
Kishasa I, Dima, às 20.00 horas, dia 30 de Julho de 2006

Eles não comiam nem bebiam há quase 24 horas, para não largar a mesa de voto em Kinshasa onde eram agentes da administração eleitoral, observadores não governamentais ou representantes dos partidos políticos ou candidatos. Disseram-me: "não faz mal, nós estamos habituados a comer pouco, ou até a jejuar...!"
Eles achavam - disseram-mo com uma seriedade comovente - que do seu empenhamento,rigor e vigilância na execução das tarefas eleitorais dependeria a autenticidade da escolha do povo. E dela dependeria o futuro do seu Congo, tão escandalosamente rico pela geologia e sempre tão miseravelmente espoliado. Dela dependeria, enfim, a esperança de alguma boa governação. E o fim do sofrimento do seu tão martirizado povo. Dela dependeria crucialmente o resto da vida de cada um.