quinta-feira, 28 de julho de 2005

Correio dos leitores: Portugal sem destino

«(...) Como podem, aqueles que se interessam por política, que acompanham a vida do País e que gostavam de ter uma participação mais activa em termos de "pensar Portugal", alcançar esse desiderato fora e para além dos partidos?
Ou, numa perspectiva diferente, como podem os partidos regenerar-se e atrair as novas gerações para a política activa, sem lhes impor a "via dolorosa" das J's, da militância de comício, do papel de figurantes em campanhas eleitorais?
Isto é o essencial. (...) No entanto, do acompanhamento que faço da vida pública portuguesa, parece-me que, desde o 25 de Abril, os actores principais são sempre "os mesmos". Não há rejuvenescimento. Não há - assim o parece - ideias novas, novas aspirações. As candidaturas de Mário Soares e de Cavaco Silva são, na minha opinião, "mais do mesmo", "revisão da matéria".
É desolador. Gostava de mais para o meu País. Gostava que os portugueses vivessem melhor e com mais ambição. Mas parece-me que Portugal está, de novo, amordaçado. Da comunicação social às cúpulas partidárias, não se houve um grito de revolta. Parece que vivemos em circuito fechado e, sobretudo, abafado. (...) Portugal vai ficando cada vez mais pobre. Quem nos salva deste caminho? Que esperança podemos ainda ter?»

André de Serpa Soares