um derrotismo prematuro. Sem esquecer que esse futuro depende sobretudo do esforço de cada um de nós, e não apenas de um qualquer governo providencial e com a certeza, aquela que o passado nos permite ter e a história pessoal de cada um de nós provavelmente também, de que quase sempre que ousámos enfrentar grandes desafios fomos capazes de vencer.