Escreve Mário Pinto hoje no Público a (des)propósito do reconhecimento do casamento homossexual em Espanha: «Casamento e família são uma só coisa. E não há família sem geração».
Nenhuma destas equações é válida. Por um lado, há casamentos que não chegam a gerar laços familiares; e há muitas famílias sem casamento, baseadas em uniões não matrimonializadas (a própria Constituição distingue as duas noções). Por outro lado, há famílias sem filhos, como sempre houve e hoje é mais frequente; e há, obviamente, filiação fora da família (embora menos do que antes, justamente porque hoje a família não se reduz ao casamento) e, cada vez mais, filiação fora do casamento.
Por que é que a ortodoxia católica insiste em ignorar o mundo?