Eu persisto em acreditar na Humanidade. Persisto em crer que razão e emoção nos distinguem no universo animal. E com elas disciplinamos sentimentos, identificamos valores, destrinçamos o bem do mal, comandamos acções e, em sociedade, gerimos interesses contraditórios, com leis e sanções para quem as viole. Por sermos humanos e não animais.
E, nos dias que correm, bem preciso é persistir em acreditar.
Para não nos deixarmos descontrolar pela indignação, a raiva, a impotência, o desespero, a vergonha gerados pela escalada da guerra no Médio Oriente e a destruição crua, cruel de Gaza e do Líbano.
Para não nos deixarmos contaminar pela bestialidade de uma guerra cobarde, centrada no ataque distante, desproporcionado e injustificável contra populações civis indefesas.
Para não nos deixarmos petrificar pela insanidade desumana da super-potência que se proclama fora-da-lei e podia fazer parar a guerra, mas antes a incentiva, recusando-se a exigir o cessar-fogo.
Para afirmarmos que uma tal guerra não serve, não pode servir, Israel. Porque reforça animicamente o Hezbollah e multiplica os ataques contra o povo israelita. Porque reforça e faz o jogo dos seus manipuladores em Teerão e da hidra terrorista por todo o mundo.Mas sobretudo, porque desonra Israel. E desonrando, deslegitima.